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Ela olhava pra mim e eu sentia que ela queria me fazer muitas perguntas, as quais eu não queria responder. Por mais que a srta. Martin fosse alguém interessante ainda sim parecia retardada as vezes. Eu sorri de forma gentil pra ela, tentando parece o mais natural possível, havia me acostumado a fingir aquele sorriso. Ela piscou de forma confusa, então antes que ela pudesse falar algo que me parecia sem fundamento o elevador abriu e eu sai puxando a mesma pelo braço sem da oportunidade pra que ela falasse. Chegamos  no quarto 103 e lá estava um velhinho, quando o mesmo avistou Natália sorriu de forma gentil eu os deixei no quarto e fui até o estacionamento do lugar, pegar meu celular que eu por acaso  tinha esquecido no carro. peguei o celular e voltei, eu precisava ter certeza Natália estava bem.

Quando volto ao segundo andar encontro a menina que eu havia deixado no quarto mas agora sentada no chão apoiando sua cabeça nos joelhos encolhida. Eu fui correndo até ela e a mesma me abraçou o que fez minhas bochechas arderem e provavelmente estariam vermelhas mas aquilo tudo saiu da minha cabeça tão rápido como chegou.
-Ele está morto os médicos falaram que não foi só a queda que o matou a saúde dele já estava em risco a um bom tempo e eu...antes que ela pudesse falar sem parar e depois começar a chorar eu coloquei a cabeça da menina Martin sobre meu peito, passamos meia hora ali quando Natália olhou pra mim e meio sonolenta falou.
- Você pode me deixar em casa?
Eu sorri e sabia que não ia deixar ela em casa, porque eu conhecia aquilo, sabia que a solidão era amiga da tristeza.
- vamos. Tenho algo melhor pra você.
Fomos até o estacionamento e Natália não falava nada, parecia em estado de choque e realmente era isso. Quando já fazia um tempo que eu estava dirigindo ela resolveu falar.
- onde você vai me levar?
- pra minha casa.
-mas...ela pensou um pouco antes de falar o que nós já sabia, não era certo, a gente mal se conhecia, era tarde. Mas ela conseguiu me surpreende.
- estamos perto? Eu rapidamente olhei pra ela sem desviar minha atenção para onde eu estava indo e sorri.
- Na verdade chegamos. Parei enfrente a um hotel, onde meu pai havia me dado um apartamento de presente, eu teria recusado mais pelo menos eu iria parar de morar com ele.
- então sr. Envas  é aqui que você mora?! Ela me olhava com um sorriso de lado e aquilo me deixou meio que envergonhado, então desviei o olhar.

- entre! Falei pra ela estendendo a mão na direção da porta aberta. Ela entrou e observou o lugar.
- É lindo. Eu coloquei as mãos atrás da cabeça então fui pra cozinha pegar algo fácil pra comer. Era tarde e eu sabia que Natália também estava com fome ou eu apenas chutei isso?! Ela me acompanhou o que me fez da uma risada baixa, srta. Martin sentou em uma daquelas banquetas e como uma criança balançou os pés. Comemos algo então ela parou de comer do nada e olhou pra mim, eu fingi que não vi ela me secando apenas revirei os olhos. Terminei de comer e fui no meu quarto tirei aquela roupa, tomei um banho o mais rápido possível pra ter a certeza de que Natália não sairia dali. Quando sai do banho  notei que um serzinho minúsculo besbilhotava minhas roupas, me escorei na  quina da porta entre o banheiro e o quarto cruzei os braços e fiquei olhando. Ela pegou uma blusa azul escuro diferente de todos os outros ternos pretos que haviam ali, era apenas uma camisa, e ela colocou na sua frente de forma como quem está pensando em experimentar uma roupa em uma loja.
- Você quer experimentar?

Antes do meu fimOnde histórias criam vida. Descubra agora