Capítulo 3

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Passamos exatas cinco malditas horas dentro desse ônibus.
Estava um inferno, ninguém calava a boca.

Quando o ônibus para, sinto uma imensa vontade de fugir de lá.
Adolescentes eram complicados. Se não estão falando sobre sexo com seus hormônios a flor da pele, estão gritando e sendo loucos. Nenhuma conversa civilizada ou um assunto interessante.

Abro a cortina da janela e vejo o quão bonito e grande é o lugar.
Acordo Hyuna, que estava toda desengonçada no banco, quase caindo. Quando a mesma se arruma, nós descemos juntas do ônibus. Como prometido, não iríamos nos separar.

Eu estava tranquila, até Mark sair de dentro da recepção e dizer que cada quarto, era duas pessoas e que não daria pra escolher com quem queria ficar.
Como todos os otimistas do mundo, não me surpreendo quando tudo dá errado. Mas não deixo de ficar totalmente perdida e extremamente nervosa com tudo isso.
Antissociais sempre acham que se falarem um "a", as pessoas vão os achar a coisa mais estranha do mundo. Eu era assim, afastava todos e quaisquer pensamentos que envolviam comunicação com outras pessoas.
E além disso, se eu ficasse no mesmo quarto de uma pessoa totalmente desconhecida, não teria privacidade nenhuma.

Era uma verdadeira merda.

Mark passa por todos entregando o número do quarto em que cada um iria ficar.

- Cento e quatro. - Falo a Hyuna, esperando um "pra mim também!".

- Cento e dez. - Ela responde, me olhando com pena.

Eu queria chorar, me matar, não sabia o que fazer.

- Bem, a gente se vê daqui a pouco. Não vai ser tão ruim, Kira.

Para ela, era fácil dizer. Tinha facilidade em falar com todos. Era popular, mas ela não admite isso.

- Ok. Não vai ser... ruim. - Sorrio forçado e respiro fundo. Ela sorri de volta e vai em direção ao hotel.
- Não vai ser ruim! Isso é maravilhoso! - Ironizo para mim mesma.


***

Entro na recepção, depois de achar minha mala.
O funcionário me deu a chave do quarto, quando entreguei o papel com o número da mesma.
Subo as escadas depois de passar por uma multidão de pessoas, necessitando pelas suas chaves.

Após muitas escadas, chego no segundo andar, pecebendo que aqui onde estava, tinha menos barulho do que no primeiro andar. Desse modo, pude observar melhor o lugar.
Corredor bem claro e confortável quando algumas pessoas estavam nele junto comigo. Carpete azul marinho, um pouco sujo. Paredes brancas e bem limpinhas. Admito que era um lugar bom para passar duas semanas.

Quando vejo o número do quarto na penúltima porta do lado direito do final do corredor, sinto minha garganta secar e arrasto minhas mãos suadas na calça. Abro a porta e vejo o garoto, cujo cabelos azuis fez Mark apelidá-lo de Smurfette, um apelido engraçado, confesso.

Eu tento me acalmar, mas quanto mais tento, mais nervosa fico.
Eu vou infartar, tenho certeza disso.

My Roommate • Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora