♡ Capítulo 02: A sensação do desespero. ♡

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♡ Capítulo 02: A sensação do desespero. ♡

As vezes sonhamos coisas para nossa vida, nunca amor saúde e paz. Coisas são apenas coisas... não vai nos trazer felicidades apenas tristeza- por não tê- las.

Simone F. De Paula

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Nina ❣

São Paulo foi uma promessa falsa e errada.

O padrinho de Nina, bondoso como era, não podia protegê-la sempre. Ele trabalhava demais e sua madrinha não tinha limites.

As pequenas tarefas, que Nina não se importava em fazer para ajudar na organização da casa, se tornaram grandes obrigações depois que Júlio, o filho do casal, veio morar na casa com sua esposa Jéssica, grávida de sete meses e com sua filha Clara.

Nina havia perdido seu quarto e sua paz. Júlio era um homem asqueroso. Ele estava desempregado e ficava em casa no final da tarde quando ela estava sozinha fazendo as suas tarefas diárias. Júlio se insinuava sexualmente para Nina mesmo quando estava próximo de sua filha. Nina e Clara dormiam juntas no sofá da sala e  foram várias as noites em que ela acordou com ele passando as mãos em seu corpo. Suas desculpas eram:
Estou verificando se Clara fez xixi — falava o homem.
   

Não era certo ser acordada dessa forma no meio da noite, Nina sabia que não. Contar a madrinha foi um erro, ela apanhou pela primeira vez em toda sua vida e as marcas duraram uma semana. Se tornou triste, cansada, sem ânimo e sem vida e todos aqueles pesadelos de antes, vieram à tona.

***

F

oi em uma tarde, quando menos se esperava, que o pai de Kyara apareceu no condado de Dom Diego, meses depois do seu desaparecimento. Ele era um homem de estatura mediana, pele clara, olhos esverdeados e cabelo preto despenteado. Usava uma capa com o brasão do nome que sustentava. Uma família quase decadente.

Dom Yago, o pai de Kyara, ostentava um nome que tinha força e poder. Poucos sabiam de sua ruína, era um homem gastador e não se dava bem com os mercadores por não ser bom negociante. Ele aguardava a filha no vasto salão ainda inacabado, o principal salão da mansão Strada.

Em algum lugar da casa, Lucinda perguntou à Kyara: —  Está pronta para voltar para casa, menina?

—  Não, senhora Lucinda, não estou pronta para voltar, mas preciso… — disse a menina.

Kyara ia dizer mais algumas palavras quando observou Lucinda. A senhora tinha os olhos ternos e, em suas mãos, segurava alguns dos pertences de valor que Kyara trouxera junto de si quando chegou desacordada naquele condado.

Lucinda os havia guardado e agora os entregava a sua dona, que usava um vestido aveludado na cor vinho que ultrapassava seus pés devido à vasta saia rodada. Em seu cabelo havia sido feito um penteado, que deixavam soltos alguns fios negros, que chegavam à altura da cintura fina bem apertada no espartilho. Lucinda colocou nela o colar de esmeraldas que havia pertencido à sua mãe e agora era dela. A mulher também lhe devolveu a coroa de princesa, que era coberta com diamantes. Lucinda a admirou por alguns instantes e guardou as suas coisas, antes de lhe dar um abraço cheio de afeto e ternura.

Recomeçar... (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora