♡ Prólogo: A sensação da lenda de uma princesa ♡

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 Século XVII - Ano: 1640 

("Eu vivi") 

Haviam se passado vários dias, tantos que Kyara não saberia contar. Esteve perdida e os dias passados a deixou confusa. Nunca havia estado em um lugar praiano antes, tudo o que tinha em sua mente era que se tratava do condado de Dom Diego. O homem mais poderoso que já ouviu falar.

Não tenho mais medo da família, encorajou-se a dizer, depois de um longo tempo.

—  São todos tão intensos e me tratam bem,  constatara em pé de frente para a grande casa em construção, ela admirava a extensa parede de pedra que alcançava as nuvens nebulosas no céu. Era no silêncio que ela podia ouvir as ondas do mar, não muito longe e os barulhos corriqueiros dos animais que despertavam no quintal. Ao lado Norte tinha um bosque era parte da propriedade e lá habitavam uma imensa fauna além do lago escondido tinha também uma gruta secreta. Mas, Kyara não conhecia tudo. O tempo que passou com a Família pode sentia-se com a força emocional renovada.

Tudo será diferente! Afirmou para si, ela puxou o ar puro profundamente e seguiu para o cômodo onde preparava a comida.

O clarão da aurora ia tingindo a neblina de uma cor acinzentada os trabalhos no fogão rústico eram muitos. Em menos de 1h, todos estariam em pé. O barulho ia tomar conta de tudo, e aquele silêncio em que tanto apreciava ia ser quebrado. Tirando-a de seus devaneios as criadas ocupavam seus lugares no mesmo espaço. Ela não tinha dito uma só palavra desde que chegou naquele condado. A confiança era algo que se conquistasse. E os membros daquela família eram barulhentas e eufóricas. Kyara pode perceber que não havia sido atacada por eles. Sua comitiva, foi saqueada e seus escravos, levados. Naquele dia os bárbaros mataram seu cocheiro e os guardas que asseguravam sua vida. Ela sobreviveu por um milagre ou foi o destino. Kyara viajava ao encontro do noivo: Ramón, príncipe do condado de Astúrias, onde a sua mãe tinha parentesco distante. Embora ela não os conhecesse, seu pai a fez acreditar que ela estaria em solo familiar e, casando-se com o príncipe, Kyara voltaria a ser uma princesa como foi sua mãe. E também ela seria, através desse enlace.

Kyara sentia a falta do que foi o seu lar um dia, e dos carinhos de uma mãe. Por isso, apegou-se a Senhora Lucinda, que a tratava com o mesmo afeto, fazendo-a ter lembranças do pouco tempo que viveu ao lado dela, quando ainda tinha um lar. Aquelas lembranças fizeram Kyara se encolher, envolvia com os próprios braços.

Apeguei-me à Lucinda como a uma âncora, disse a si mesma, o fogão à lenha, aqueceu seu coração enquanto esperou as panelas fervilharem.

Dom Diego tinha dois filhos: Ramiro e Santhiago. Ambos tinham diversas funções. O mais velho chefiava comitivas de viajantes e mercadores que levavam e traziam mercadorias, suplementos e bens que serviam para o sustento deles e seus agregados. Já o mais novo era responsável por administrar a terra, o que se plantava, o que se colhia e toda a estrutura no cuidado com os animais.

Dom Diego era viúvo e chefiava todas aquelas terras e muitos outros negócios juntamente com seus compatriotas. De fato, eram muitas as suas funções. A sua esposa foi vítima da peste, e ele, se conformou em apenas trabalhar para cuidar de sua família e de todos que dependiam dele. O conde, era filho único de Lucinda, uma mulher ávida, viúva há muito tempo. Passou a tomar conta de tudo que foi herdado, sozinha. E depois, se dedicou ao filho. Quando Dom Diego tomou as rédeas da vida, Lucinda entregou tudo em suas mãos e passou tomar conta da educação dos seus netos que tanto amava. Ela era a senhora da casa. Suas ordens eram lei e todos os servos e agregados a obedeciam e a respeitavam. Naquelas propriedades não tinham escravos, Dom Diego os abolira há muitos anos. Nunca concordou que um homem, fosse feito escravo. Todos eles eram tratados como iguais em seu domínio, assalariados ou não. Isso fazia com que Kyara o admirasse muito.

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