PRÓLOGO

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Naquele momento, não adiantava correr. Uma hora ou outra seria alcançada, e sabia disso. Estava apenas adiando o momento derradeiro que ocasionaria o fim da sua vida a flor de sua adolescência. Ela ri com a ideia de como o extinto humano se parece com o animal. Correr ao notar que algo dará errado, mesmo tendo noção de o quão inútil isto é.


Ela se esconde atrás de uma coluna, tentando prestar atenção. A explosão havia causado algum dano a sua audição e isto estava claro agora. Consegue ouvir passos, mas parecem distantes. Quanto tempo ela tem? Minutos? Segundos? Decide não esperar pra descobrir. Porém, assim que sai de trás da coluna ela vê o que a faz gritar. Seu assassino sorri, observando-a, como uma presa encurralada, que, no momento, era o que ela era.



-Gritar não vai lhe salvar, Beatrice Parker. – Ele gargalha. Aquele som era conhecido para Beatrice, mas ela nunca havia o ouvido daquela forma.



-Por quê? Por que você está fazendo isso comigo? – Agora já começa sentir as lágrimas que brotaram em seus olhos correndo por seu rosto.



-Você confia demais nas pessoas, Bea.



E então, ele sentiu, antes de seu cérebro processar o som. Sentiu o sangue escorrer de seu peito, e ouviu uma última gargalhada, antes de a vida se esvair de seu corpo.



Como se estivesse insatisfeito, o assassino se senta ao lado do corpo e, acariciando os cabelos de sua recente vítima.

-Bobinha, pobre bobinha Bea. Seus pais não lhe disserem para não confiar em ninguém?

E com um sorriso, ele sai calmamente dali, como se houvesse feito um favor para alguém ou como se, simplesmente, tivesse acabado de fazer o dever de casa, um dever que considerava chato e que gostaria de ter acabado a muito tempo. 

O Assassinato de Beatrice ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora