Durante as primeiras semanas juntos pude ter tudo aquilo que me privei em um relacionamento, que era basicamente acordar ao lado de alguém na maioria dos dias da semana e ter aquele afeto, ter uma pessoa de fato cuidando e se preocupando comigo.
Özil era um filho da puta, mas conseguia equilibrar isso sendo carinhoso durante algumas horas.
E eu não era a mulher mais carinhosa, pelo contrário eu passava longe disso, mesmo quando eu tinha as melhores intenções em agradá-lo.
Um ótimo exemplo foi em seu aniversário, fiquei dois dias falando em seu ouvido que esse seria um aniversário inesquecível. Mas no dia, quando o jogador chegou em minha casa ficou um pouco puto porque não encontrou nada que remetia a aniversário, nem mesmo um bolinho, mas eu só queria que ele me comesse. Quando eu ia imaginar que o jogador esperava me encontrar com um bolinho e velas?!
– Nao acredito que você nunca assistiu Lara Croft – gritei, jogando a toalha no rosto do jogador.
– Lara é geralmente apresentada como uma inteligente, atlética e às vezes imprudente inglesa de nobre origem que viaja pelo mundo em busca de artefatos inestimáveis... – disse lendo interessado na página do Wikipédia.
– Evie é geralmente apresentada como uma vadia, nada atlética e todas às vezes imprudente, que viaja pelo mundo em busca de diversão com inestimáveis jogadores de futebol... – remendei, segurando a risada, já sabendo que tinha cutucado a onça com vara curta.
– Você consegue tirar toda a minha paciência, que inferno, Evie! – O jogador exclamou, se levantando e jogando o celular no sofá.
– Você não sabe brincar, não? Temos que fazer piada com todas as merdas que fazemos na vida. – Eu disse em tom de deboche.
– Você gosta, né? – Revirei os olhos, enquanto ele ria.
– Te dou a resposta no fim da noite, Super Homem.
Terminamos de nos arrumar e depois de diversas ligações dos amigos de Özil saímos de casa.
🎃
A casa noturna escolhida pelos jogadores para comemorar o mini Halloween estava completamente cheia, pessoas dançavam na pista se esfregando umas nas outras, e eu definitivamente queria estar ali.
– Melhora essa cara, Super Homem. – Chamei sua atenção, enquanto bebia o whisky em meu copo. – Você está muito rabugento.
O jogador bufou, revirando os olhos.
– Você sabe que não é meu lugar favorito, Lara Croft.
– Então você me trás pra um open bar e eu sou obrigada a ficar olhando pra essa sua cara feia? – Ri, estendendo meu copo em sua direção. – Bebe alguma coisa bem forte, porque eu não sou obrigada a lidar com isso.
– Não quero beber, principalmente com você e eles aqui – disse esticando o copo novamente para mim, lançando um olhar torto para alguns colegas de time.
– Ew! Você me enoja, Mesut – falei terminando de virar o conteúdo do copo em minha garganta. – Eu não pegaria ninguém do Arsenal... – Fiz uma pausa, olhando pro lado na mesma hora que Lacazette me olhou, abrindo um sorriso maravilhoso. – Bom, não na sua frente. – Soltei uma risada abafada, pegando a arma falsa presa em minha cintura, e mirando na testa do jogador.
Antes mesmo dele poder falar alguma coisa, dei as costas, indo em direção ao bar e pedi ao barman um copo de vodka com energético.
Assim que tive minha bebida em mãos, foquei minha visão exatamente no lugar onde eu estava com o Özil e só de olhar eu fiquei completamente entediada e desanimada. Quando nossos olhares se esbarraram, mostrei meu melhor sorriso, me virando e descendo as escadas que iam diretamente para pista de dança.
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The Worst
Short StoryEvie Allen sempre foi uma mulher independente, que nunca precisou de ninguém para conquistar tudo aquilo que sempre quis. Aos vinte e quatro anos possui uma carreira com excelências, trabalha em uma grande empresa do mundo, domina quatro idiomas, um...