The Worst

09.

Sabe quando tudo começa a dar certo na vida?

Então, era o que acontecia naquele momento. Özil e eu estávamos trabalhando juntos pra fazer esse relacionamento dar certo, coisa que estava funcionando extremamente bem, me fazendo até postar uma foto com o jogador do Instagram, gerando diversos burburinhos e comentários por toda Londres.

Ele saia com seus colegas e times e eu saia com os meus, inclusive com Fiorella Allegri que passou alguns dias em Londres, já que segundo ela precisava recuperar sua essência. E eu claro, tentei ser uma boa ouvinte e a levei pra um jantar e até mesmo um pub. Não era muito boa com essas coisas, mas tentei dar o meu melhor. Eu conhecia o Dybala e sabia que os dois eram opostos mas se completavam da melhor forma.

No trabalho eu estava vivendo um sonho, já que meu chefe favorito havia dado uma oportunidade de ouro para cinco mulheres da empresa. Acompanhar os times patrocinados pela Puma durante a Copa do Mundo, ajudando com o marketing e no final ter a oportunidade de criar uma campanha pra empresa e para algum dos times que era patrocinado por nós.

Fui chamada discretamente pelo meu chefe, falando que aquela era a oportunidade perfeita para uma promoção. E eu era ambiciosa — e apaixonada pelo meu trabalho — demais pra deixar essa oportunidade tão incrível passar por mim.

Na parte familiar estava tudo na mesma, meu pai às vezes me ligava mas eu estava sem paciência e com rancor o bastante pra não atender nenhuma dessas chamadas, mas estava sempre online para conversar com meus irmãos e com minha madrasta que estava grávida de dois meses, rindo inclusive da possibilidade do bebê nascer com o mesmo signo que eu: escorpião. O que me fazia amar a futura personalidade da criança, já que nosso signo era o que menos dava bem com touro. Signo do meu pai.

Já minha mãe estava pleníssima fazendo uma viagem para Punta Cana com meu padrasto e os filhos dele.

Özil tinha acabado de voltar da Alemanha, onde jogou contra a Espanha e voltou para Londres porque havia sido poupado do jogo contra o Brasil.

— O que você queria me falar ontem quando te liguei? — o jogador disse entrando no quarto, me entregando um pedaço de pizza.

— Você está preparado? — me ajoelhei na cama, deixando a empolgação tomar conta de mim. — E você só vai me dar parabéns quando tudo der certo, tudo bem? — ele riu, concordando com a cabeça. — Ganhei um oportunidade única na Puma, eles escolheram cinco mulheres da empresa de Londres para acompanhar os jogos da copa dos times que são patrocinados por nós e no fim teremos uma oportunidade de criarmos sozinhas, sem precisar da autorização do boss para lançarmos uma campanha pra qualquer time que a Puma patrocina — falei tudo de uma vez só, já que não tinha paciência para explicar a mesma coisa duas vezes.

A expressão do jogador mudou por completo, fazendo com que o sorriso do meu rosto desaparecesse. Özil assumiu uma postura defensiva, cruzando os braços na frente do peito enquanto me encarava seriamente.

— Você só pode estar de brincadeira, Ev... De muito péssimo gosto — a voz em tom amargo preencheu o quarto, me deixando paralisada por alguns segundos.

— Por qual motivo eu estaria brincando? — ri descrente da sua reação. — Achei que você ficaria feliz por mim!

— Feliz? — riu. — Lógico que não! Evie, acha mesmo que eu iria gostar de saber que você está indo de encontro com seu passado, um passado que você sabe que me atinge e que tentou atrapalhar nos dois — aumentou seu tom de voz, deixando seu pedaço de pizza no prato que estava ao meu lado.

— Deixa de ser infantil, Özil! — reclamei revirando os olhos e voltando a me sentar na cama. — Se fosse antigamente eu estaria sim feliz por poder me divertir e principalmente pra trabalhar, mas não sei se você sabe... Eu tenho um relacionamento e olha — bati uma palma, dando mais ênfase naquele momento — esse relacionamento é com você!