Him

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Era amanhã que a escola começava. Ou melhor, era amanhã que a minha universidade começava.

Toda a gente costuma dizer que o liceu é a melhor altura da adolescência, da escola ou até quase mesmo da vida, mas eu não concordo, muito pelo contrário, acho que foi dos piores momentos e recordações de sempre. Algo que não desejara, de todo, repetir.

Desde que fui com a Riley ao Dark Taste,  o meu horário tem estado ligeiramente melhor, mas eu nunca deixei de ir à floresta. Até que me chegou à cabeça uma ótima forma de começar este período da minha vida que queria que fosse tão marcante, já que o liceu não o foi.

Eram 6h da manhã e eu já tinha decidido exatamente o que fazer. Hoje eu não ia à floresta para preparar tudo para amanhã, meio que estava ansiosa, então sentia milhões de borboletas dentro da minha barriga. Fiz a mochila da escola, preparei a roupa para amanhã, limpei o meu quarto, e o melhor, preparei as coisas para a noite que vinha.

Com isto tudo, já eram 8 da madrugada e mas, ainda me faltavam coisas.

"Pai?" falei baixo, enquanto ele dormia no quarto com a minha mãe "Pai?"

"Diz, Evelyn..." murmurou sonolento.

"A tenda?"

"O quê?"

"A tenda, pai?" dizia agora num tom mais alto.

"Nicole." chamou o meu pai, enquanto abanava o ser do sexo feminino deitado ao seu lado "Nicole." continuou.

"O que foi?" perguntou, enquanto eu visualizava esta conversa toda.

"Onde está a tenta?" questionou.

"Querida, já foste ao sótão?" disse minha mãe, falando agora para mim.

"Não." respondi.

"Então só pode estar lá."

"Obrigada, mãe. Pai."

"Boa noite, filha." desejou o meu pai, vendo-o já com a almofada sob a sua cabeça.

"Já agora, Evelyn" começou a minha mãe "Que horas são?"

Eu olhei para o relógio luminoso na mesa de cabeceira do meu pai para ter a permissão de responder à porta.

"8:15h." respondi-lhe.

"Acordaste cedo." afirmou.

"Sim." pausei "Agora durmam."

Saí rapidamente do quarto, não querendo estar mais naquele ambiente falso entre aquele casal falso. Fui até ao sótão, procurando impacientemente pela tenda. Por fim, finalmente encontrando-a escondida atrás de um monte de caixas de cartão com recordações antigas dos meus pais. Que pelos vistos, nem mesmo eles queriam saber.

[...]

Finalmente estava tudo pronto.

Já tinha jantado e acabara de sair do banho. Eram 21h. Eu já estava a morrer, metaforicamente. Desejei uma boa noite à Riley e peguei nas minhas mochilas: da escola; outra com roupa, pijama, etc. e no saco com a tenda. Saí de casa e peguei na minha bicicleta. Pedalei até à floresta. Eu ia dormir lá esta noite, e acordava assim, antes do nascer-do-sol. Acho que melhor que isto, não poderia haver.

Cheguei finalmente ao sítio onde tanto queria, e apenas atirei a tenda e automaticamente ela já estaria montada. Tirei o saco de cama e arranjei-o dentro do mesmo pedaço de tecido que estara agora montado. Vesti o pijama e meti-me lá dentro. Dez minutos passaram e adormeci automaticamente.

[...]

O meu despertador tocou. Eram 6:30h. Como o sítio onde estara ainda se encontrava na mais breve escuridão, pendurei a minha lanterna, tentando construir assim, um tipo de candeeiro, não muito realista, mas com sucesso consegui iluminar o meu pequeno sítio. Encontrava-me pronta às sete horas e na parte exterior da minha tenda verde. O sol começara a nascer e a minha felicidade e disposição aumentava enquanto o preto obscuro estara a ser atacado pelo forte amarelo e branco quente. Desmontei a tenda e peguei na minha pequena mala, guardando na minha mochila da escola uma escova de cabelo, a minha pasta e escova de dentes e um pequeno estojo de maquilhagem, com o essencial. Aventureira, trepei uma árvore e apoiei num tronco duro. Com uma corda que vinha no saco da tenda, agarrei, com força, os meus sacos, para depois os vir buscar, assim que a escola acabasse.

Nightingale | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora