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—... Vo-você? O que faz aqui? — Pergunto segurando a massa neta da porta e ficando em pé.

Ele meneia a cabeça pro lado brincalhão.

— Desculpa, mas acho que essa pergunta sou eu que faço.— Diz cruzando os braços sobre o peito.

Merda, queria me jogar em um buraco e nunca mais sair de lá. Que droga, agora além de fraca sou uma garotinha qualquer que chora por qualquer canto. Ai meu saco.

Entorto a boca enquanto penso. Se bem que ele está certo. Eu chego aqui e sem mais nem menos bato forte a porta sem nem saber se estou sozinha ou não. Eu e meu jeito brusco de ser.

Sem jeito, murmuro:

— Bom.. Eu...

Ele respira fundo e mantém o olhar em mim.

— Não precisa se desculpar gata.

Abro um riso de desdém.

— Ai. Se tu acha que vou pedir "desculpas" tá muito enganado!

Balançando a cabeça ele volta seu olhar pro saco de pancadas e começa a socá-lo.

— Sei disso.— Diz seco.

Enquanto ele usa seus golpes contra o saco permaneço escorada contra a parede e automaticamente meus olhos se voltam para seu corpo. Sua tatuagem do pescoço até o antebraço esquerdo- Um pássaro tribal triste. Isso me faz lembrar de Arthur. E o pior é que as duas são idênticas e pra piorar no mesmo local. Talvez ele... Não, os dois são bem diferentes. Não pode ser. Mas em uma coisa são iguais. os dois são lindos e me detesto por admitir isso. De onde estou posso ter a ampla visão dos músculos do mascarado se movimentando enquanto ele detona o saco a frente.

— Só pra você saber odeio fotos!— Solta segurando o saco e me olhando de baixo pra cima.

Fotos?

Pisco algumas vezes até que consigo compreender do que ele está falando. Com certeza notou meu descaramento ao vê-lo de baixo pra cima. Droga.

Reviro os olhos e ando até a janela a frente. Rolo os olhos para baixo e fico feliz por não ver mais ninguém na porta da acadêmia. Há não ser por um grupo de garotos que estão conversando e gargalhando sobre algo. Bobagens.

— Me responde uma coisa... Como foi perder pra uma garota como a Tina?— Pergunta zombeteiro.

Eu mereço.

— Não é dá sua conta.— Retruco virando pra ele e nos encaramos.

Ele estala a língua.

— Hum... Eu acho que é sim, sou da acadêmia agora, então...

Pigarreio e levanto as mãos em rendição.

— Se quer saber me sinto ótima e ela não ganhou de mim, eu permiti que isso acontecesse.— Rosno chutando um banco do lado da janela.

— Claro que foi.— Comenta segurando um riso.

Me aproximo do saco de pancadas e dou um soco.

— Que porra. Por que minha vida te interessa tanto me diz?

Ele ri novamente. Será que ele vai continuar rindo assim depois que eu quebrar os dentes dele de uma vez?

É tenho mente psicopata mesmo.

— Na verdade não é sua vida que me interessa.— Responde me olhando de baixo pra cima maliciosamente.

Bufo. Ah, Que idiota.

Ringues do coração♥Onde histórias criam vida. Descubra agora