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Viro de lado e o vejo ali escorado ao portão da academics, com seu jeito arrogante e estupidamente convencido, como se há horas estivesse ali. A minha espera. O que não seria novidade. Olha-me nos olhos, mas desvio o olhar e diferente de mim Apollo vai ao seu encontro e ambos se abraçam sem se importar com os olhares que passam por nós. 

Permaneço em silêncio os observando e principalmente o analisando de baixo pra cima. Se antes eu era curiosa a seu respeito, acredite, agora serei ainda mais.

- Vamos pequena.- Chama Apollo pegando minha mão.

O mascarado entra ao nosso lado e não para de virar a máscara na minha direção. Como se amasse me ver irritada, como se zombasse de mim. Posso não olhar seu rosto, mas sei que me encara sempre que possível.

E o pior é, não consigo ignorá-lo.

Assim que os outros notam minha presença, todos vem até mim e me abraçam. Sorri com todos, afinal eles não tem culpa da merda que tá aquilo que chamo de vida. E apesar de estar agora relatando em mínimos detalhes sobre minha suposta fulga, que pra mim não passou de dias de férias,  sinto seu olhar em mim. É como se me analisasse a todo instante. Ele conversa com alguns dos garotos e entra no vestiário.

Aperto a boca. Fecho os olhos por um momento tentando me livrar da curiosidade, até que...

- Ruby...- Sussurra alguém perto do meu ouvido.

Viro e dou de cara com Levi e seu sorriso inesquecível, sem aviso ele me abraça não deixando de beijar minha testa. Abro um riso pra ele também. Podemos não ser mais nada um pro outro, mas sinto uma forte ligação quando estou do seu lado.

Sorrisos e abraços se decipam assim que Apollo grita pra todo mundo ir treinar. Como sempre autoritário. Movimento a cabeça pra Helena que mesmo distante não deixa de sorrir e saio dali, mas quando subo as escadas em direção ao vestiário das meninas. Ouço a voz do mascarado abafada a falar com alguém pelo celular. Bufo e dou mais um passo a frente.

Preciso parar com essa curiosidade sobre ele. Só não sei como.

Meu instinto e a curiosidade falam mais alto e sou levada automaticamente ao vestiário dos meninos. Tendo em mente que todos aqui devam entrar em seus respectivos vestiários, ou seja, quem desrespeitar sofre punição e Apollo nem sonha em me ver nessa área.

Sigo calmamente não deixando de dar passos lentos e olhando para cada canto dali. Me encosto na parede e em segundos ouço ele gritar:

- Que merda... Eu te avisei que essa porra não ia dar em nada...- Fica em silêncio como se esperasse pela voz do outro lado do celular e continua:-  Pode ser, pode ser... Lembrando Mano isso é só entre nós... Não, não te preocupa ela tá na minha mão.

Ela tá na minha mão, ela quem?

Dou mais um passo a frente e não percebi que o chão estava liso por conta da limpeza diária, esqueceram de tirar a água do assoalho o que me fez deslizar pra dentro do vestiário e cair de bunda no chão fazendo o barulho ecoar pelo lugar. Engulo em seco e aquele grande corpo se volta pra mim, pra ver quem é a bisbilhoteira.

Merda.

- Ru-Ruby?... Não, não... Ligo depois!- Ele rosna pra pessoa do celular, o guarda no bolso da calça jeans e cruza os braços pra mim.

Pisco incrédula comigo mesma. Como pode ter dado errado?

Gosto de ter controle sobre todas as situações em quaisquer circunstâncias. Me auto reprovo. Que droga você é em Ruby. Tento levantar do chão, mas é impossível e o chão não está em seus melhores dias, está tão liso que caio novamente. Muito obrigada pela limpeza hein pessoal.

Ringues do coração♥Onde histórias criam vida. Descubra agora