por um acaso do destino errado

capítulo 6

... Ele encosta sua boca na minha, sinto quando todos meus pelos arrepiam com o toque dele, seu beijo é lento, parece proporcional, ele deseja isso ele quer que eu sinta mais até que eu peça isso, mais ele não me conhece eu não peço mais, faço a pessoa querer mais, sigo no seu ritmo, ele coloca sua mão em minha nuca, eu minhas duas em sua costas.
Com sua mão direita, empurra meu corpo colando com o seu, fazendo-me sentir partes desejadas indesejadas neste momento, ele tenta aumentar a velocidade do beijo mais paro.

- Você não pode. - Falo ainda de olhos fechado.

- Por que não? - Ele pergunta com seus lábios rosados, com cara de quem deseja mais.

- Não sei, foi você quem me disse isso, esqueceu? -  Relembro.

- Não, mas esquece o que eu falei, disse aquilo sem pensar eu desejei te beijar, porém estava com medo era cedo demais, embora estejamos só ficando, eu estava confuso naquele dia estava saindo pra poder organizar meus pensamentos e não era justo eu te beijar por beijar, eu tinha que está entregue como hoje. - Ele diz e se aproxima. - Eu te desejo demais, está perto aqui é doloroso.

- Você é confuso e me deixa extremamente confusa, uma hora não quer outra hora quer, está perto de mim é doloroso, o que está acontecendo? - pergunto.

- O caldo vai secar. - Ele diz e lembro que está no fogo, vou apagar e volto até ele.

- Vamos comer, será melhor. - Digo balançando a cabeça negativamente, é incrível o que acontece entre nós dois, somos 8 e 80 no mesmo instante, ele quer mais não quer, é difícil entender ele eu juro que é, não tá fácil pra mim isso, sendo que ficar com uma pessoa sem compromisso é algo tão fácil, troca de saliva na verdade, por que tanta complicação?

- Você que fez o caldo? - Ele pergunta meio sem jeito.

- Sim. - Respondo do mesmo jeito dele, ponho o caldo na travessa e levo pra mesa, ele senta e eu em seguida. - Gosta de pimenta?

- Sim. - Ele diz. - E você?

- Também. - Falo, sinto uma enorme vontade de respirar fundo, que situação é essa meu Deus.

- Precisamos parar?! - Ele diz me fazendo direcionar e fixar meu olhar nele. - Não pode sentir essa vergonha toda, conversei com Lorenzo, você é o oposto do que ele falou.

- O que ele falou? - Pergunto, minha voz falha ao emitir.

- Que você era espontânea, engraçada,  legal, brincalhona tudo levava tranquilamente não entendia nada errado, que tua mente era aberta. - Ele diz. - Entendo que falei sobre "oposto" Não me refiro a tudo, mas só conheci seu lado tímida, e fica complicado conversa contigo assim, não temos chances de nem nos conhecermos melhor.

- Realmente, acho que sou mais ou menos tudo isso que ele falou sim, mais você me faz ficar tímida, nunca levei um fora e você me deu um sem pena, queria que eu ficasse como pra ti? - Desabafo e me arrependo, não queria que ele soubesse de tudo, nem que senti sobre aquilo.

- Mais não foi exatamente um fora. - Ele diz e sorrio com sua cara.

- E foi o que? - Pergunto. Sirvo meu caldo. - Quer agora?

- Sim, por favor. - Sirvo ele também. - Não foi um fora, eu só não estava bem pra beijar ninguém, e você não deveria se sentir assim, você é linda demais, mil homens por aí te quer, ontem estavam todos babando por você, eu inclusive.

- Você não estava nada. - Falo. - Se tivesse tinha feito que nem aqueles filmes, teria me beijado no banheiro me colocado na pia.

- Esqueci que você tem uma imaginação incrível, mas... essa história me agrada. Podemos fazer se quiser. - Ele pisca e sorrio boba diante daquele homem.

- Você é Hilário. - Falo e tomo um pouco de caldo, pego um pão e corto ao meio.

- Seu caldo é maravilhoso. - Ele fala. - Já pensou em ser escritora?

- Você elogia meu caldo e pergunta se eu quero ser escritora? Como assim? Senti uma ironia. - Falo rindo dele que faz uma cara de assustado, imediatamente passa o guardanapo na boca.

- Perdão Mariah, foi sem intenção,  é que você tem uma imaginação incrível, fora que cozinha super bem, mais você poderia mesmo ser escritora. - Ele fala. - Sua comida é dos Deuses.

- Já entendi, não se confunda mais. - Falo e ele ri.

- Você me confundi. - Ele diz.

- Jamais, olha pra minha cara e vê se eu tenho cara de quem confundi. - Ele me encara e concorda.

Comemos e depois que recolhi a louça servi dois café, entreguei e me sentei ao seu lado no sofá.

- Seu café é muito bom. - Ele diz. - E aí vai pra Londres comigo?

- Não posso ir pra Londres com você, tenho que me organizar aqui que ano que vem vou passar um ano lá, ou nos Estados unidos. - Falo. - Por isso esse ano não penso em sair do Brasil.

- Vai passar um ano? Tem algum projeto? E você vai poder passar este tempo lá?  - Raul pergunta.

- Sim tenho um projeto lá, e sim vou poder. - Digo.

- Qual projeto? - Ele pergunta.

- É... Quer mais café? - Pergunto.

- Não precisa mudar de assunto entendo se não puder falar. - Ele diz e sorrio com o seu jeito compreensível.

- Obrigado. - Digo a ele, termino meu café e ele também, levo sua xícara junto com a minha pra pia.

- A quanto tempo tem o bar? - Ele pergunta na mesma hora em que me sento no sofar.

- Desde os meus quinze anos, então faz nove anos. - Digo.

- Há, você é muito nova. - Ele diz.

- 24 anos é nova pra você? - Pergunto rindo.

- Sim, estou com 26 já. - Ele diz.

- O idoso!!! - Falo e ele ri.

- Muito bom conversa com você sabia? Você me faz esquecer as turbulências da vida. - Ele olha pra minha mão e segura, voltando seu olhar pra mim é diz:
- Por que não te conheci antes? Já teríamos tido tempo suficiente.

- Tudo acontece no tempo certo, não acha? - Olho pra ele e ele sorri.

- Mas... você é tão legal, faz tempo que não converso com alguém que me agrada tanto, as pessoas vem sempre com interesse ou não são legais. - Ele respira fundo. - Não sei o que você tem, mas me agradou pra caralho.

- Delicadamente Grosso. - Rimos novamente, na verdade só faço isso quando estou do lado dele, e é tão bom sentir isso.

- Você tem um jeito diferente menina, um diferente encantador, você jamais entrará em um canto despercebida. - Ele diz e encaro seus olhos.

Ele se aproxima de mim e me beija...