Anjo da Guarda... Bobagem!

Capitulo 8

Caleb's Pov:

Estava preocupado com a Angel... quem é que eu quero enganar, preocupado é eufemismo, eu estou completamente apavorado com o que lhe possa acontecer.

Não sabia que ela fumava, será que ela já fumava antes de eu me ir embora e eu não sabia.

Então, porque é que há qualquer coisa na minha mente que me diz que a culpa é totalmente minha, porque é que sinto este aperto no coração como se fosse eu o causador disto tudo. Então era isto que o velho de merda queria dizer com "maus caminhos". Nunca imaginei que a minha Angie fosse capaz de fazer uma coisa destas.

Estava a voltar para casa dela, pois apesar de ela ter ido pelo caminho oposto, ela pode ter seguido por um atalho e ter voltado para casa. Mesmo assim tenho um mau pressentimento, como se alguma coisa ruim lhe estivesse a acontecer agora mesmo, espero que seja só a minha imaginação e não outra coisa.

Cheguei à casa da Angel e como ela é que tinha a chave fui obrigado a tocar à campainha. Quem atendeu foi a mãe de Angel.

–Bem vindo a casa Caleb... a Angel não está contigo?

–Ela ainda não voltou para casa?- mas afinal onde é que ela se meteu?

–Não, desde que vocês saíram de manhã ela ainda não voltou.- assim que Luci acabou a frase eu sai correndo que nem um retardado.

–MAS ESPERA, CALEB O QUE É QUE ACONTECEU!?!?- ainda consegui ouvir Luci gritar, mas eu já ia demasiado longe para responder.

O meu pressentimento estava certo, passa-se algo com a Angel, eu tenho que descobrir onde ela está e depressa.

Angel's Pov:

Eu continuava parada na mesma posição e no mesmo lugar que antes, as minhas lágrimas encontravam-se agora secas e já não escorriam pela minha cara. Eu estava à espera que alguém me encontrasse, mas quem me encontraria neste fim do mundo.

–Olha, olha o que encontramos aqui.- ok retiro o que disse, infelizmente para mim a pessoa que me encontrou não era bem o que eu estava à espera.

Eu continuei na mesma posição sem mexer um músculo.

–Parece que temos aqui uma gatinha perdida.- disse uma outra voz, e pelo o que percebi as vozes eram todas masculinas.

–Ei, não falas gatinha...- senti uma mão a tocar-me no ombro, encolhi-me de medo até ouvir uma terceira voz.

–NÃO TE ATREVAS A TOCAR-LHE.- eu conhecia esta voz, era a voz do...

Caleb.

–E quem é que tu pensas que és? Vai-te embora, nós vimo-la primeiro.- disse a primeira voz com ar de desprezo.

Eu continuava na mesma posição, sem me conseguir mexer e com lágrimas a ameaçarem cair no meu rosto.

Ele veio salvar-me, mesmo depois da forma como eu lhe tratei, ele vem salvar-me.

–Sou o namorado dela, algum problema? Agora é melhor pirarem-se daqui antes que eu vos tire esses sorrisinhos da cara.- namorado... ele disse mesmo que era meu namorado... eu sei que é só para eles se irem embora, mas então porque é que o meu coração disparou assim que ele disse esta palavra...?

Levantei ligeiramente a cabeça e reparei que os dois idiotas na minha frente murmuravam alguma coisa entre si, que eu não consegui entender, viraram costas e foram embora.

Continuava a olhar na direcção em que eles tinham fugido quando oiço passos a virem até mim, não tive coragem para o encarar, estava demasiado envergonhada por ter mostrado parte fraca, mas eu estava demasiado abalada pelo facto de Caleb ter descoberto que eu fumava e depois ainda tinham que vir uns trogloditas quais quer meter-se comigo, eu não sabia mesmo o que fazer.

–Estás bem?- Caleb praticamente sussurrou a pergunta.

A única coisa que consegui fazer foi abraçá-lo e desabar nos seus braços, eu não aguentava fazer-me mais de durona, pelo menos não com ele, ele sempre conseguia ver-me até mesmo aquilo que eu não quero de maneira alguma mostrar. Era assim à dois anos atrás e continua a ser assim mesmo depois do tempo que estivemos separados. Eu precisava dele, ele era e é o único que me compreende, o único com quem eu realmente posso ser honesta e é com ele que eu posso sempre contar, para tudo.

–Pronto Angie já passou, eu estou aqui e não vou deixar que te aconteça nada de mal, prometo.

–Eu tive medo, se tu não tivesses chegado eu...

–Pronto Angie não penses mais nisso, eu já estou aqui e não deixarei que ninguém te faça mal.

–Prometes?- eu parecia uma menina patética agora, mas quem se importa, a culpa era dele e só dele que despertava este lado frágil de mim.

–Prometo.- pausa.- Angie, nós temos de conversar...

Fudeu...

Caleb's Pov:

Olhar para Angie naquele estado foi como se levasse uma facada em cheio no coração. Ela estava tão indefesa, tão vulnerável, que logo consegui perceber que, aquilo de menina durona que não dá a mínima para o que os outros pensam, não passava de uma fachada. Um modo de se defender. Mas ainda assim eu não poderia deixar a história do tabaco passar, não sem antes falar com ela, e se isso não resultasse, teria que passar ao plano B.

Qual é... pois não faço a mínima.

–Caleb eu...

–Mas não aqui, num sitio mais calmo onde possamos falar com calma.

–Eu não me vou safar pois não?

–Não mesmo.- disse enquanto a ajudava a levantar-se.

–Porquê?- foi a única coisa que perguntei enquanto andávamos até à sua casa, o caminho ainda era um pouco longo, por isso se esta conversa correr como eu espero, conseguiremos esclarecer tudo antes de chegarmos a casa. Ela deu um longo suspiro e sem me encarar começou.

–Experimentei, e depois não consegui parar...

–Não acredito em ti, a Angel que eu conheço nunca faria uma coisa dessas sem razão.- disse com um tom de voz firme, eu sabia que ela me estava a mentir, eu sei perfeitamente que quando ela não consegue encarar uma pessoa nos olhos é porque está a mentir.

–Talvez o problema seja mesmo esse, é que tu não me conheças tão bem quanto pensas.- murmurou ela, mas não suficientemente baixo para que eu não a ouvisse.

–O quê?

–Se tu me conhecesses tão bem como dizes que conheces...- começou ela com o tom de voz um pouco mais alta, parando de andar, eu parei logo em seguida um pouco mais à frente dela virando-me ligeiramente para trás para poder olhá-la.- terias percebido...

–Teria percebido...?- ok agora fiquei confuso, como assim teria percebido? O que teria percebido?

–Que a culpa, da minha mudança, que a culpa de eu ter começado a fumar... é tua.- ela não me encarava, mas eu sabia que ela não estava a mentir. Como assim a culpa era minha?

–Como a- ela não me deixou terminar, respondendo à minha pergunta inacabada.

–Tudo o que eu fiz, foi para aliviar a dor, a saudade e o stress que sentia. Por já não ter a pessoa que amo ao meu lado... eu sempre te amei e ainda te amo.- disse finalmente me encarando, com lágrimas nos olhos.

"Não te apaixones por ela..."

Pois, eu estou completamente fudido...