Capitulo 9

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Caleb's Pov:

Sabem, aquele momento em que a rapariga que amam diz que sente a mesma coisa por vocês, e a única coisa que querem fazer é correr, abraçá-la com todas as vossas forças e dizerem que sentem exatamente a mesma coisa. Era exatamente isso que me apetecia fazer neste mesmo momento, porém as coisas para mim não são assim tão fáceis, pelo simples facto de eu não ser humano, de eu já não fazer parte deste mundo.

Aqui estou eu, numa rua escura, com a rapariga que amo mesmo à minha frente, com as palavras que eu sempre desejei ouvir, acabadas de sair dos seus lindos lábios, que eu tanto ansiava beijar neste momento.

"Não te apaixones por ela..."

"Não te apaixones por ela..."

"Não te apaixones por ela..."

"Não te apaixones por ela..."

"Não te apaixones por ela..."

"Não te apaixones por ela..."

Apesar de tudo, estas eram as palavras que não me saiam da cabeça.

E agora o que faço? Se eu disser que a amo, muito provavelmente, apesar de eu não ter a certeza, o meu trabalho acaba, tornar-me-ei um secretário do céu, ou até mesmo o assistente da Cate, nunca mais voltarei a ver a Angel na minha vida e recrutaram outro anjo para fazer o meu trabalho, por outro lado, se eu lhe disser que não sinto nada por ela, a nossa amizade pode não voltar a ser a mesma, o ambiente ficaria... estranho entre nós, para não falar que lhe estaria a mentir e é uma coisa que eu não gosto mesmo nada, principalmente a ela.

–Não dizes nada Caleb?- fui tirado dos meus pensamentos, por uma Angel completamente envergonhada, olhando para os seus sapatos, como se eles fossem a coisa mais incrível e interessante, que ela já tenha visto na sua vida inteira.

–Hm... Angel eu...-bem, parece que não tenho alternativa- Angel, eu adoro te mas...

–Não é da mesma maneira.- interrompeu me, completando a minha frase, e ainda não me encarando.

–Desculpa...- foi a única coisa que lhe consegui responder, eu não fazia a menor ideia do que lhe poderia dizer mais.

Isto foi a mentira que mais me custou dizer durante a minha vida inteira, apesar de eu detestar mentir, eu não poderia permitir que o velho de merda me tirasse este trabalho, eu já não estava nisto porque não queria me tornar num secretário, eu agora estou nisto para valer, a dar o meu máximo, irei fazer de tudo para que ela deixe o tabaco, e para que tenha uma vida mais feliz, mesmo que isso implique fazer com que ela me odeie.

–Por que pedes desculpa, não é como se tivesses culpa de alguma coisa. A culpa não é tua de não sentires o mesmo que eu.- a sua voz era baixa e tremida, como se estivesse prestes a chorar.

Vê la desta maneira está a partir me o coração aos bocados, como se alguém mo estivesse a arrancar, muito lentamente, pedaço a pedaço, de propósito para me torturar.

O que mais me apetecia fazer agora era correr, abraçá la, beija la e dizer lhe inúmeras vezes que a amo, que ela é a única que eu quero, e contar lhe toda a verdade, sobre eu ser o seu Anjo da guarda e do trabalho que vim fazer, o trabalho de protege la. Mas eu sei que não posso, apesar de não saber bem o que propriamente me aconteceria se eu admitisse que estou apaixonado por ela, eu nem sequer deveria sentir este tipo de sentimentos por ela, mas o que posso fazer, como se costuma dizer, não se manda no coração. E neste momento, o meu está desfeito em mil pedacinhos.

–Angel eu...

–Vamos para casa.- interrompeu me, elevando um pouco o sua voz, no entanto o seu tom continuava um pouco tremido.

Ela passou por mim, quase à velocidade da luz e foi andando à minha frente sem me esperar ou mesmo olhar para a minha cara. A única coisa que eu fiz foi, dar um grande suspiro e começar a segui la.

Andávamos os dois de cabeça baixa, sem pronunciar uma única palavra, fazendo com que um ambiente tenso se instalasse entre nós, o tipo de mau ambiente que eu queria evitar.

Fizemos o caminho todo em silêncio, não pronunciando uma única palavra mesmo depois de chegarmos a sua casa.

Assim que entramos em casa, Luci veio logo dar um dos seus famosos abraços de urso a Angel e dizer lhe o quanto ela e Andrew (pai da Angel) tinham ficado preocupados, quando eu cheguei a casa sem ela.

Angel simplesmente respondeu um "desculpa" tão baixo que eu quase não percebi o que ela disse, e eu não estava assim tão longe dela para não ouvir o que ela dizia.

Luci ao perceber a sua voz baixa e murcha perguntou lhe se ela estava bem e mais uma vez Angel deu uma resposta baixa e murcha dizendo que estava cansada, que iria para o seu quarto e que não desceria para jantar.

No momento em que Angel fechou a porta do quarto Luci virou se para mim com a cara séria.

Boa coisa não iria sair de certeza...

–O que é que ela tem Caleb, aconteceu alguma coisa?- perguntou e preocupação era completamente visível em sua voz.

Conto, não conto... o que é que eu faço!?!?

–Não faço ideia, eu encontrei a no... na... padaria!!! Sim, foi isso.- eu já disse que sou ÓPTIMO a dar desculpas.

–Na padaria, a estas horas?-Luci olhou me desconfiada.

–Pois, vai se lá saber, afinal, é da Angel que estamos falando, por isso...

–Estás a chamar a minha filha de idiota, menino Caleb?- Luci parecia séria, mas pelo seu tom de voz notava se que ela estava a brincar.

–Eu? Nunca, jamais!- respondi, na brincadeira também.- Bem, Luci eu também não estou com muita fome e estou um pouco cansado por causa da correria, por isso vou para o quarto, bom jantar.- disse virando me para a direcção das escadas.

–Oh, ok, boa noite Caleb.

–Boa noite.

Fui em direcção ao meu quarto, parando na porta e olhando na direcção do quarto de Angel. Ainda pensei em ir lá falar com ela, mas hoje era melhor não, foi um dia muito cansativo e cheio de emoções.

Só espero que os próximos sejam melhores...

E foi com estes pensamentos que, já deitado na minha cama, adormeci.

Anjo da Guarda... Bobagem!Onde histórias criam vida. Descubra agora