Pensamentos II

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(...) Ainda agora não consigo perceber a ligação tão forte que tinha com a Natália.

Depois do fogo de artifício na festa fomos encontrar o irmão da Natália, os rapazes ainda nos viram mas dissemos-lhe que imos com o irmão da Natália e eles não insistiram mais nada.

No carro estamos as duas no banco de trás, e eu cheguei-me para ao pé dela e passei as mão pelas costas dela. Ela agarrou a minha mão do outro lado e não largou até casa. O irmão dela chamava-nos siamesas.

Irmão: Aquelas duas vêm sozinhas no banco de trás e mesmo assim vem coladas uma a outra. Sois bem siamesas. Onde ides dormir esta noite?

R: Não disse nada a minha mãe por isso tenho de ir dormir a casa.

Irmão: Tu ficas lá oh segunda siamesa?

N: Não sei.

R: Fica.

N: Mas a tua irmã não está lá no teu quarto?

R: Está, mas ela pos lá uma cama pequena.

N: Está bem, fico em casa da Rita então.

Irmão: Não te esqueças que as 8h tens de estar em casa que temos de ir ajudar o pai a buscar lenha.

N: Ok.

Fomos deitar-nos. Sentia um clima diferente depois da conversa da noite quando estamos a ver o fogo de artifício. Pensava no não ser normal querer estar sempre com ela. Não querer que ela estivesse com outras pessoas e ficar contente só porque ela me deu a mão quando estamos a ver fogo de artifício.

Nessa noite na cama junto a ela comecei a sentir diferente, a cama era pequena e ela estava colada a mim como já timos dormido tantas vezes, era verão dormíamos de calções, toquei na perna dela e em vez de me afastar depois rocei a minha perna na dela. Ela estava de costas para mim e pega na minha mão, como sempre fazia, mas desta vez em vez de a deixar só encostada a barriga dela como fazia sempre passou-a por baixo da camisola dela. Ao mesmo tempo que a minha mão toca a barriga dela sinto um calor absurdo por todo o meu corpo, um formigueiro na minha barriga e a minha respiração a ficar acelerada. Ela encosta-se mais a mim e eu beijo-lhe as costas por cima da camisola, com um movimento dela faz com que a minha boca fique a tocar na orelha dela e eu beijo-a também, e depois beijo-lhe o pescoço muito ao de leve enquanto ela aperta mais a minha mão contra a barriga dela. Sentia o meu corpo todo a arrepiar. Uma sensação como nunca tinha sentido. Minha irmã vira-se na cama onde estava e ao fazer esse movimento, mesmo o quarto escuro foi como se ela nós tivesse visto e paramos aquele movimentos. Minha irmã não costumava dormir ali mas o quarto dela estava ser pintado então essa noite tinha ficado ali. Mesmo parando adormecemos assim abraçadas. 

De manhã quando acordo Natália já não estava na cama. Já eram dez da manhã e ela saiu as oito para ir ajudar em casa, não dei conta que ela saiu, o que me deixou um pouco triste porque eu queria vê-la.

Estamos na hora de almoço quando uma vizinha vem a nossa casa dizer que Natália, o irmão dela e o Pai tiveram um acidente com o tractor e que não se sabia se estavam muito feridos. Naquele momento foi como se me tivessem roubado um pedaço da minha lucidez. Entrei em desespero. Chorava, pedia para meus pais me levarem ao pé deles, mas eles diziam que não sabiam onde eles estavam. A ideia de lhe ter acontecido alguma coisa a Natália, de não a ver, deixou-me paranóica. Tiveram de me dar um calmante. Lembro-me ter adormecido a chorar. Quando acordei, gritei pela minha mãe  a perguntar por Natália.

Mãe: Calma rapariga. Tu estás descontrolada, estão todos bem. A Natália está bem, só teve uns arranhões e pisaduras, o irmão partiu um braço e o Pai tem um golpe na cabeça só. Estão todos bem. Ainda não vieram do hospital mas devem estar a chegar.

Meu Amor (História Lésbica) -completa-Onde histórias criam vida. Descubra agora