Coisas estranhas

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Corte temporal
Era sexta novamente, vitor e Anderson andavam com suas mochilas nas costas, em direção às suas casas, enquanto isso, conversavam
A-a semana passou rápido né?!
V- pois é, em uma semana eu fechei 3 provas, meu novo recorde!
A-é você tinha comentado
V- é, fiquei feliz, uma pena que eu não tenho um pai que nem o teu pra comemorar comigo me levando no outback
A-a gente pode ir todo mundo no outback qualquer dia...
V-se pá... mas você sabe que eu só moro aqui por que meu pai tem seus contatos né? Eu não tenho dinheiro que nem vocês
A-uma vez na vida não mata ninguém
V- é vamos ver, eu queria muito ir!
A-a gente vai dar um jeito, rela... pera, aquele ali é o Davi?! Ele não tinha sumido? Os pais dele estavam loucos procurando ele... bem que eu estranhei que do nada os carros de policia pararam de passar durante a semana!
V- que estranho, mas então por que ele não foi na aula a semana toda, sendo que tinham achado ele?
A-isso tá muito esquisito vitor, a gente tem que conversar com o Darei, se pá ele sabe alguma coisa disso!
V- você sabe que ele não tá conversando muito esses tempos, ele só começou a ir na aula quarta
A-e vocês Ainda insistem que tá tudo normal!
V- ele só tá com raiva pelo que você falou cara, você é que insiste em dizer que ele tá estranho
A-não, tem alguma coisa errada sim! Como pode o menino sumir e do nada voltar assim? Sem ir na aula? Simplesmente assim... puf, do nada...
V- é quanto a isso você tem razão, se é pra falar com o darei, vamos falar sobre o davi, e esquecer o que você disse sobre ele
A-tudo bem, mas eu tô falando, tem algo errado aí! Faz assim, manda mensagem pro tales agora, e vamos falar com o darei, ele já deve ter chegado em casa
V-ok, deixa comigo
E assim os dois continuaram andando
Quando chegaram na esquina onde tales esperava por eles, foram direto para a casa de darei, ao chegar, já foram batendo interfone e esperando uma resposta
Em pouco tempo Darei chegou no portão, e logo perguntou
D-o que foi?
V- nós precisamos conversar, mas não aqui fora
D- não sei se eu quero deixar vocês entrarem
V- vamos Mano, para de bobagem!
D- não é bobagem, é uma questão de confiança, como vocês querem que eu confie em vocês se vocês ficam falando coisas nas minhas costas?
A-mano, desculpa, serio! Não devia ter pensado aquilo sobre você, eu acho que eu tava com medo de te perder... você é um amigo e tanto! Por favor, me perdoa, eu que comecei essa bobagem de desconfiança!
D- sobre o que vocês querem falar?
A-sobre o davi!
D- eu sabia! Eu sabia que era isso! O cara desaparece do nada, ninguém sabe o que aconteceu, e olha aí, vocês estão sendo ridículos sabiam disso?
A-não é isso caramba! A gente viu ele! (Falando cada vez mais baixo) andando por aí!
D- Han? Duvido!
A-eu também não acreditei, mas é como você disse, questão de confiança... por favor, deixa a gente entrar
Corta para todos sentados em uma mesa, longe da casa de darei, um lugar que eles não costumavam frequentar, a discussão iria pegar fogo bicho
D- tá então vocês viram ele, e o que isso tem a ver comigo?
A-não é sobre ter a ver, mas é que eu esperava que você pelo menos soubesse que ele voltou!
D- e como que eu vou saber?
A-não sei, mas você é mais próximo dele, vocês conversam!
D- isso não significa que eu sei de tudo na vida dele
A-eu sei mano! Mas isso foi muito esquisito!
D- olha, eu cheguei a mandar mensagem pra ele quando eu fiquei sabendo, mas ele não respondeu, ele não entrou em nenhuma rede social desde domingo passado as (olha o celular) Meu deus! (Fala assustado)
A-o que? O que?
D-ele está online agora
A-viu, eu disse que ele voltou! Mas parece que ninguém percebeu!
D- isso é realmente esquisito, eu tenho que falar com ele
T- isso realmente não faz sentido, ele teria voltado pra escola... a não ser que ele tenha acabado de voltar
A-se ele tivesse acabado de voltar então a gente veria os carros de policia vindo, e eles também não iriam simplesmente parar de procurá-lo, certo?
T- talvez não seja bem isso, mas não sei se faz algum sentido o que eu ando pensando
V- e o que você tá pensando?
T- se é que ele voltou agora, então é porque provavelmente ele foi dado como morto, se não, ele não foi pra escola pra não causar alvoroço, até por que depois de ficar desaparecido a pior coisa pra ele seria um bando de gente perguntando e falando na cabeça dele
V- verdade, faz sentido
T- algo me diz que segunda feira as coisas vão ficar mais explícitas
D- eu vou na casa dele falar com ele!
V- você não ouviu o que o tales acabou de falar? A última coisa que ele quer é gente em cima dele! Ele deve ter passado por algo muito ruim! Nem deve querer conversar sobre isso
D- mas ele é meu amigo, ele vai querer falar comigo
A-se ele quisesse mesmo falar com você ele teria respondido sua mensagem né?
T- é melhor deixar as coisas rolarem naturalmente, se virmos ele de novo, agimos como sempre, olhando com cara de nojo
A-e o darei cumprimentando obviamente
D- vamos mesmo começar essa discussão de novo?
A-não, mas é isso que você faz quando vê ele não é?
D-é
A-então pronto, mas e aí, o que vamos fazer agora?
V- tem alguém aí com fome?!
As bicicletas começam a rolar, os 4 vão em direção ao clube almoçar, enquanto eles andam, a musica "life is a highway" dá o tom para a cena
Eles chegam no clube e a musica vai diminuindo junto com a entrada dos amigos, eles percebem que o clube está muito vazio, não há ninguém, com a exceção deles, aquele grupo de amigos que sempre dava animação ao lugar não estava ali mais
A-é quase se nós quiséssemos isso!
V- verdade, depois de tantas vezes desejando ser os únicos aqui, acho que não era bem assim que eu imaginava
A-muito menos eu
T- nós vamos só almoçar, não vamos ficar olhando pro nada
A-da última vez o darei ficou
D- é, mas não dessa vez
A-me desculpa perguntar, mas o que você ficou fazendo aqui fim de semana passado?
D- eu acho que comi muito, aí eu queria dar uma descansada, fiquei só olhando pro nada mesmo
A-tendi
Eles então comeram, corte para quando já terminaram e os pratos foram todos recolhidos, e assim que o silêncio tomou conta da cena, Anderson disse
A-acho que a gente devia procurar ele
D-ele quem?
A-o davi! Não pra falar com ele, mas pra ver se tem mais alguma coisa estranha sobre isso!
D- você quer então espionar ele?
A-não é bem espionar, é... ficar de olho
D- isso é basicamente espionar com palavras diferentes!
A-ta que seja então, eu acho que deveríamos fazer isso pra ter uma melhor ideia do que tá rolando
V- desculpa mas não sei se me sinto confortável em ficar andando por aí procurando uma pessoa que estava desaparecida
T-é, fora que ele deve estar em casa, não tem motivo pra ele ficar andando por aí! Nós vamos ficar que nem bobos andando por aí sem achar nada do que estamos procurando!
A-mas é que tá tudo tão esquisito, que eu tô achando que é capaz de a gente ver ele! Eu nem sei se aquilo era real?
D- não era real, era barcelona! (Faz pose)
A-é sério mano, não é piada!
V- como assim você não sabe se foi real? Você tá maluco?
A-mano eu não tô duvidando de nada recentemente! Mas vamos fazer uma votação então, é o mais Justo né?
T- acho que sim
A-ok então, levanta a mão quem não quer ir ver se a gente vê ele
Assim, todos os 3 levantaram a mão, menos Anderson que havia sugerido a busca
A-ok, se é q vontade da maioria, vou respeitar, mas então, o que vocês querem fazer?
Eles se olharam, ninguém sabia ao certo o que queriam, se é que queriam algo, até que Darei se virou e falou
D- sinceramente eu iria gostar de ficar em casa, ouvir uma música, e sei lá, relaxar, foi uma semana muito chata pra mim
A-chata por que?
D- sei lá, meu sono Ainda continua meio zuado!
A-ah, aquilo que você falou lá do sonho?
D- é, isso mesmo!
V- pera, que coisa?
A-segundo o que ele disse, ele tá tendo um sonho repetido quase toda noite...
D- é, eu basicamente acordo na minha cama, e eu estou em casa, e tá tudo normal... é basicamente isso, eu fico um tempo andando pela casa e acordo, às vezes parece até que eu ouço uma voz
T- voz? Que voz?
D- não é bem uma voz, é um sussurro, mas não sei o que tá falando, não da tanto medo assim quanto parece
T- mas há quantas noites você tá tendo isso?
D- desde o pesadelo que vocês estavam lá em casa
T- que esquisito!
A-pois é... tá tudo meio estranho esses dias
V- isso nós todos concordamos
D- eu não concordo tanto! É só um sonho, muita gente tem o mesmo sonho algumas vezes
A-isso é verdade, eu costumava sonhar que eu estava pulando de paraquedas em um buraco gigante com um monte de desconhecidos (fala rindo)
V- isso é outra coisa esquisita (ri um pouco)
A câmera vai se afastando da mesa, e eles, rindo um pouco, não são mais ouvidos,
Corte temporal
A tarde chega e Anderson e darei podem ser vistos no portão de darei, então, ele diz
A-beleza mano, foi bom que a gente conversou
D- pois é, foi bom sim, até mais velho
A-até, na verdade provavelmente até amanhã né?!
D-é (entra em casa), falou!
Os dois acenam e darei entra em sua casa. Corta para ele chegando em seu quarto, é possível ver que pelas expressões faciais do garoto que ele não está confortável. Sua mãe chega no quarto, e pergunta
-vai precisar de mim essa noite?
D-acho que sim, me sinto melhor quando você está por perto
-você acha mesmo que vai sonhar de novo com você acordando aqui no quarto?
D-bem... eu não sei na verdade, mas é bom se previnir né
-tudo bem então, quando for dormir me avisa
Corte temporal
Darei sai do banheiro já de pijama, ele deita-se na cama, e grita por sua mãe, que chega em pouco tempo, ela entra, senta-se na cadeira ao lado da cama e diz
-boa noite, espero que você não sonhe
D-boa noite mãe, eu espero que não também
Darei então se ajeita para dormir, sua face transmitia tensão, ele não queria sonhar que estava em casa novamente, era demais para ele
Seus olhos fecham, uma tela preta toma conta, e então, ele abre os olhos, e sua mãe não está ali, ele não entende a princípio, mas logo entende que está mais uma vez em seu sonho, ele fica muito estressado, e soca a cama, grita por sua mãe, várias vezes, até que perde a esperança
Darei então decide aventurar-se fora de seu quarto, a porta estava fechada, e ele a abriu com cautela, quando ele tentou acender a luz, teve uma surpresa, a luz ascendeu-se, ele não esperava por aquilo, e então ele continuou andando, passou pela sala, com muito medo, avançou até a cozinha, o mesmo lugar em que antes teria tido um trauma
Ao chegar, estava tudo extremamente corriqueiro, nada de extraordinário, ele olhou pela janela, em busca da luz que uma vez viu, e nada, não havia nada lá
Ele então sentou-se à mesa ao seu lado, colocou a cara nesta, e começou a chorar, e então, uma voz sussurrada apareceu
-me mostre darei, me mostre onde está
D-Han? Quem está aí? (Olha para todos os lados)
-dareeeeei, eu quero ela, eu quero ela
D- ela quem? Minha mãe? Boa sorte! Vem, pode vir, cadê você? Você não me aguenta né? Por isso ainda não apareceu né?
De repente, ele estava de olhos abertos na manhã, sua mãe não estava mais ao seu lado, mas a cadeira indicava que ela havia saído no meio da noite, darei, um pouco assustado gritou por sua mãe, ela veio rapidamente
-aconteceu alguma coisa meu filho?
D- na verdade não... é... por que... (Fala confuso), eu, consegui a noite toda?
-conseguiu meu filho, por que?
D-ah, não sei, só, fiquei em dúvida, obrigado
-de nada, aliás o café já está na mesa, estamos te esperando ok?
D- ok mãe, eu já vou!
Darei então se levanta e se dirige para o banheiro, lá ele lava o rosto, e se encarando espelho, antes de sair ele solta
D-meu deus o que está acontecendo comigo? (Fala baixo)
Ele então segue para a mesa do café
-----CORTE DE PERSONAGEM-----

Anderson acabara de acordar, a primeira coisa que ele fez foi mandar uma mensagem em seu telefone, logo em seguida, desceu para o café
A-mae, eu vou sair agora, vou ver se tá tudo bem com o darei, ok?
-ok filho mas aconteceu alguma coisa com ele?
A-ah ele estava passando mal ontem, aí eu só quero saber se está tudo bem com ele!
-ah sim, pode ir quando terminar o café
A-ok, obrigado mãe
-não há de que
Anderson se sentou para tomar café, e, na sua primeira mordida, ele se lembrou de algo que queria perguntar a um tempo para sua mãe
A-mae, essa pergunta pode ser meio esquisita... mas você sabe alguma coisa sobre o Davi Bicalho?! Aquele que desapareceu...
-uai filho, até onde eu sei, ele foi encontrado... mas é só isso que eu sei, e acho que é só isso que todos sabem
A-entendi... obrigado mãe
Corte temporal
Após terminar seu café, Anderson da uma ajeitada na bicicleta, e se prepara para sair
Quando abre a porta, ele ouve um barulho esquisito, vindo do quintal traseiro de sua casa, o mesmo lugar onde ele deixava a bicicleta, ele então olhou atentamente, e por um segundo podia jurar ter visto um borrão Preto passar em algum lugar por ali
Um pouco assustado, Anderson pegou sua bicicleta e saiu logo, em direção à casa de seu melhor amigo

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