Mudança

16 15 0
                                    

A cena vai para Anderson andando de bicicleta, mais uma vez sozinho, ele leva consigo um fone de ouvido, mas não os usa, ao fundo, a musica "Sex, Drugs & Violence" da o tom da cena
O garoto para perto da lagoa, joga algumas pedras na lagoa, ele sai correndo, e volta a andar de bicicleta, sem direção, até que ele para um pouco, para apreciar a vista, a musica vai diminuindo, e ele percebe que seu telefone está tocando, é Darei
D-mano, você pode vir aqui?
A-agora?
D- é... por favor!
A-ta, já vai
A musica volta a ficar alta, mais vários takes de Anderson de bicicleta são mostrados, e como num passe de mágica, ele está na casa de seu melhor amigo
D- eu preciso conversar com você!
A-conversar sobre?
D- sobre esse negócio dos meus sonhos, eu acho que tô com algum problema, hoje eu não sonhei só aquilo
A-meu deus mano, com o que mais você sonhou?
Em um corte rápido, darei explica tudo para o amigo, e logo quando termina pergunta
D- e aí? O que você acha?
A-meu deus... eu acho que a gente devia contar pro vitor e pro tales, aliás, das próximas vezes que me chamar, chama o tales também, você sabe que ele tá com uns problemas com o pai, então não vamos "excluir" (faz sinal de aspas com a mão) ele!
D- ok, você acha que pode dar uma dormida aqui durante a semana?
A-durante a semana? Duvido que minha mãe deixe
D- é, eu imaginei, mas a minha mãe fala com a sua!
A-é aí pode até ser, mas vamos ver mano
D- beleza, então você quer mesmo falar com os caras?
A-quero, vamos nos encontrar lá nas brabuletas
D- já falei pra você parar de falar brabuletas, é ridículo
A-só por isso eu vou continuar falando, você sabe muito bem
D-é eu sei, vou só falar com a minha mãe então!
Darei sai da sala, Anderson fica sozinho na cozinha, ele olha pela janela, ele sente algo estranho, ele olha para os lados e um silêncio toma conta da cena, mas é rapidamente interrompido pela volta de Darei pra aquele cômodo, ele logo diz
A-manda uma mensagem no grupo pra estar todo mundo lá e que depois vamos almoçar no clube
D- já está feito!
A-então vamos
A cena corta para os amigos andando de bicicleta rapidamente, e mais um corte para todos eles já no espaço das borboletas, que eles adoravam ficar
V- e então?! O que nós temos que conversar tão urgentemente? E por que não pode ser no clube? Tô morrendo de fome!
A-calma mano, relaxa que você vai entender tudo
D- eu tive mais um sonho maluco (Darei fala rapidamente sem pestanejar)
A cena corta para os 4 se olhando com olhares de preocupação e espanto
V- se isso acontece comigo eu nem sei o que fazer
T- isso tá parecendo um problema de recorrência Darei!
D- problema de recorrência?
T- é! Olha, existe uma história, de uma mulher que sonhava constantemente que tinha que subir um morro, nesse morro havia uma cachoeira, e ela sempre caía, nunca conseguia seguir em frente
D-tá mas o que isso tem a ver com o que eu falei?! Tipo, duas das vezes o sonho foi parecido mas não o mesmo
T- nem sempre ele é o mesmo, mas ele tem os mesmo elementos, olha, isso se parece com o mito de Sísifo, você conhece?
D-não
T- então, ele foi obrigado por Zeus a levar uma pedra ao topo de uma montanha, mas ela sempre vai cair quando ele chegar no final da sua jornada
D-então eu estou preso?!
T-caramba, não é isso que eu tô querendo dizer, é que normalmente, quando se tem um sonho constante, significa que existe alguma barreira na vida real que você tem que exorcizar, por que isso tá te impedindo de seguir em frente
D- meu deus como é que você sabe dessas coisas?
T- EU SOU UM INÚTIL (fala com raiva)
A-ta chega, então quer dizer que ele tem algum problema real que tá fazendo ele sonhar essas coisas?
T- bom, segundo a biofilosofia sim!
A-então é só a gente achar esse "trauma" e acabar com ele?
T- é, e provavelmente algum elemento desse sonho indica qual trauma é esse!
A-ok, então ele precisa sonhar mais uma vez... e descobrir...
V- mas e se ele não descobrir?
A-aí eu acho que só um médico de verdade pode ajudar ele!
V- quem precisa de médico quando se tem o mito tales
E então todos eles ouviram um barulho de folhas se mexendo repentinamente e se assustaram, olharam para todos os lados a procura de algo, mas nada acharam, mais uma vez ouviram o barulho, e Anderson disse
A-vamos almoçar galera
D- meu deus o que foi isso?!
V- vento provavelmente, não sei
T- podem ter sido os gansos também
Os 4 então saíram para se direcionar ao clube, onde almoçariam
Corte temporal
A tarde estava em seu auge, os garotos se dirigiam até a casa de darei, Anderson disse
A-é corrida ein!
A musica "Pacemaker" então toma conta da cena, e eles apostam uma corrida, as cenas são rápidas, e alguns dos meninos até mesmo gritam de Felicidade
Um corte rápido e os personagens estão na casa do amigo que havia tido problemas com sonhos, sentados no sofá, e então uma conversa se inicia
V- tá então o plano basicamente é dormir?
A-dormir e esperar o sonho do darei, ele vai acordar e contar tudo pra nós!
D- é, o plano é esse né!
V-ok então!
Mais um corte, e dessa vez há um zoom na cara de darei, com os olhos fechados, dormindo, de repente, uma luz incide em sua cara, seus olhos começam a mexer, ele os abre muito lentamente, como se estivesse surpreso, e então começa a se levantar para sentar, e quando pode-se perceber, ele está na sala onde dormiu com os amigos, e eles estão lá, e então Anderson corre para perto do amigo e pergunta
A-e aí? Sonhou? Como foi? Descobriu alguma coisa? Fala mano
D- eu... (fala com voz de sono), eu não sonhei, eu acho que não sonhei com nada
A-ué, mas isso não faz sentido! Tales... você ouviu isso?
T- ouvi... não faz muito sentido realmente, minha teoria está totalmente equivocada
V- e agora? O que fazemos?
A-acho que comemorarmos né! Os pesadelos e sonhos acabaram... isso é bom!
D- é... muito bom inclusive, eu me sinto mil vezes melhor... nossa, yeeeees (grita)
Os outros começam a dar pequenos gritos também, como sinal de comemoração, a câmera se afasta deles
Em poucos minutos, chega a mãe de darei, e diz
-o que aconteceu que vocês estão comemorando?
D- eu não sonhei mãe, eu não sonhei! (Fala empolgado)
-ah finalmente ein (fala rindo)
Eles continuam comemorando
Corte temporal
Anderson está saindo da casa do seu melhor amigo, os dois estão no portão conversando
D- tem certeza que você tem que ir mano?
A-tenho velho, minha mãe pediu pra eu ajudar ela com uma coisa lá!
D-ah, então tudo bem mano, nunca é a mesma coisa sem você mas tá tudo bem!
A-relaxa, tá de boas! Mas ela vai surtar se eu não chegar a tempo
D- tudo bem mano! Não tem problema
A-beleza então, até mais!
Anderson acena em despedida para Darei, que acena de volta, e, assim, ele vai carregando sua bicicleta rua acima, lentamente, pois não tinha pressa nenhuma de se encontrar com sua mãe
Ele ia passando pelo terreno que ele sempre quis explorar, e que já havia explorado junto aos seus amigos, há mais de uma semana
Ele passava por ali encarando o lugar, como se algo ali o atraísse, quase como um imã para o seu olhar, era como se a mata conversando com ele, como se sussurrasse, contasse coisas, ele não entendia muito bem o que estava acontecendo ali, até que, bem no fundo da mata, ele viu um vulto Preto passar
Logo após ver isso, ele ficou extremamente assustado, e montou na sua bicicleta, começou a pedalar muito rápido, estava extremamente assustado
Com um corte, ele já estava na entrada de sua casa, o sol mal podia ser visto, estava escurecendo rápido
Outro corte rápido e ele está deitando em sua cama, a câmera começa a dar um zoom em seu rosto, que parece perplexo, e então ele vira de lado na cama, fecha os olhos, e começa a dormir
De repente, é como se ele tivesse sido automaticamente transportado para a rua de sua casa, estava tudo escuro, era como num sonho, ele então começou a andar, e falava
A-tem alguém aí? Alguém consegue me ouvir?
Então ele começou a ouvir sons estranhos vindos do nada, e começou a dizer
A-olá? Alguém?
A câmera o filma de frente, e atras do mesmo, é possível ver alguém, alguém familiar, era vitor, que vinha andando devagar, como se fosse um zumbi, andando travado, seus passos eram extremamente silenciosos, Anderson não podia ouvi-lo
Vitor estendeu suas mãos, como se fosse agarrar o amigo, até que Anderson pareceu perceber que havia algo atras dele, e quando se virou, automaticamente se afastou, ele começou um interrogatório
A-mano? O que tá acontecendo? É você mesmo? Por que você queria me pegar? Onde eu estou? Você consegue me entender? O que é isso? Eu estou sonhando?
Vitor não respondeu, somente continuou andando para frente, em direção à Anderson, ele não parecia ouvir, e então Anderson continuou
A-ei? Vitor? É você? Para de brincadeira cara! É sério eu tô muito assustado! Se era esse o objetivo você conseguiu, por favor me fala o que tá acontecendo!
E então, uma voz, como um suspiro, parecia dizer alguma coisa, algo como
-achá-la, quero achá-la
Anderson não tinha certeza do que ouviu, mas tinha certeza que não vinha de vitor, que continuava andando em sua direção, sem parecer ouvir nada
Anderson então parou, e foi de encontro a vitor, o empurrando de maneira extremamente forte, o amigo que fora empurrado se desequilibrou e caiu
A-foi mal mano mas você não responde minhas perguntas...
Caído no chão, vitor abriu a boca, o máximo que conseguia, Anderson achou extremamente esquisito até que de repente, levou um susto quando o que saiu da boca de vitor não foram palavras, mas sim um grunhido nunca antes ouvido por ele
Então vitor se levantou muito rapidamente e foi pra cima de Anderson com extrema violência, uma batalha se iniciou
A-sai de mim caralh*, eu não tô brincando
Vitor não batia como qualquer pessoa, mas sim, com as mãos abertas, ele não socava, parecia querer arrancar os órgãos de Anderson, que conseguiu jogar o amigo para o lado, ele então socou a nuca de vitor, que além da pancada, bateu a cabeça no asfalto da rua
Anderson, se sentindo mal por machucar o amigo, saiu correndo dali, rapidamente, então, ele ouviu mais um grunhido, praticamente igual ao que havia ouvido anteriormente
Ele então acordou muito assustado em sua cama, sentia algo ruim, como se tivesse tomado uma pancada do estômago, assim que acordou, disse
A-pelo amor de Deus o que caralh* foi isso?!

SinisterOnde histórias criam vida. Descubra agora