Aquila Nera - Missões de uma agente secreta. (em revisão)

VII - Vecchi amici: Antigas Amigas - Crossover 2/3.

Milena e Romeu se olham e Enzo é o primeiro a falar:

- Eu trabalhava para a polícia. A 10 anos atrás, acabei salvando Salvatore da morte e ele me ofereceu emprego com ele. Não aceitei naquele momento, mas depois das decepções que sofri na polícia, resolvi aceitar o convite. Com o tempo fui crescendo aqui e hoje, não me vejo fazendo outra coisa. - ele fala enquanto acariciava o braço de Milena.

Romeu é o segundo a falar:

- Meu pai trabalhou para a máfia por décadas. Ele conheceu nossa mãe lá. Quando ele se tornou líder, eles resolveram formar uma família. Depois que Milena nasceu, as coisas ficaram pesadas. Ouve um motim e fomos atacados em uma noite na nossa casa. - ele diz com a cabeça baixa. Seguro sua mão. Ele nunca me contou isso.

Milena continua de onde ele parou:

- Nossa mãe conseguiu nos tirar da casa, mas quando ela voltou para ajudar nosso pai, acabou sendo morta. Nosso pai jurou por ordem na máfia e foi o que ele fez até Romeu assumir os negócios. - ela explica para nós. Enzo a abraça, dando carinho. Toda aquela história me lembra dos meus pais. Evito ficar emocionada. 

- Todos nós acabamos nessa vida, por um trauma do passado. - digo a Lyanna, que parecia estar em outra dimensão. - E você Lyanna? E qual é o real motivo de estar aqui? Eu não engoli o que você me falou.

Lyanna suspira fundo e nos olha com um sorriso.

- Eu tenho câncer. - ela diz. No mesmo momento um silêncio profundo se instalou sobre o ambiente.

- Mio San Genaro. - diz minha avó colocando as mãos no rosto.

Fico em choque com aquela revelação. Antes de todos falaram algo, sento melhor no sofá e sem olhar para Lyanna, pergunto a ela:

- Você vai fazer o tratamento, não é?

Ela dá um suspiro e levanta do sofá.

- Meu tipo de câncer é raríssimo em mulheres e mais raro ainda por causa da minha idade. Meu câncer não tem cura. Por isso decidi... viajar pelo mundo. Aproveitar meu último ano de vida. - ela diz calma e com sorriso. - Eu tenho um ano de vida.

Ainda em choque e com lágrimas nos olhos, me levanto e vou até ela. Lhe dou um abraço bem forte e ela retribui.

- Pode contar conosco. Sempre. - digo a ela.

Depois daquela sincera conversa, levo Lyanna ao seu quarto, para ela se acomodar e depois segui ao meu, para tomar um banho e trocar de roupa, depois do longo dia que tive. Quando sai do banho, encontrei Romeu sentado na cama. Ele já havia colocado sua roupa para dormir. Coloquei um vestido longo azul escuro e sentei ao lado dele.

- Essa história mecheu muito comigo. - digo a ele com a cabeça baixa.

- Eu imagino. - ele responde segurando minha mão.

- Bom, eu vou lá dar boa noite para ela. Não demoro. - digo levantando e espantando a tristeza.

Sigo até o quarto de Lyanna, que ficava a cinco metros do meu. Bato na porta e abro:

- Posso entrar? - pergunto a ela.

- Claro. Entre. - ela me diz. Lyanna estava arrumando suas coisas para dormir. Já tinha tomando um banho e estava com os cabelos molhados.

- Não concordo com sua escolha em não fazer o tratamento, mas não vou criticar você. - digo a ela. - Só quero que sabia, que estarei ao seu lado.

Lyanna segura minha mão e me olha. Sabia que ela precisava​ daquele apoio.

- Obrigada. - ela me fala com firmeza. - E então, que clima foi aquele com o Romeu? Ou eu estou vendo coisas. - Lyanna diz mudando de assunto completamente.