Capitulo 5

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Julieta

Téo é mais um que me acha louca, assim como Roberto. Sei que você também me acha, mas isso não me importa.

Por 1 ano e 2 meses, Roberto me fez feliz e me pediu uma única coisa para pagar todo carinho e amor que me dava... um filho. O sonho dele é ser pai e o meu é ser mãe, então uma mão lavava a outra.
Mas por obra do destino, assim como perdi um fruto de estupro, perdi a chave para montar minha família. No segundo aborto, ele não se controlou, me xingou, me bateu, me colocou abaixo do cachorro, lugar qual eu merecia.
Quando terminamos, tio Lucas me abraçou como um tio deve fazer, mas seu chefe, Ross Lorenzo, me abrigou e me abraçou como pai. Me deu desde de moradia a carinho e amor... não permitiu o ódio que me consumia na época, a ficar. Me ensinou a me defender sozinha e pensar com a razão.
Sou o que sou atualmente, por causa dele. Iniciei o trabalho ao seu lado muito jovem, mas isso só veio ao meu benefício. Fui treinada para matar e não amar.
Mas o amor é forte demais, não podemos correr dele... fui nocauteada por ele assim que vi a foto de Teodoro Lorenzo, o dono do olhar mais frio e excitante que alguém pode imaginar.
Nos últimos meses do Ross, ele me instruiu de como ensinar as coisas ao Téo, então pude tá por dentro de sua vida toda. E me dói em lembrar de tudo que ele passou.
Quando ele me levou para Angra e o pedi para contar, queria ver o quanto confiava em mim para falar de sua vida e me surpreendi. Ele falou tudo e mais um pouco, não ocultou nada. Ali vi que poderia confiar nele, assim como Ross me falou.
Mas sua presença me deixa fora de mim, no primeiro dia que o vi no aeroporto, senti uma vontade imensa de dar um abraço nele. O que é estranho, já que só acompanhava ele por fotos e nas redes sociais.
Quando ele me salvou do quase atropelamento, em seus braços, me senti tão segurança.
Aquele sentimento de medo do Roberto, tem dado lugar a um outro que não estou pronta para sentir.

-- Ju ? - tia Rose me tira dos pensamentos. -- Tudo bem?

-- Eu o beijei. - digo na lata, não aguento ficar com isso só pra mim. -- Eu o beijei, tia.

Ela apenas sorri de lado, como se dissesse : "Eu te avisei"

-- Somos funcionário e patrão... nada a mais. - ela se senta ao meu lado.

-- Gostou ?

Rio com a lembrança, como gostei. Depois do Roberto não me envolvi com mais ninguém, Téo foi o primeiro a quem beijo e não há palavras que possa expressar o que senti na hora. Por mim nunca pararia de o beijar.

-- Ja vi que sim.

-- Tia. - rimos. -- Não quero me machucar.

-- Ele não faria nada que a deixasse machucada no fim.

-- Mal nos conhecemos, tem nem uma semana mulher. Larga dessa, é muito cedo pra algo e como falei...

-- Ele é teu chefe. - debocha. -- Nunca o vi tão a vontade na mesa com a família, rindo e brincando. Você ao lado dele, conversando normalmente. Foi como se já fossem um casal.

-- Pare aí mesmo. - me levanto. -- Não vamos entrar nesse território, ok ?

-- Você quem sabe, agora me fale. Roberto apareceu de novo ?

Só em ouvir esse nome, me dá calafrios da cabeça aos pés.

-- Mandou um email, com outra foto minha numa montagem medonha. Tio Lucas e Jorge ficaram de resolver isso.

-- Contou ao Teodoro?

-- Não tenho que ficar dando satisfação ao Téo. - me revolto. -- Sei me cuidar.

-- Sabemos disso, mas ele agora é seu parceiro. - diz calmamente. -- Ele tem que está por dentro de tudo para poder te ajudar.

-- Pensarei nisso... agora falando em ajuda... ele me pediu um favor, uma investigação que está me encucando. - me volto a me sentar ao seu lado. -- Pediu para investigar sobre uma funcionária do café que por coisa do destino, é prima do Roberto.

O Lorenzo  - Família Lorenzo (Livro 6)  - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora