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Era só o que me faltava.

- Olá, garota.

O que? Garota? Quem ele acha que é? 

- Olá, garoto. - digo com um sorriso forçado.

- Nossa, quanto mal humor. Algo aconteceu, garota?

- Primeiro, meu nome não é garota e segundo, não aconteceu nada. E mesmo que tivesse acontecido não seria da sua conta.

- Bem, eu não sei o seu nome, como quer que te chame? Diga-me o seu nome.

- Naara Grace, prazer.

- Natan Coieks, prazer. Mas pode me chamar de Z.- diz, sem tirar os seus olhos de mim. Eu ignoro.

- Então, Naara, o que te traz aqui?

- A Tamar me convidou. E você?

- Nossa, a Tamar te convidou? Você deve ser alguém muito importante, então. - sorri sarcástico. Esse menino quer me tirar do sério. Só pode.

- Não sou importante para ninguém. Foi até bom ela ter me convidado, estava precisando dar uma saída, até porque é meio raro eu fazê-lo. - tento dar um sorriso amigável.

- Por que, seus pais não deixam?

- O quê? Com quem você pensa que está falando, seu moleque? - levanto-me, indignada. Parece que chamei certa atenção. Não gosto disso.

- Calma menina, senta aí. Não era minha intenção. Me conta sobre você, assim posso te conhecer melhor e não fazer perguntas que não te agrade.

Até que ele sabe ser simpático, penso.

- Bem, meu nome você já sabe.

- Sim. - ele assente.

- Tenho 17 anos e estou no último ano do ensino médio, graças a Deus. Se é que Ele existe. Não tenho pai e minha mãe é uma mãe ausente. Nunca irei perdoá-la, mesmo que eu a trate não tão mal. Ela dá atenção demais para o trabalho e esquece de mim. Chega tarde em casa. Mudando de asunto, tenho amigos maravilhosos que me amam e que, claro, eu também os amo. Duas são crentes. Não sei como conseguem viver cheias de regras, já pensou como deve ser chato? Não pode fazer isso, nem aquilo.. - seu rosto empalidece.

- Z? Você está bem? Está pálido. Falei algo muito ruim?

- O que? Não, não. Está tudo bem. Obrigado. - dá um breve sorriso de lado. E que sorriso, hein amiga. Não,  foco, foco!

- Agora você.

- Eu? O que que que eu faça?

- Como assim, quero que me conte de você, oras.

- Ah, claro. Mas o que acha de irmos para um lugar mais reservado? Está muito barulho. - fala dando aquele sorriso.

- Pode ser. Onde vamos?

- Você verá.

- Era melhor que não tivesse dito nada, mulher quando fica curiosa vira um bicho.

- Acalme-se, é só um lugar tranquilo e quieto. Onde você mora?
Explico a ele onde moro.

- Não é muito longe daqui então.

- Não, não é. E você, onde mora?

- Em um apartamento. É pra lá que estamos indo.

- Seus pais não vão brigar? Eles nem me conhecem.

- Não vamos ao meu andar. Vamos ao andar de cima, o maior de todos. Não era nem pra ter dito, mas como você é muito curiosa, tive de responder.

"O Amor, amou." (3:16)♥ (Concluído) Primeira TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora