Passagem para o passado [REVISÃO]

Capítulo 8 - Entrevista

Luana estava sentada na sala de espera do chefe do departamento de Economia da Universidade onde estudou, seu pé balançava com enorme frequência, era visível que estava nervosa, não só pela entrevista mas pelo café da manhã que teve. A noite tinha sido maravilhosa, Amanda era maravilhosa com ela, dormir juntas depois de tanto tempo aflorou todos os seu sentimentos que em algum momento ela achou ter perdido, as duas estavam frente-a-frente, tomando café quando Luana fez aquela pergunta difícil, Amanda engoliu seco, continuou olhando fixamente para Luana, sabia que naquele momento tudo iria novamente por água abaixo, Luana nunca seria capaz de perdoa-la, não importasse qual tivesse sido o motivo da traição, Amanda sabia que não existem desculpas para tal comportamento, que qualquer coisa que ela dissesse seria a volta dos sentimentos ruins que Luana tinha por ela.

__Podemos conversar sobre isso depois? Você tem uma entrevista e eu vou trabalhar logo mais, vamos aproveitar esse início de manhã.

Luana balançava o pé ainda mais rápido, não deveria ter concordado com isso, agora estava mais ansiosa para a entrevista.

__Senhora Luana Assis?

__Sim?

__O chefe de departamento espera por você.

Amanda estava terminando de guardar seu material, sua aula tinha acabado, iria ligar para Luana, queria saber somo tinha sido a entrevista, torcia para que ela conseguisse o emprego, isso significaria que ela voltaria para o Brasil de vez, e as duas conseguiriam se acertar, discou então o número de Luana e esperou que chamasse.
__Ei! Como foi a entrevista?
__Acho que estou suando frio até agora, ele tinha cara de vilão de filme de terror. Não sei se fui bem nessa entrevista, estava bem nervosa.
__Ah, você é maravilhosa, bem provável que já tá dentro! O que pretende fazer hoje? Vamos comemorar?
__Eu nem sei se passei, louca! Não sei, tenho de ir pro hotel me certificar de que não jogaram minhas coisas fora ainda.
__Eu vou chegar um pouco tarde hoje, preciso terminar uns relatórios, conseguir que sejam assinados até amanhã, porque não pega suas coisas no hotel, vai lá pra casa, me espera bem confortável e a gente conversa?
__Parece ótimo!

Luana estava no hotel, tinha arrumado todas as suas coisas e se preparava para fazer o check-out quando um sentimento de incerteza a dominou, sabia que os sentimentos por Amanda eram novamente muito fortes, mas sentiria-se completamente ingênua se confiasse completamente em Amanda, precisava de um plano B. Pegou algumas peças de roupa, colocou na bolsa e foi para o apartamento de Amanda. Luana achava mega estranho que o porteiro não a parasse, mas provavelmente Amanda já tivesse conversado com ele, a porta do Apartamento de Amanda tinha ficado apenas encostada, por isso ela conseguiu entrar fácil, deixou sua bolsa na sala, olhou em volta sentindo-se em casa, o sentimento era finalmente bom.

Amanda estava esperando que seu supervisor chegasse para assinar um dos protocolos a ser seguido na missão de amanhã, ela investigava ha seis meses um laboratório clandestino de remédios controlados falsificados, sabia que quem comandava era o dono de uma das boates mais famosas da Capital, tinha uma informação  de que amanhã ele visitaria o local, a missão dela e de Joaquim precisaria ser acelerada, eles deveriam agir amanhã. Na porta do seu chefe, esperando ser atendida, o telefone de Amanda toca, era Flavia, uma universitária de Direito que Amanda tinha conhecido em um julgamento cujo tinha testemunhado. As duas ficaram algumas vezes, mas Amanda não conseguia manter um relacionamento com ninguém, tinha terminado há pelo menos um mês, provavelmente essa era mais uma de sus ligações bêbada. Recusou a ligação e colocou o telefone em modo avião.

Luana resolveu preparar o jantar para quando Amanda chegasse, provavelmente estaria muito cansada, ela queria ter uma boa refeição e quem sabe terminar aquela conversa, toda hora que pensava nisso sentia seu estômago embrulhar, sabia que seria difícil, mas estava disposta a ser o mais compreensiva que pudesse, estava cozinhando capeletti, tinha feito um molho que Amanda gostava muito, e acrescentou alguns pedaços de presunto, abriu uma garrafa de vinho enquanto cozinhava serviu-se algumas vezes, a campanhia tocou, Luana se perguntou se Amanda tinha esquecido a chave.

Amanda estava saindo do escritório do seu chefe, tinha conseguido tudo que precisava, já havia avisado a Joaquim, separado duas viaturas e sei homens, achava que precisava de pelo menos dez, mas pela incerteza que o chefe tinha em sua fonte, liberou apenas seis, mesmo assim Amanda estava feliz, isso seria um bem para sociedade e para su carreira. Além do mais ela trabalhou tanto nessa caso que varias vezes se pegou sonhando com a captura de Mauro Ribeiro, ela faria questão de dar entrevista nesse caso, mesmo odiando essa parte do trabalho, já estava no seu carro a caminho de casa, quando lembrou que Luana estaria lá, esperando-a, não tinha como esse dia ficar melhor. Estacionou seu carro na garagem, quando viu que alguém acabara de subir pelo elevador da garagem, era melhor usar o social, queria chegar logo em casa, ao entrar no hall lembrou que era a escala de Edmundo, o porteiro mais falante da face da terra.
__Ei dona Amanda, ta bonita hoje!
__Obrigada Ed.
__Como tão as coisas?
__Bem e com você? — O elevador demorava a descer.
__Muito bem dona Amanda, prendendo muita gente?
__Tentando Ed, tentando... —O elevado chegou Amanda enteou rápido, mal se despidiu de Edmundo.
__Oh Dona Amanda, boa festa, viu?

A porta do elevador se fechou, Amanda se perguntava se Luana estava dando alguma festa, não fazia nenhum sentindo, Os amigos de Luana odiavam Amanda, ela não os traria para o apartamento dela, além do mais as duas tinham de ter a famigerada conversa, não fazia sentido nenhum Luana dar uma festa, Amanda estranhou, e assim que o elevador parou no seu andar, ela sacou a arma, andou lentamente pelo corredor até a porta de seu apartamento, se posicionou de forma defensiva diante da porta e girou a maçaneta com cuidado, olhou pela fresta, não via nada, abriu um pouco mais, percebeu que Luana estava sentada de frente para o balcão, seus braços estavam cruzados e ela tinha uma taça de vinho ao seu lado, quando viu que estava tudo bem, abriu a porta por completo e se assustou, Flávia estava deitada no seu sofá.