Espero por uma brecha, minha ou tua, meu corpo em névoa.
Acaricia tua alma, nua.
Beija-me a boca, incessante, acaricia-me com vontade e deleite
Leite, morno. Para brindar nossa luxúria como açudes prontos para o amor
Ao deus Baco, nossos orgasmos, em translúcido carnaval
Carnaval de cores, sabores e tremores
Tremores orgiásticos do pós,
Ao pó voltaremos, saciandoO acaso
Carnaval carnal.
Esquinas de Almodóvar,
Espero por você, aberta, plena e certa;
Da tua investida, em mim
Sabores desiguais, agridoce
Uma confusão de ideias, teu suor se mistura ao meu
Na teia, bem tecida, dos teus ardis
Sou mulher
Vibrante!
Criatura que geme entorpecentes;A mente vagueia por outros corpos,
Quantos corpos amei até chegar no teu?
Quantos copos virei até me embebedar de você?
Direto do gargalo, sinto teu gosto, amargo
Tão meu
Lençóis emaranhados, humanos suados
E ofegantes
De prazer
Divina tortura, gozo brando
Ternura
Ao acaso...
Um quarto de motel
A comanda encerra o encontro de amor,
O torpor
Beija-me mais uma vez,
Devore meus lábios, mástique, brinde o canibalismo sintetizado
Me banhe no teu líquido
E me abandone,
Aos ratos
Quarto barato,
Prazer escassoEscassez de afeto, olha-me nos olhos e faça de mim um intermédio
Entre o céu e o inferno,
Eu te levo...
E deixo cair.
Foi só mais um orgasmo, findou-se em contrações solitárias, dos meus lábios afobados
Em te dizer adeus.

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Poemas aos meus Pecados
PoesíaAs ondas revoltas vão levando cada tormento meu até outro canto, À espera de ajuda para o naufrágio ao qual me encontro; Sigo remando, minha alma grita verdades insólitas. E em forma de poemas vou desaguando...