Marry You • Thiam version •

trinta seis

[trinta seis] "é um começo"

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Pov. Liam

Um pequeno barulho me faz parar de comer a minha linda, querida, perfeita pizza e pousar de volta no prato. Um barulho mais alto, desta vez, soa e eu imediatamente me levanto e corro para o quarto.

Olho em volta, procurando algo para atirar no ladrão/assassino/stalker/garota que o Theo já comeu, mas não me aparece nada, até me lembrar que o Raeken tem um bastão de basebol algum - me lembro dele comentando com o Stiles que o bastão estava assinado por um jogador qualquer famoso (mas não deve ser assim tão famoso... Eu não o conheço!).

Deve estar na sala!

Saltito para a sala, enquanto o barulho fica cada vez mais alto e, logo que chego lá, abro todos os armários ao meu alcance. Está aqui! Pego nele - nada cuidadosamente, devo acrescentar (quero lá saber que esteja assinado por um puto qualquer, a minha segurança é muito mais importante! Sou novo demais para morrer de uma maneira tão pouco trágica... Quero aparecer na televisão, pelo menos, durante uma semana depois de morrer!) - e faço o meu caminho até ao hall.

A maçaneta da porta roda lentamente e eu me preparo para bater no maldito ladrão/assassino/stalker/garota que o Theo já comeu.

"Estou em ca-" E acerto-lhe com o bastão. "PORRA, LIAM! O QUE DEU EM VOCÊ?"

É o Theo.

...Ooops?

O barulho de algo caindo no chão é ouvido e logo olho para o taco de basebol. Yup, teoria confirmada - metade dele está no chão.

"Eu... EU VOU TE MATAR!" Ele começa logo a resmungar e se agarra à parede, fechando a porta com o pé.

"Eu não sabia que vinha almoçar aqui, pensei que era um ladrão!" Me defendo, já preparando para fugir.

"É CLARO QUE EU VENHO ALMOÇAR EM CASA! QUERIA QUE EU FOSSE ALMOÇAR ONDE, MEU GRANDE ESTÚPIDO? NO CU DA SUA TIA?" Ele berra, suspirando no fim.

"Eu posso comprar um novo..." Tento, não conseguindo evitar me sentir um pouco culpado e com um pouco de pena do Theo.

"Estava assinado pelo..." O rapaz a minha frente começa, mas não diz mais nada, acabando por suspirar. "Esquece, você não percebe."

"Theo..." Chamo, quando o vejo caminhar até a cozinha.

"Desculpa..." Murmuro.

Ele me ignora completamente e apenas pega uma fatia de pizza, começando a comer.

"Foi sem querer..." Me desculpo, mas ele nem sequer olha para mim.

Acabo por soltar um pequeno suspiro e caminho até a sala.

Já nem tenho fome... E estava a comer pizza!

Me sento o mais confortavelmente possível no sofá e pego no controle, começando a fazer zapping até arranjar um canal bacana.

"Desculpa... Não devia ter falado assim contigo." Uma voz rouca murmura perto de mim e vejo Theo se sentar ao meu lado pelo canto do olho. "A culpa não foi sua."

Desvio o olhar até ele lentamente, para encontrá-lo desanimado, a olhar para mim, com cara de cachorrinho abandonado. Consigo ver a culpa nos seus olhos e não posso deixar de me sentir culpado por o fazer sentir culpado - apesar de ser o Theo.

"Não sei se devo lhe desculpar... Você gritou muito alto comigo." Resmungo, cruzando os braços em frente ao meu peito.

"Podemos apenas nos beijar e ficar tudo bem?" Ele tenta, esticando os lábios.

"Não, Theo."

"Então... Um abraço?" O idiota sugere, mas eu apenas abano negativamente a cabeça.

"Um aperto de mão?" Estico-a, me dando por convencido.

"É um começo." Um sorriso se forma nos seus lábios e eu não consigo evitar rir um pouco, enquanto ele aperta a minha mão. A sua pele quente contra a minha pele completamente gelada envia arrepios por todo o meu corpo. Subo o meu olhar até ao seu, encontrando-o olhando para mim também. Ele afasta a sua mão lentamente da minha, sem retirar os seus olhos dos meus.

"Idiota." Resmungo, desviando rapidamente o meu olhar.

"Estúpido."