oitenta sete

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[oitenta sete] "eu acho que ele tem uma paixão por você."


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Pov. Liam

"YES! O Kyle tem folga hoje!" Ouço a voz do meu marido atrás de mim e logo me viro, começo a dar risada.

"Não seja mau." Peço, saindo de trás do balcão.

"Aquele tipo não ia te deixar vir buscar o pão, se estivesse aqui." Theo resmunga, me acompanhando para fora do café.

"Eu acho que ele tem uma paixão por você." Admito, gargalhando.

"Bem... que pena que eu sou casado." O seu braço rodeia os meus ombros.

"Quantos anos ele tem?" Questiono, curioso.

"Deve ter uns dezesseis ou dezessete. A sua mãe me disse que ele está poupando para a universidade."

Assim que chegamos à carrinha da padaria do Theo, ele abre as portas e eu entro, pegando numa das caixas. O Theo entra também e pega numa outra caixa. Me preparo para levar o pão para o café, mas me deparo com a porta fechada.

"Theo, como se abre a porta?" Questiono, pousando a caixa e tentando descobrir algum puxador.

"Como assim como se abre a porta? Eu deixei aberta." Ele se vira e os seus olhos se arregalam. "Não, não, não..."

"O que se passa?" Pergunto, confuso.

"A porta não dá para abrir por dentro!" Theo exclama, pousando a caixa e caminhando até mim.

"Por que a porta não dá para abrir por dentro? Isso é estúpido!" Resmungo, continuando à procura de algo que desse para abrir a porta.

"Qual é a lógica de ter um puxador por dentro?! Ninguém é suficientemente estúpido para entrar aqui sem ter alguém segurando a porta, para além de nós!" Ele retruca e começa a respirar pesadamente.

"Oh céus... você tem claustrofobia, pois é." Murmuro, me aproximando dele. "Senta-se, está tudo bem. Eu vou ligar para a minha mãe para ela vir abrir a porta."

O Theo se senta lentamente, tentando controlar a sua respiração, e eu me pegando no meu celular, marcando o número da minha mãe. Ligo-lhe três vezes e ela não atente em nenhuma delas. Desisto de lhe ligar e acabo por decidir acalmar o Theo, deixando apenas uma mensagem à minha progenitora.

"Pensa em coisas boas." Peço, me sentando ao lado do meu marido.

Os seus olhos se fecham e ele encosta a cabeça para trás. "A sua bunda."

"Okay... se isso te acalma." Gargalho.

Deixo a minha cabeça cair para trás, pensando numa maneira de sair daqui.

"Posso tocar-lhes?"

"Theo... não me parece que seja momento para isso." Afirmo, desviando o meu olhar até ele.

"Vai deixa..." Os seus lábios formam um beicinho.

Acabo por ceder e me sento no seu colo, com uma perna de cada lado da sua cintura.

"Apenas porque você é claustrofóbico!" Exclamo e logo sinto as suas mãos agarrarem a minha bunda.

"Como está correndo o seu dia?" O meu marido questiona, como se esta segurando a minha bunda numa carrinha de pão fosse a coisa mais normal do mundo.

"Está correndo bem. Tivemos de dar pão duro a lguns clientes, mas ainda ninguém se queixou." Conto. "E você? Voltou a deixar a aliança cair?"

"Hoje tirei-a para não perder." Afirma, deslizando uma das suas mãos para o seu bolso. "Espera..."

Marry You • Thiam version •Onde histórias criam vida. Descubra agora