Enquanto eu caminhava de volta pra casa nenhuma criatura ouso olhar pra mim, e não deviam mesmo. Alias, deviam lamber o chão pra mim passar, eu era a princesa deles a que decidia se eles iam ter uma vida tranquila aqui no submundo ou se seria um tormento eterno. Confesso que eu adorava um tormento.
Quando chego na bera do precipício já avisto o castelo, eu não tinha percebido o quanto sentia falta de casa. Libero minhas asas e pulo do precipício, quase chego perto do lago de fogo que cercava o terreno do castelo. Quando criança eu costumava me joga do precipício e só abrir as asas no ultimo minuto, era um desafio de vida ou morte. Minhas asas me levam ate a ponte quebrada do castelo, quando meus pés tocam o chão eu prossigo andando. Eu ia guardar as asas por costume mais ai me lembro de que estou em casa e não preciso esconde-las. Quando me aproximo algumas gárgulas acenam pra mim, senti saudade ate mesmo delas. Entro no castelo, estava escuro como sempre caminho direto a sala do trono. La, avisto meu pai, com toda sua gloria e poder demonico. Se eu achava as minhas asas bonitas as do meu pai então me causavam inveja, elas não eram parecidas com a de um morcego como as minhas, elas eram enormes e com longas penas negras, suas pontas tocam o chão. Eram quase como a de um anjo, mais longe de mim dizer a um demônio que ele parecia um anjo
— Elizon!
— Senhor — me aproximo do trono e me ajoelho. Era o sinal de respeito que todos tinham que fazer
— Como foi a missão?
— Foi cumprida como o senhor desejava — retiro a espada de Ares da bainha e entrego a ele
— Perfeito — ele analisa a espada — Você me deixa satisfeito Elizon
Isso era o mais perto de um "eu te amo filha" que já tinha ouvido
— É um prazer servi-lo mestre
Ele finalmente faz um sinal pra que eu me levante
— Vá descansar um pouco e nos vemos no jantar
Sem mais uma palavra me retiro da sala do trono. Estava louca pra descansar na minha cama depois de tantas semanas fora. Entro no meu quarto e tudo esta igual a antes. Ótimo, nenhum empregado ia perder o dedo hoje por te mexido onde não devia. Entro no banheiro e deixo a torneira aberta enchendo a banheira, enquanto escolho uma roupa pra usar nesse jantar. Meu pai era o Senhor do Submundo, poucos sabiam que o nome de verdade dele era Lúkinzol, mais nem mesmo eu tinha permissão para chama-lo assim. Só me dirigia a ele como Mestre ou Senhor qualquer coisa diferente disso me renderia um surra e 50 chibatadas.
Quando enche a banheira eu entro me deliciando naquela água quente, era tao bom. Mais minha paz é tirada quando ouço passos entrando no quarto
— Elizon, você voltou — Kira e Hécla param na porta do banheiro, eram minhas irmãs e sinceramente eu as odiava
— Por que não deixaram pra me cumprimentar quando estivesse saindo pra outra missão?
— Não seja chata Liz — Hécla diz sorrindo e eu sinto vontade de arrancar os dentes dela com um alicate
— Sentimos saudades — Kira fala
— Queria poder dizer o mesmo — respondo — Agora por favor saiam, não dei permissão para entrarem aqui e principalmente você — olho para Hécla — Eu disse pra nunca chegar perto do meu quarto. Você é nojenta — olho para ela expressando todo o desprezo que eu sentia, ela abaixa a cabeça e sai
— Por que você é assim Elizon? Por que não tenta pelo menos se dar bem com a gente
— Porque eu odeio vocês e não consigo fingir o contrario
— É uma pena — ela me olha com piedade e sai. Eu queria ter tido tempo de atira um punhal nos olhos dela antes dela sair. Como ousa sentir pena de mim? Eu é que devia sentir pena delas. Elas eram umas bastardas. Hécla era filha de uma fada das trevas, era ruiva com olhos verdes e tinha assas finas e negras ela era bonita, admito. Mais era filha de uma fada e eu odiava as fadas. A Kira era filha de uma elfa das trevas também, mais diferente de nós ela não tinha asas. As duas ficavam sempre no castelo, umas inuteis. Tinhamos outra irma, Tâmara, ela era a unica irma que eu realmente gostava. Ela era filha de uma bruxa muito poderosa e assim como Kira ela não possuía asas. Tâmara e eu eramos as únicas que saiam em missões e isso dificultava nosso encontro, sempre que eu estava em casa ela não estava e vice e versa. Meu pai achava que eu odiava Hécla e Kira por não receberem missões como nós, mais não era. Eu as odiava porque odiava as mães delas. Das quatro esposas do meu pai minha mãe era a preferida dele, ela era uma vampira, a mãe da Kira e da Hécla ficaram com inveja pois minha mãe foi a primeira a engravidar, tentaram fazer ela me abortar. Desde então tudo que sinto quando olho para as duas e nojo. Nós tínhamos oito irmãos homens também, mais eles eram separados de nos desde crianças, cresciam em campos de batalha, eu mal os conhecia. Eles eram filhos do meu pai com outras mulheres, fora do casamento. Dos oito só tinha um irmão que eu gostava, o Zeythan. Nós nos dávamos muito bem e ele havia me treinado. Era uma pena que quase nunca nos víamos só quando meu pai convocava todos nos

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Herdeira do Submundo
مصاص دماءElizon, era uma princesa e guerreira no submundo. Também era hibrida de vampiro e demônio. Com seu temperamento difícil ela não se dava bem com seus irmãos. Mas se vê obrigada a ir em uma missão para o Reino das Magias com sua irmã Hécla. E como se...