Herdeira do Submundo

Capítulo 8

— Você tem mesmo que ir agora Liz? — minha mãe pergunta. Eu queria pode dizer que não, mais eu tinha. Havia adiado a partida o dia todo, era hora de encarar a realidade

— Sim mãe

— Promete que vai vim me visitar mais vezes? — ela era tão diferente do meu pai, tão carinhosa que me faz pensar como seria abandonar a vida que eu levo e vim morar no Reino dos Vampiros

— Prometo — digo isso com certeza, não iria mais passar anos sem ver minha mãe, sem ver a unica pessoa que demonstra um pouco de amor por mim — Agora eu preciso ir

— Tudo bem, mais lembre-se que sempre vai ter um lugar pra você aqui, passe uns dias aqui quando puder. Tem tanta coisa que ainda tenho que te contar, sabe aqueles gêmeos malucos? Então...

— Mãe — digo cortando ela — Eu realmente preciso ir, adoraria ficar e fofocar mais não posso — dou um beijo na bochecha dela e sorrio. Olho para minha nova irmã, nesse pouco tempo que passei aqui descobri que tínhamos muitas coisas em comum. Tiro meu punhal da bainha — Isso é pra você — ela pega o punhal admirando a lamina extremamente afiada — Use sem moderação

Ela abre um sorriso sincero pra mim e eu sorrio de volta.

Abro as asas e parto em direção ao Reino das Magias

— Não devíamos ter passado tanto tempo aqui, alias nem devíamos ter vindo. Temos uma missão a cumprir, vou dizer ao papai sobre esse desvio que você fez

— Não, por favor. Não faça isso seria meu fim — digo isso em um tom de ironia. Eu sabia que ela era uma inútil mais nunca tinha notado que era uma mimada também

— Se fracassarmos por sua causa eu...

— Você vai fazer o quê? — encaro ela — Me afogar nas suas lagrimas quando o mestre gritar com você? Cuspir no meu copo? — sorrio — Você não pode fazer nada comigo Hécla, você não é nada comparada a mim, eu tenho anos de treinamento a cima de você. Quando você pensa em levantar um dedo pra mim eu já estou com a lamina pronta pra arrancar ele fora, então cala a boca. Ou quer que eu conte pros nossos irmãos como uma garotinha acerto você em cheio com uma flecha?

Quase consigo ouvir os milhões de xingamentos que ela estava dizendo em pensamento, mais nenhum deles serviria como argumento, eu estava certa e ate ela tinha que aceitar isso.

Seguimos o resto do caminho em silencio o que é ótimo, eu tinha muita coisa pra pensar. Precisava encontra o livro, depois dar um jeito de rouba-lo sem precisar matar a mãe da Tâmara.

Quando finalmente chegamos no Reino das Magias já era por do sol e o ar estava agradável. O lugar era incrível, tão diferente do castelo da minha mãe e do submundo. Invés da escuridão que eu estava acostumada, ele era todo colorido, e não era um reino só de bruxas, claro que a maioria da população eram bruxas, mais tinha elfos, fadas, duendes, gnomos, enfim, tinha de tudo um pouco.

— Uau — Hécla diz e noto a admiração na sua voz. Era a primeira vez que ela saia do Submundo, tudo aquilo era novidade pra ela. Eu queria garantir que ela não se divertisse nenhum pouco nessa missão, então voamos direto para o castelo. Ele era diferente também, todo cinza, mais o teto era azul escuro e as janelas pretas.

Quando descemos noto alguns empregados olhando com curiosidade, encaro eles tão intensamente que eles desviam o olhar. Caminho para dentro do castelo, por mais que a maioria deles nunca tenha me visto, ainda sim, sabiam quem eu era, por isso ninguém me impede quando eu entro. O castelo era igualmente cinza por dentro, com tapetes vermelhos por toda parte, tinha alguns quadros também.

— Princesa Elizon — um dos empregados aparece e faz uma reverencia — Deseja ver nossa rainha?

— Claro, ela esta na sala do trono?

— Não, ela saiu. Vai voltar para o jantar, mais a srta é sempre bem vinda aqui, posso levar suas malas? — ele pergunta olhando para minha bolsa. Sem pensar, jogo ela nos braços dele e ele quase cai para trás com o peso das armas

— Vou escolher meu quarto — caminho como se fosse dona do castelo.

Depois de dar varias voltas escolho um quarto perto do da rainha e com uma janela enorme, uma rota de fuga fácil.

— Vou ficar com você — Hécla diz entrando no quarto comigo

— Nem ferrando. Daqui a pouco vai querer que eu conte historias pra você dormir também? Arrume seu próprio quarto e de preferencia bem longe do meu

Com um pensamento empurro ela pra fora do meu quarto e bato a porta.