Capítulo 15

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Acordo com as batidas constantes na porta. Não podia ser a Hécla porque ela nunca batia. Me levanto e abro um pouco a porta

— Princesa Elizon, a rainha deseja falar com a srta — o empregado diz e eu mal acompanhava o que estava falando de tanto sono

— Agora? Espero que seja algo muito grave

Bato a porta na cara dele e a contra gosto troco de roupa, lavo o rosto e escovo os dentes. Em um minuto eu estava mais ou menos apresentável. Passo pelo salão de baile de ontem e vejo que a rainha já tinha dado um jeito de limpar toda a bagunça. 

Quando chego na sala do trono me deparo com uns vinte guardas espalhados pela sala toda. Ao lado da rainha o cão de guarda fiel dela me encarava com olhos azuis frios e duros, no rosto dele conseguia ver uns arranhões. Porem, a mão quebrada já estava curada, provavelmente uma generosidade da rainha.

— Princesa Elizon, finalmente

— Majestade — faço uma reverencia

— Eu te chamei aqui porque você obviamente sabe dos acontecimentos de ontem — ela começa sem rodeios

Sinto meu coração dar um leve salto, sera que ela também ia me culpar por aquilo? Se ela me expulsasse a missão ia pro ralo...

— Elizon? — ela pergunta, percebendo que eu estava perdida em pensamentos

— Ah sim. Bom... é claro que soube, foi hórrivel

— É, foi mesmo. E suspeito de que não vai ser a ultima — olho para ela confusa, então ela explica — A rainha Dyana e a rainha Arien também sofreram ataques e infelizmente a rainha Dyana não sobreviveu. Suspeitamos que alguém esta tentando matar as rainhas

Eu tinha parado de ouvir na parte em que a mãe da Kira morreu. Como assim? Eu não fui avisada disso. Será que o mestre sabia?

— É por isso que enquanto você estiver aqui, quero você como minha guardiã

Quando ouço essas palavras imediatamente volto minha atenção para ela

— O quê? — pergunto incrédula e ate o anjo parece de queixo caído ao lado dela

— Você é uma guerreira Elizon, não merece ter seu talento desperdiçado olhando sua irmã. E com os ataques que ta acontecendo, quero você ao meu lado

— Não recebo ordens suas — as palavras saem mais ríspidas do que pretendia, mais ela não se abala

— Eu sei. Mais se você não quiser ser minha guardiã vou ter que te mandar embora e sem a Hécla. Sera que seu pai vai aturar essa falha sua?

Ela estava me chantageando. Eu não respondia bem a chantagens mais naquela situação eu não tinha muito o que fazer. Se eu virasse guardiã dela não teria muito tempo para procurar o livro, mas se eu não virasse seria mandada embora e meu pai me mataria. Eu estava em uma maldita encruzilhada e precisava tomar uma decisão.

Por fim digo

— Tudo bem. Eu aceito...

— Maravilha, então acho que já esta mais do que na hora de você conhecer meu guardião — ela olha para o anjo e ele me encara inexpressivo — Elizon esse é o Adriel. Sei das diferenças entre suas raças, mais vocês vão trabalhar juntos agora e acho que como tem o mesmo objetivo podem se dar bem

Serio que ela se iludia tanto assim? Nunca nos daríamos bem. E naquele momento me cai a ficha do que eu tinha aceitado, tinha aceitado trabalhar ao lado do meu inimigo, do lado do meu assassino

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