As minhas colegas da equipa de ténis passam por mim e desejam-me um bom fim de semana. Aceno de volta e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Puxo as minhas coisas para fora do cacifo e elas batem com força no chão, olho em volta para ninguém ver a minha fala de jeito, mas para além de um rapaz a beber água ao fundo do corredor não há mais ninguém. Agarro no saco e meto-o ao ombro, felizmente ainda não está muito frio e a volta para os dormitórios deve ser rápida. Quando abro a porta oiço um assobio, olho para trás e vejo o rapaz que se sentou á frente na segunda feira. O cabelo dele está molhado do que suponho ser suor e ele corre com a minha raquete na mão.-Obrigada, esqueci-me completamente.
Uma parte de mim quer dizer mais alguma coisa, mas estou travada. Ele é tão giro!
-Provavelmente porque não conseguias lá chegar.- O sorriso dele faz-me sorrir e o meu coração salta.- As pessoas tendem a esquecer o que não veem.
Filosófico e giro, se fosse grego podia ser o Theo James, mas assim é só o... não faço ideia nenhuma de como é que se chama.
-Provavelmente não a devia ter atirado para tão alto.- Encolho os ombros e tenho total noção de que pareço esquisita.
-Tudo bem, se saires sempre a esta hora posso continuar a tirá-la de lá.
SERÁ QUE ELE ESTÁ A NAMORISCAR COMIGO? O meu subconsciente passa-se e acendem-se luzes vermelhas em todo o lado. Suspiro e ele estende-me a mão.
-Sou o Harry de cultura Inglesa.
-Sou a Julieta de...
- Shakespeare?
-Aposto que não foi essa a intenção. - Riu-me e caminhamos os dois, lado a lado.
-Os teus pais queriam que morresses por amor provavelmente.
Tenho uma visão dos meus pais a beijarem-se na cozinha de frente para uma enorme janela e faço uma careta. Suponho que eles morram de amores.
-Isso é esquisito.
Continuamos a andar os dois, lado a lado até que ele aponta para o edifício onde ele fica, faço o mesmo e acenas os dois antes de no separarmos.
Até hoje penso nesse dia, o penúltimo dia em que foi simpático comigo e me deu alguma esperança de romance. Claro que depois vomitou em cima das sementes que tinha plantado e por um lado ainda bem. Imaginem só se alguma coisa tivesse acontecido? Teria estado três anos a descobrir o tipo de pessoa horrível que ele era.
É nisso que penso agora ao olhar para o homem nada velho e bonito á minha frente. Mr.Pella não é velho, e sua barriga foi comida pelos seus abdominais de certeza. Ele levanta-se com uma graciosidade que quase me faz sentir um bebé a aprender a andar. Os olhos azuis dele colam-se aos meus e ele estende-me a mão, penso que se todos os homens bonitos que conheci na vida forem como o Harry vou poder apreciá-lo durante quatro dias antes de começar a querer estrangula-lo.
-William Pella.- Ele estende-me a mão ao que eu agradeço. Ele deve estar contente por não o cumprimentar com um encontrão como mais cedo.
-Julieta Cross.
Ele arqueia uma sobrancelha e sorrio.
-Têm um nome muito Italiano, Miss.Cross. - Ele aponta um lugar para me sentar á frente dele e faço-o.
-Se gostar de carros talvez.
Ele senta-se e espero que ele apanhe a referencia de um carro com uma versão do meu nome terrivelmente mal feita.
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Two ways to lie *Concluida*
FanfictionHarry e Julieta odeiam-se tanto que não conseguem dar dois passos sem se tentarem matar ou sabotar. O que nenhum deles está disposto a fazer, é a revelar o motivo de tanto ódio. O que esconde o passado destes dois que não os deixa seguir em frente? ...