Capítulo 2 "Será que ele está a namoriscar comigo? "

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As minhas colegas da equipa de ténis passam por mim e desejam-me um bom fim de semana. Aceno de volta e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Puxo as minhas coisas para fora do cacifo e elas batem com força no chão, olho em volta para ninguém ver a minha fala de jeito, mas para além de um rapaz a beber água ao fundo do corredor não há mais ninguém. Agarro no saco e meto-o ao ombro, felizmente ainda não está muito frio e a volta para os dormitórios deve ser rápida. Quando abro a porta oiço um assobio, olho para trás e vejo o rapaz que se sentou á frente na segunda feira. O cabelo dele está molhado do que suponho ser suor e ele corre com a minha raquete na mão.

-Obrigada, esqueci-me completamente.

Uma parte de mim quer dizer mais alguma coisa, mas estou travada. Ele é tão giro!

-Provavelmente porque não conseguias lá chegar.- O sorriso dele faz-me sorrir e o meu coração salta.- As pessoas tendem a esquecer o que não veem.

Filosófico e giro, se fosse grego podia ser o Theo James, mas assim é só o... não faço ideia nenhuma de como é que se chama.

-Provavelmente não a devia ter atirado para tão alto.- Encolho os ombros e tenho total noção de que pareço esquisita.

-Tudo bem, se saires sempre a esta hora posso continuar a tirá-la de lá.

SERÁ QUE ELE ESTÁ A NAMORISCAR COMIGO? O meu subconsciente passa-se e acendem-se luzes vermelhas em todo o lado. Suspiro e ele estende-me a mão.

-Sou o Harry de cultura Inglesa.

-Sou a Julieta de...

- Shakespeare?

-Aposto que não foi essa a intenção. - Riu-me e caminhamos os dois, lado a lado.

-Os teus pais queriam que morresses por amor provavelmente.

Tenho uma visão dos meus pais a beijarem-se na cozinha de frente para uma enorme janela e faço uma careta. Suponho que eles morram de amores.

-Isso é esquisito.

Continuamos a andar os dois, lado a lado até que ele aponta para o edifício onde ele fica, faço o mesmo e acenas os dois antes de no separarmos.

Até hoje penso nesse dia, o penúltimo dia em que foi simpático comigo e me deu alguma esperança de romance. Claro que depois vomitou em cima das sementes que tinha plantado e por um lado ainda bem. Imaginem só se alguma coisa tivesse acontecido? Teria estado três anos a descobrir o tipo de pessoa horrível que ele era.

É nisso que penso agora ao olhar para o homem nada velho e bonito á minha frente. Mr.Pella não é velho, e sua barriga foi comida pelos seus abdominais de certeza. Ele levanta-se com uma graciosidade que quase me faz sentir um bebé a aprender a andar. Os olhos azuis dele colam-se aos meus e ele estende-me a mão, penso que se todos os homens bonitos que conheci na vida forem como o Harry vou poder apreciá-lo durante quatro dias antes de começar a querer estrangula-lo.

-William Pella.- Ele estende-me a mão ao que eu agradeço. Ele deve estar contente por não o cumprimentar com um encontrão como mais cedo.

-Julieta Cross.

Ele arqueia uma sobrancelha e sorrio.

-Têm um nome muito Italiano, Miss.Cross. - Ele aponta um lugar para me sentar á frente dele e faço-o.

-Se gostar de carros talvez.

Ele senta-se e espero que ele apanhe a referencia de um carro com uma versão do meu nome terrivelmente mal feita.

Two ways to lie *Concluida*Onde histórias criam vida. Descubra agora