Capítulo 15

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     Encontrei com Lana na lanchonete, próxima ao prédio de dormitórios. Ela estava perfeitamente arrumada para um dia de aula, e nós tínhamos tantos assuntos, que até mesmo os suspiros vinham com tom de conversa.

-Ela bebeu tanto, que no meio da festa, ergueu a blusa e mostrou os peitos pro Johnathan!- Explicou ela, continuando a conversa sobre a festa da noite passada.

-Caralho, ela realmente tava bêbada pra cassete! - Arqueei a sobrancelha.

-Definitivamente, ela é uma vadia! - Falou, em seguida tirou um pedaço de seu pão, com a mão, e levou à boca.

-Ah, ela só estava bêbada. Nem toda bêbada é uma vadia, Pandora é o exemplo disso. - Ri.

-Não entendo o que você vê nela. - Deu ombros, me encarando.

-Lana, a Camilla só estava...

-Não, Greg. Tô falando da Pandora. - Engoliu o pedaço de pão e me encarou.

-Ela é minha amiga, Lana. - Engoli seco, me lembrando do dia anterior.- E ela é legal, só é preciso de alguns minutos com ela pra perceber que ela é tão legal quanto louca das ideias.

-Ela não é tão legal quanto parece, Greg. - Balançou a cabeça em negação. - Estudamos juntas há algum tempo, antes da faculdade, ela espalhou alguns boatos sobre mim. - Abaixou a cabeça.

-Ei, Lana, não precisa ficar assim. Sabe que eram apenas boatos, aliás, quase todas as meninas que eu conheço fazem isso. - Segurei em sua mão.

-Eu sei, Greg. Mas deve tomar cuidado com ela. Pandora é do tipo que te apunhala aos poucos, e você só percebe, quando está sangrando por todos os lados. - Suspirou, dando um gole em seu chá.

-Ela não parece ser assim, mas vou ficar mais atento. - Engoli seco, sorrindo fraco em seguida.

-Eu sei que vai.

Olhei para o relógio e, se eu quisesse chegar na primeira aula a tempo, eu deveria ir embora naquele exato minuto.

-Temos que ir, Lana. - Sorri, levantando-me da cadeira.

-É... - Olhou o horário no celular - Temos sim. - Levantou-se, também.

Lana se aproximou de mim, e selou nossos lábios, logo se afastando.

-Tome cuidado com essa garota, por favor. - Acariciou meu rosto e foi para a aula, deixando-me ali, plantado por alguns segundos.

     Tive aulas cheia de cálculos e programações, recebi, também, uma lista dos trabalhos que eu deveria entregar nas próximas semanas, e logo comecei a me organizar, pensando no que eu faria no fim da tarde, para adiantar essas drogas de trabalhos. Eu estava tão cansado das preocupações que invadiram minha mente repentinamente que eu sequer me dei conta de quando o almoço já se anunciava

     Fui para o refeitório e vi que meu fraterno emocional grupo ridiculamente oprimido tradicionalmente, ou como nós dizíamos, FEGROT, sentado na mesma mesa de sempre. Peguei um pouco de comida e segui com a bandeja para a tal mesa. Seguíamos diariamente a mesma ordem de lugares, já que Kat dizia que o TOC dela atacava cada vez que um de nós ousasse se sentar em um lugar diferente.

- Passe os brócolis pra cá. - Jimmie disse, antes mesmo que eu pudesse começar a comer.

- São seus, Jimmie. - Respondi, empurrando a bandeja para que ele pegasse a comida.

- Valeu, Greg. - Sorriu, logo devorando a porção de brócolis.

- Onde vocês foram ontem? - Kat perguntou, olhando para Pandora, logo voltando os olhos para mim.

- Nós fomos no... - Comecei.

- Mcdonald's.- Pan me interrompeu.

- Foi legal? - Jamel perguntou, cutucando sua gelatina com a colher plástica.

- Sim, foi bem divertido. - Pan respondeu, sorrindo para mim.

- Hm, então quer dizer que, temos um novo casal! - Jamel anunciou, com o tom de voz elevado.

- Não, Jamel! -Falei, alto - Só levei ela pra comer um lanche ruim.

- Que nem foi tão ruim assim. - Pan riu.

- Que bom. - Kat disse - Quem sabe daqui pra frente, seu humor não melhora...

- Kat! - Falei, arregalando os olhos, para que ela notasse que estava preste a comprar uma briga.

- É, realmente, coisa que você não fez nos últimos dias. - Pandora retrucou.

- Tudo bem meninas, vamos parar por aqui. - Jimmie se pronunciou, fazendo-se de o profeta da paz.

     No fim das aulas, eu precisei de um tempo, pra esquecer algumas coisas que estavam me incomodando; eram tantos trabalhos, atividades, provas, e problemas; tudo acumulado, me fazendo querer arrancar cada fio de cabelo. Precisava de uma dose de qualquer coisa. Entrando no prédio de dormitórios, subi até o andar de Pandora, e dei minhas originais três batidas na porta.

- Greg? - Questionou ela, ao me atender.

- Preciso de bebida, ou drogas. - Falei, objetivamente.

- Cê tá bem? - Arqueou a sobrancelha.

- Nem um pouco. - Dei ombros.

- Entra. - Apontou para dentro, e logo entrei em seu quarto.

     Ela fechou a porta, e encostou-se na mesma.

- O que tá acontecendo com você, Novato? - Ergueu os braços em tom de dúvida.

- Por que? Não posso querer me distrair? - Retruquei.

- Pra quem tava com medo de tragar maconha outro dia, você tá muito diferente. - Cruzou os braços.

- Eu só queria esquecer algumas coisas. - Dei ombros - Achei que você entenderia.

- Tudo bem. - Suspirou - Vem cá.

    Pandora fuçou sua gaveta de roupas íntimas e pegou sua caixinha de drogas, a mesma que eu havia encontrado da outra vez, logo em seguida abriu seu armário de roupas e retirou o fundo falso da parte do meio, e puxou algumas garrafas de bebida.

- Pronto, Greg. Sinta-se à vontade para se drogar como quiser. 

P.A.N.D.O.R.A (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora