Capítulo 9

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A primeira coisa em que conseguimos pensar, foi procurar por Pandora em seu dormitório; corremos pelos corredores e subimos os degraus aos pulos, a porta estava trancada, mas, Kat, incrivelmente, conseguiu abri-la, usando um grampo de cabelo e algumas técnicas que eu e Jamel jamais teríamos.

Entramos e reviramos tudo, mas não havia nada ali, nem Pandora, nem indícios de onde ela estaria. Nos sentamos, e por alguns segundos, analisamos nossa trajetória até o campus.

-Okay, do que vocês se lembram? - Me sentei na cama, encarando os outros.

-Tudo bem... Não é tão difícil. - Kat respirou fundo e começou a se recordar. - Saímos da festa; conveniência; praça... Aí nós pegamos as garrafas, você e a Pan não ficaram com nós, Jamel foi pra trás de um arbusto, eu e Jimmie nos beijamos, você e Pan...

-VOCÊ BEIJOU O JIMMIE? - Jamel falou alto, com indignação.

-E o que você foi fazer atrás dos arbustos? - Kat retrucou.

-Mijar...? - Jamel arqueou as sobrancelhas, encarando-a.

-E QUAL O PROBLEMA DE EU BEIJAR O JIMMIE?

-VOCÊ ESTRAGOU TUDO, COMO VAMOS PEGAR AS FUTURAS PSICÓLOGAS? -Jamel levou as mão à cabeça.

-Galera, eu não queria ser chato mas... NÃO SABEMOS ONDE A PAN ESTÁ! - Exaltei-me - ENTÃO, SERÁ QUE VOCÊS PODERIAM PARAR COM ESSA PORRA DE DISCUSSÃO, E FOCAR NO PROBLEMA?

-Tudo bem, Greg... - Kat suspirou.

-É, foi mal. - Jamel deu ombros.

-Kat, - falei - ligue pro Jimmie, precisamos dele aqui.

Enquanto Kat buscava contato com Jimmie, Jamel foi buscar cafés. Sentado na cama de Pan, observei cada canto daquele quarto; era tão único; as paredes tinham desenhos por todos os lados, eram dezenas de margaridas, rosas e outras flores, que eu sequer conhecia. Olhei para o teto e lá estava, o céu mais estrelado de todos, era incrivelmente lindo, tudo aquilo, todos os detalhes, todas as flores e outras coisas que alí foram pintadas.

-Jimmie! - Kat disse, um tanto quanto alto, fazendo com que eu perdesse meu foco nas pinturas, e logo se aproximou de Jimmie.

-O que houve? - Jimmie apoiou-se na cômoda.

-Não sabemos onde está a Pan. - Respondi.

-E cadê o Jamel? - Retrucou.

-Foi comprar algo. - Kat disse.

-Precisamos encontrar ela. - Encarei-os.

Jamel entrou no quarto, com alguns cafés e um pacote de salgadinhos.

-Boa, Jamel! - Jimmie sorriu, e sentou-se na cadeira da escrivaninha.

-Grande Jimmie, sempre acabando com minhas chances com as garotas. - Jamel respondeu, colocando-se ao lado de Jimmie.

-Vai começar com isso de novo? - Kat revirou os olhos.

-Ele beijou você! Olha só pro seu cabelo! Quem beija uma garota assim? - Jamel suspirou.

-Ei, não fala assim dela não! - Jimmie passou seus braços pela cintura de Kat, abraçando-a e logo beijou o alto de sua cabeça.

-Parem de ser nojentos! - Jamel, contestou, com a boca cheia de salgadinhos.

-Cala essa boca e me dá um pouco disso. - Kat colocou a mão dentro do pacote e começou a tomar seu suposto café da manhã; o que me fez perder o controle.

-VOCÊS SÓ PODEM ESTAR DE BRINCADEIRA, NÉ? - Encarei-os.

-Ei, Greg, Relaxa... - Jamel sorriu fraco e deu alguns tapinhas em meus ombros.

-Relaxar? - Retirei sua mão de meus ombros e o encarei. - Qual o problema de vocês? Não sabemos onde ela está. E o pior, fomos nós quem a perdemos!

-Greg, eu sei que está preocupado, mas ela já não é mais uma criança. Ela é dona de si. Eu sei, nós não fazemos ideia de como ela está... - Kat suspirou, e segurou minha mão - Mas se tem uma coisa que a Pan sabe, é se virar sozinha.

Suspirei e me sentei na cama.

-Tudo bem. - Dei ombros.

-Vamos sair daqui. Sei que a Pan está bem, Greg! - Jamel sorriu, seguindo para a porta.

-A gente podia dar uma volta. - Jimmie disse.

-Ótima ideia! - Kat sorriu - Vem com a gente, Greg?

-É... - Cocei a nuca - Estou um pouco cansado, acho que vou procurar um livro que a Pan disse que me emprestaria e depois vou tirar um cochilo.

-Tudo bem, então. - Jamel seguiu para fora do quarto, acompanhado dos outros.

A porta bateu e eu comecei a explorar cada canto daquele lugar, tudo ali tinha a cara da Pan. Olhei nas estantes de livros, eram tantos títulos que por um segundo, achei que não fosse achar o que eu tanto queria; "Constelações de Seda", ela havia me dito que adorava aquele livro e que, certamente, eu precisava ler. Me sentei numa poltrona, próxima à estante e comecei a folhear o livro.

P.A.N.D.O.R.A (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora