Aurora voltara para casa após muito esperar na frente da casa do homem.
Estava sentada no chão da sala, pensando em alguma coisa ruim e sem nexo ao som do telefone que não parara de apitar.
Mensagens implorando respostas sobre a falta no trabalho, mensagens de Analice para saber se estava tudo bem com a menina.
E apenas uma mensagem teve tamanho poder para Aurora abrir:
— "posso te encontrar hoje?"
Uma pausa enlaçada em um suspiro com calmaria tomou conta de Aurora, marcando um encontro positivo naquele instante.
Não é que ela realmente queria ir, mas estava curiosa demais para esperar...
— "vou estar de camiseta listrada e sentado no primeiro banco da praça"
Ela respondia com um "ok" e detalhando sua vestimenta em seguida.
Aurora tomara um banho, preparara sua roupa e certificando-se de que havia inspecionado todas as trancas nas portas, ela saia.
Não usou a roupa que dissera usar.
Estava desconfiada demais para entregar sua descrição para um anônimo.Cruzou a avenida calmamente olhando a praça por entre os tetos dos carros tentando fixar alguém de camisa listrada de lá mesmo.
Percorria a praça com os olhos enquanto caminhava até a posição dos bancos, sentou-se e olhara o relógio que marcava quinze para as três da tarde.
Um toque em seu ombro a fez esquivar-se e saltar de onde estava sentada.
Ela agora o poderia ver...
Seus doces cabelos negros, olhar piedoso atrás de um par de óculos quadrado. Seu rosto suavizado com uma covinha gentil no queixo. Os ombros largos e aconchegantes. O sorriso acolhedor foi penetrado instantemente entre Aurora.
Ele a abraçou depressa assim que ela se levantou, fazendo-a soluçar e suspirar emocionada.
— Está ciente agora de que não sou um fake?
Ela chacoalhava a cabeça afirmativamente, e tentava não sair dos braços dele tão cedo.
—Você está bem? — dizia ele, afastando levemente Aurora de seu peito e a olhando nos olhos.
Ela se acomodou nos teus olhos negros com o coração há duzentos mil por hora.
Simplesmente não poderia mentir que estava tudo bem, ele a fazia se sentir em paz mesmo sem notar.
— Eu vi uma pessoa hoje que não queria ter visto... — respondia Aurora em meio a sussurros.
— Tudo bem... vamos esquecer essa imagem ruim. — dizia ele, abraçando-a novamente, agora com mais força.
Ele a tomou por uma das mãos e caminhavam entre o lago principal. Seus olhos rondavam o rosto de Aurora entre o canto, sem mover a cabeça ele poderia notar seu semblante preocupado.
— Deixe-me apresentar — dizia ele, olhando-a agora de frente — sou o Benjamin.
Aurora assentiu com a cabeça e sorrindo.
— A falta no trabalho hoje tem alguma a ver com essa sua tristeza?
Ela o olha assustada, franzindo sua sobrancelha e se esquivando para trás.
— Como assim? Nós... trabalhamos juntos?
— Não tecnicamente... — respondia dando de ombros. — eu fico na parte do xerox e dos anexos...
— Oh... então como... você...
— Desde o primeiro dia que eu te vi entrando naquele prédio até o dia que eu passei pela sua porta e te vi chorar...
Aurora apenas o olhava, tentando se recordar de algum momento tê-lo visto.
—Eu queria entrar correndo lá e abraçar você, te consolar.. — ele continuava. — mas... nunca pensei que pudesse acontecer de eu falar com você em particular ou de estar frente à frente te olhando nos olhos...
— E porque decidiu de repente falar comigo?
—Não foi de repente... eu pensei que você e o Gustavo tivessem algo juntos, mas então eu vi ele fazendo umas coisas com você e isso me criou coragem para que eu pudesse me aproximar. — conclui, a olhando graciosamente — fiz errado?
— Não... —respondia, sacudindo a cabeça negativamente.
Ele sorriu, seguindo Aurora que já recomeçara a andar na beira do lago.
Naquele dia Benjamin havia detalhado sobre toda sua vida e sobre o vinculo que tinha com o canil da cidade, era sobrinho da dona e Aurora apenas dissera algumas partes de sua vida, as piores que podia dizer num primeiro encontro.
Queria que ele a conhecesse de imediato, e declarou em cada ponto que se nele tivesse um sentimento de dó para com ela, que findasse desde já qualquer laço de amizade que poderia acontecer.
Ela agradecia por cada palavra que ele já havia dito para ela desde a ultima semana de contato, e estar com ele, de alguma forma, a fazia esquecer das dores que faziam morada dentro de si.
Benjamin escutava com atenção cada confissão de Aurora e teus olhos não eram olhos de dó mas eram olhos de orgulho por conhecer uma mulher tão nova e tão forte.
Ele a abraçara a cada sinal de lágrima que estaria por vir diante das confissões e ela implorava no seu íntimo que este abraço nunca fugisse dela.
Pela primeira vez, se sentia segura e amada.
Aurora desbafou os porquês cursou direito, os porquês veio parar naquela cidade. Contou sobre os porquês ela morava sozinha e os porquês se sentia triste constantemente.
A primeira reação e repetida, foram os abraços que Benjamin dava em Aurora. E era como se ela mesmo implorasse com os olhos...
— Quero te ajudar com isso. — ele dizia, abraçado-a contra seu peito.
Ela respirava em soluços em meio a um choro angustiado.
— Quero te ajudar... —ele repetiu, olhando-a nos olhos.
— Se nem eu fui capaz de me ajudar.
— Eu quero poder tentar, pelo menos.
Ela resmungou suavemente em tom positivo e abraçou-o ainda mais forte.
Ao final do dia, Benjamin acompanhava Aurora até sua casa, despediu-se com um aceno agradável e pediu para que ela voltasse ao trabalho e não desse ouvidos ao que todo mundo falasse, mas que simplesmente continuante a ser forte.
A verdade é que Aurora estava cansada de se mostrar ser forte para todos.
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Através do seu amor
FantasiUma mulher vive atormentada por lembranças de um passado cruel, sofrendo com diversos impulsos de sentimentos ao mesmo tempo. Fugiu da casa da tia com 17 anos de idade e tempos seguintes ela teria se reencontrado com o próprio agressor, razão de a t...