A Força do Poder

Capítulo.2

Kiara 

6 anos depois...

Amor...

Como podemos descrever este sentimento?

A maioria das pessoas diz que é o sentimento mais puro,digno e grandioso que um ser humano pode ter,um sentimento que vem do fundo da nossa alma e que pode até quebrar a pior maldição.

Vocês acreditam nisso?

Acreditam que o amor pode curar a pior pessoa, a alma mais negra e solitária que existe?

Eu não.

Não quer dizer que amar não seja precioso ,mas digo-vos que amar uma alma sugada pela escuridão não transmite antivírus necessários para a combater.

E eu digo-vos com experiência própria. Eu já o amei, amei-o com todas as minhas forças por quase 6 anos da minha vida. Tentai-lhe dar todo o meu amor , mas havia uma força que o puxava para o outro lado, o outro lado onde nem eu nem o meu amor existíamos.

Ele apenas me usa ,eu sei.

Como eu também sei que ele não é capaz de ter sentimentos carinhosos por ninguém. Eu sou apenas mais um peão no seu jogo, um peão que ele sabe manipular muito bem.

Ele sempre soube que eu o amava, nem eu consigo explicar esta paixão ardente que começou desde a primeira vez que eu o vi e que foi aumentando gradualmente até chegar ao ponto de ebolisão, onde eu entendi que ele nunca me amaria como eu o amo.

Dominic era a minha perdição.

-Senhorita Smith algum problema? Parece-me estar distraída!- os olhos de toda a classe olham na minha direção menos os únicos de quem eu queria ver, embora que eu tenha visto um rápido sorriso sarcástico surgir nos seus lábios hipnotizantes.

-Nenhum Sr. Jones. É apenas impressão sua. - "apenas estava a admirar as vistas" completo mentalmente e rapidamente coro por imaginar a cara da velha se por caso eu o dissesse em alto som.

-Hummm, então poderia me explicar como resolveu o problema nº 81?

-Veja só a coincidência, professora Jones , eu estava exatamente nesse exercicio a pensar como haveria de o fazer...Esse exercício é bem complicado.

- Muito bem Senhorita Smith , se realmente estivesse atenta iria perceber que já resolvemos esse exercício, mas a menina parece que está no mundo da lua. O seu corpo está presente nesta sala mas a sua mente anda a vaguear por territórios desconhecidos. Tente se concentrar um bocadinho se fizer o favor!

-Claro senhorita Jones ,me desculpe...-digo já um pouco incomodada pelos olhares que me são dirigidos e por ter sido humilhada em frente de quase toda a classe.

-Espero que não se volte a repetir!

-Não irá acontecer.

A campainha toca e rapidamente me vejo sozinha dentro da sala. Obrigada por esperares por mim, Lucy. Pego uma maça e dou-lhe uma trinca , mas quando estou a sair pela porta da sala algo me puxa rapidamente e prende os seus lábios com os meus. Rapidamente identifico quem é pelo seu cheiro a menta que me encanta.

Os seus lábios exploram os meus com um desejo reprimido e rapidamente correspondo na mesma intensidade . Quando dou por mim já tinha colocado as minhas pernas em volta do seu quadril e Dominic estava a avançar para dentro da sala, trancando a porta atrás de si e colocando-me em cima da mesa do professor.

Safado.

Sinceramente, o único sentimento humano que Dominic ainda carrega é o desejo, ele é insaciável e eu sei que isso não deveria ser motivo de orgulho mas eu sou a única com quem Dominic já dormiu mais de 1 noite.Sim, porque de resto as outras ficam de joelhos para voltar a ter apenas mais uma noite com ele e eu nem preciso implorar.

Mas eu intendo como deve ser o sentimento de não poderem ter mais nenhuma noite com este deus grego. Porque ele tem uma pegada. Nossa senhora! Nem parece humano.

Quando volto á realidade afasto-o de mim e tento recuperar a respiração que está um pouco irregular.

Quando olho para ele sorriu e ele dá-me o sorriso safado roubando-me a maça que estava na minha mão.

Demorei um tempinho para intender o que tinha acontecido e quando me dei conta que ele me tinha roubado a maçã ele já tinha comido quase metade.

-Hei! Esse era o meu lanche!-Digo fazendo biquinho.

Dominic dá-me um selinho no meu biquinho e depois devolve-me a maça quase toda comida.

-Não consigo resistir, ficas muito fofa com esse biquinho.-quando ele se dá conta do que disse , já era tarde de mais porque com esta simples frase eu já me tinha iludido ao ponto de planear quantos filhos iríamos ter.-Humm, preciso de ir a um sítio antes que toque, encontramos-nos lá por volta das 21:30h ?

-Hoje não vai dar. A minha mãe chegou da casa da minha avó e vai dar o jantar para uns amigos...

-Ok tu é que sabes.-diz saindo da sala e destrancando a porta.

Suspiro! Não o consigo entender , num momento me chama de fofa e no outro já está a marcar um encontro para poder, bem vocês com certeza sabem o que ele iria querer fazer.

É sempre assim . Todas as sextas feiras ele me chama para um sitio , que ele diz ser só nosso, mas eu sei que ele leva para lá a maioria das vadias. É uma casa na árvore no meio da floresta mas que tem uma vista incrivel. Ela é linda! É uma casa bem pequenina, deve ter uns 2,5m de comprimento, 1,5 de largura e mais ou menos 2 metros de altura. Lá dentro ele tem um colchão e algumas almofadas e tem uma espécie de cortina para tentar tapar o frio. É muito fofa!

Dominic construiu-a depois do seu padrasto morrer porque a sua mãe começou a ficar maluca e Dominc construí-o a casinha para ter um lugar para dormir quando a mãe resolvia começar a gritar com ele por nenhuma razão. Pelo menos foi o que ele me disse.

Houve uma altura que a sua mãe dizia tantas coisas sem nexo, como por exemplo que tinha visto o diabo, que via espiritos, que Dominic era filho do próprio demónio,etc. que decidiram interná-la numa clinica psiquiatrica e Dominic ficou á responsabilidade de uma irmã da sua mãe que vivia a duas quadras da sua antiga casa.

Ao inicio Dominic não gostava muito da sua tia nem do seu marido e pelo que eu sei hoje em dia ele ainda não gosta mas conseguiu se acostumar.

Nesta altura ele tinha aproximadamente 15 anos.

E nesta altura ele ainda me contava as coisas porque hoje em dia ele só me quer quando sente necessidade.

Apenas queria poder voltar atrás no tempo e poder evitar que ele se torna-se no que é hoje em dia, numa alma sombria e misteriosa coberta por uma escuridão totalmente bipolar.