Eu

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O despertador toca, são 6 da manhã. Fred, meu vira-lata, está enroscando nas minha pernas, logo desperta por conta do barulho insistente do despertador, apenas muda de posição, não dá a importância para o barulho e volta a dormir tranquilamente.

- Bom dia, Fred fedorento... Cachorro pulguento, estou falando com você! - Ele nem sequer olha para mim. Fico olhando para ele e observando ele dormir, passo uns 3 minutos admirando a cor de seu pelo, é uma mistura de cor de chocolate com mel.
- Fred, acordei com coragem! Hoje vai ser o dia que irei abrir meu coração para aquele estúpido... O estúpido que rouba meu sono.
E como sempre, Fred apenas levanta a cabeça, olha para mim, me ignora e volta a dormir - Preguiçoso. - Decidi então levantar, calço minhas pantufas preta e vou ao banheiro. Quando me olho no espelho vejo que meu cabelo está todo amassado, mas não tenho nenhuma preocupação com isso, pois apenas um pouco de creme e um óleo de coco resolve.
Visto minha roupas, meus sapatos, meus brincos e, passo meu perfume favorito. Nao uso maquiagem porque é um desperdício de tempo e dinheiro, e afinal de contas, sou linda de mais!
Depois de pronta vou até a cozinha preparar algo para comer, como de costume minha mãe chegou tarde do trabalho, deduzi isso pelo bilhete que ela deixou colado na geladeira. Pediu para passar no mercado depois da escola e comprar algumas coisas que estavam na lista.
Como não tomo café preparei um chá, e enquanto comia aproveitei para conferir minhas redes sociais, olhei meu Facebook, Instagram, SnapChat e, quando abri o WhatsApp quase deixei a xícara cair, havia 3 mensagens do ladrão de sono, apenas 3 frases fizeram com que meu coração desse um salto. Maldito coração! As mensagens diziam: "Bom dia brócolis", "Sonhei com você" e "Foi engraçado". Ok, você deve está se perguntando "por que brócolis?", a resposta está na minha aparência, mas especificamente no meu cabelo. Sim, tenho um black power, me orgulho dele desde pequena, sofri bastante por ser gorda, negra e ter cabelo crespo. Mas foda-se todo mundo, sou perfeita do meu jeito.
Depois de um pequeno estado vegetativo lembrei que ainda está olhando para a conversa sem ter uma reação ou uma resposta para aquilo. Sem pensar de mais respondi: "Bom dia Thor pós tiroteio <3",
- GOD, sou muito estúpida, mando até coraçãozinho...E ESTOU ATRASADA!
Saio em disparada, tenho que escovar os dentes e conseguir chegar no ponto de ônibus sem o perder.
*
Já no ônibus, depois de uma pequena corrida forçada, sento ao lado da minha amiga Renata:
- Bom dia chuchu... Está ofegante?
- Foi apenas um corridinha logo cedo. - disse num tom de ironia.
- Não está fazendo nenhuma dieta e exercícios malucos né? -
- Não, tá louca? Corri com medo de perder o ônibus - Ela riu e entendeu que eu estava sendo irônica. - Então, como está as coisa com o Léo?
- Ah, ele que namorar sério comigo.
- Mas...?
- Mas, eu não sei se gosto dele de verdade.
- Como também não sabe se gosta do Júlio, ou do Pedro, ou do Felipe! Rê, você tem que decidir se vai ter algo sério com eles ou não, você não pode ficar brincando com o sentimentos das pessoas assim.
- Eu sei... Eu vou pensar mais um pouco e vou resolver isso. - Ela ficou calada pensando, e eu fiquei pensando em como eu iria falar com o cabeça de melancia. De hoje não ia passar! Ela me cutuca:
- Hey, você sempre me pergunta sobre garotos, mas nunca fala de quem você gosta!
- É porque eu não gosto de ninguém, Rê. - Eu admito, odeio mentir. Mas se eu contar para ela, ela vai querer contar para Júlia, e a Júlia não pode saber porque ela é prima do ordinário!
- Você acha que me engana? Eu vou descobrir, quer você goste ou não!

Então ela muda de assunto, fiquei encarando minha amiga Renata enquanto ela falava sobre como o Felipe imobilizou ela na aula de judô, ela era realmente muito bonita, tinha um longo cabelo preto ondulado, seus olhos eram de um castanho bem escuro, tinha bochechas grande e fofas, e um belo corpo. Era baixinha, ou talvez eu que seja alta de mais, 1,75m para ser mais específica. Ah, como eu amava essa menina! Ela vai ter que me perdoar, não posso contar a ela sobre o ordinário.

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