LXV-Meu Destino

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— Morreu? — Daphne pergunta pela quinta vez e, novamente, a Flora responde um “sim” para a amiga. — Morreu? — Seu olhar era direcionado pro nada, como tivesse se perdido entre os seus próprios pensamentos. Toda vez que Daphne repetia essa mesma pergunta, Flora ficava com uma expressão de preocupação cada vez mais visível em seu rosto.

— Desengasga! — Diz Nicholas enquanto dava alguns tapas nas costas de Daphne que realmente a fizeram “desengasgar” e, além disso, também a trouxe de volta à realidade. Assim que Daphne “retorna” a normalidade, tudo o que a garota fez foi virar a sua cabeça pro lado para assim, ver o corpo do Yuri deitado sobre o chão. Enquanto encarava-o, ela fechava lentamente os punhos com cada vez mais força.

— Daphne, estas pensando em fazer o quê? — Indaga Flora ao notar que a amiga lançava um olhar frio pro Yuri.

— Fica calma, nos conseguimos pegar o broche daquela equipe bem facilmente, agora temos os broches dos times oito e nove da outra academia. — Nicholas se esforça o máximo possível para transparecer estar sorridente só que ele acabou ficando apenas com um sorriso amarelo em seu rosto. — Que tal sairmos daqui?

— Boa ideia. — Flora esboça um sorriso torto, — Vamos Daphne?

— Podem ir sem mim. — Ela dá de ombros e vira as costas para todos, mas antes que pudesse se mover, Flora segura o seu braço.

— Como assim? — Franze o seu cenho, — Você acha mesmo que nós faríamos isso?

— Me deixem em paz, eu quero ficar sozinha! — Daphne liberta o seu braço das mãos de Flora o puxando com força. — Percebeu que todos os que ficam à minha volta acabam morrendo? — Ela abaixa a cabeça, — Quando essa prova acabar eu vou desistir de tentar evoluir pro grau prata ou qualquer outro. Não sirvo para isso, acho até que dou azar! Meu destino não é lutar, quando sair daqui vou tentar ser médica ou coisa parecida, desse jeito meus poderes podem ser úteis pra alguma coisa... Isso se eu não acabar matando os pacientes assim como fiz com o James e Yuri.

— Mas você tinha me dito que queria ser forte o suficiente pra proteger o seu irmão e se vingar da Divisão pelo que fizeram aos seus pais! — Flora revira os seus olhos e estala a língua ao notar que falou mais do que deveria.

— Eu posso treinar sozinha e me virar... — Suspira pesadamente e diz calmamente, — Vocês são melhores sem mim.

— Não há razão para trabalhar duro se você não acredita em si mesmo. — Nicholas balança sua cabeça negativamente e todos o olham meio chocados com a sua resposta.

— Daphne a culpa não é sua, se fores perguntar aos professores a quantidade de amigos que eles já perderam em batalha, vamos passar o dia ouvindo histórias e mais histórias. — Thomás, que estava calado até agora, diz em um tom firme.

— Eu duvido que tenham visto uma colega de time matar dois amigos por incompetência dela.

— Sabemos que não foi isso que aconteceu e mesmo se fosse não terias feito de propósito. E além do mais, desistir não é opção. — Quando Flora termina de falar, Daphne vira as costas para ela e suspira.

— Quero ficar sozinha! — Exije enquanto pisava com força no chão, — Vão!

— Não, não e não! — Diz com firmeza, — Quer ficar sozinha? Então vá pra aquela árvore e só volte quando estiver mais calma e raciocinando melhor, porque daqui a gente não sai! — Flora disse isso com tanta convicção, que até parecia uma mãe dando bronca no filho. A Daphne não falou mais nada, apenas andou até a árvore e assim que chegou perto da mesma sentou-se no chão, mesmo estando repleto de pedras.

HOPE ACADEMYOnde histórias criam vida. Descubra agora