XCV|Academia eliminada

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— Vai mesmo querer me enfrentar? — indagou o rapaz da B1, responsável por controlar o corpo de Flora e Eduardo anteriormente, para o Diego, que nem se deu ao trabalho de responde-lo e num piscar de olhos já havia jogado uma bola de fogo na direção do rival. Entretanto, antes que o seu ataque flamejante pudesse alcançar o alvo, uma luz amarela toma conta de boa parte do lugar e deixa não só o golpe de Diego em câmera lenta, mas o corpo dele e de Eduardo também. O que, no fim, acabou dando tempo pro menino da B1 se livrar do ataque de fogo que, assim que saiu do alcance da luz amarelada, voltou a ter uma velocidade normal e acabou atingindo um ponto aleatório. — Não esperava que você fosse conseguir nocautear o meu parceiro tão facilmente... — comentou, levando o seu olhar para o menino caído, que ainda agonizava devido a aflição que advinha da sua mais nova queimadura no rosto. — Vocês já perderam as suas pedras... poderiam muito bem terem ido para longe de nós a fim de protegerem a si mesmos, porém, pelo visto, o orgulho de vocês não permite que façam isso. Uma pena, porque isso custará as suas... — a sua fala é interrompida por um barulho alto e terrivelmente agudo, que foi emitido pela única pessoa presente dentre todos ali que era capaz de fazer algo assim: Eduardo, ou ''microfone ambulante'', segundo Diego. O som continuou a ser produzido por mais de dez segundos, que foi tempo o suficiente para que todos levassem os joelhos ao solo e, consequentemente, perdessem a concentração em tudo que não fosse o zumbido e a agonia que vinham de seus próprios ouvidos. Então, graças a isso, a luz que os prendia não demorou a ser cessada; trazendo-os de volta à velocidade normal. Porém, uma vez livre, Diego, assim como todos os outros que estavam ali, também vai ao chão e leva as mãos até os ouvidos ensanguentados, enquanto gritava de dor. Ao que parecia, o rapaz não conseguia escutar nada além dos zumbidos, que agora percorriam os seus ouvidos e pareciam impregnados dentro da sua cabeça. Nesse caso, Eduardo foi a única pessoa ali a conseguir continuar de pé, mas a sua atenção logo é levada para outro lugar. Uma pessoa havia gritado, e seu olhar se dirigiu rapidamente em direção àquela voz familiar. Flora. Ele cerra um pouco os olhos, na tentativa de ver o que estava acontecendo com a mesma, contudo só conseguiu ver algumas sombras perambulando pelo local e, como a distância entre eles era grande, o garoto não conseguia identificar ao certo qual vulto pertencia a sua aliada e qual pertencia aos seus adversários recém chegados. — Droga... — resmungou, voltando o seu olhar para os inimigos que estavam junto a ele, tendo em mente que não poderia simplesmente deixá-los de lado e correr até Flora, já que existia a possibilidade dos mesmos seguirem-no e acabarem até mesmo juntando forças com a equipe que estava atacando sua aliada. E isso só tornaria as coisas mais complicadas do que já estavam. Ele ergue um pouco as sobrancelhas ao ouvir o Diego resmungar alguns palavrões, e logo direciona o seu olhar até ele com uma expressão esperançosa no rosto; era como se ele tivesse acabado de lembrar da presença do ruivo. Portanto, de imediato, Eduardo força o rapaz a se levantar, erguendo-o bruscamente pelo braço e, em resposta ao puxão – e, provavelmente, a dor no ouvido também –, Diego lhe desfere um olhar de raiva. — FLORA. AJUDA. RÁPIDO. — bradou, mas, sem se dar ao trabalho de formular uma frase inteira, já que o mesmo não iria compreende-la por completo. Após seu grito, que, para Diego, não passou de um mero som abafado e quase incompreensível, o ruivo franze o cenho.

— POR UM ACASO VOCÊ DISSE FLORA? — questionou, com um tom de voz mais alto que o de Eduardo, e o mesmo concorda com a cabeça e aponta na direção que a menina estava, em seguida, levou seu dedo a garganta e passou-o de um lado até o outro, dando a entender que a menina estava em apuros. — COMO É?! — ele piscou algumas vezes, a fim de processar o que Eduardo havia lhe dito, porém, prontamente, fecha o seu punho com força e começa a correr em direção ao local onde a menina estava. Devido a grande velocidade que o mesmo tomou pra ir até a moça, ele acabou quase indo de encontro ao chão quando seu corpo parou de lhe obedecer e ficou paralisado. — QUE DIABOS...?! — berrou, completamente confuso com o que estava acontecendo consigo mesmo.

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