HOPE ACADEMY

Epílogo

— Não precisa, Nicholas, eu estou bem! — insistiu Flora, que, no momento, estava conversando com o garoto enquanto o Thomas terminava de ajeitar a sua própria mala. Aquela noite havia sido longa tanto para a Flora e para o Thomas, que ficaram uma boa parte dela acordados, quanto para o Michael e os demais professores, que tentaram solucionar a questão do envenenamento do Coby. As investigações em relação a morte do professor não foram concluídas com sucesso, e isso deixou os responsáveis preocupados e inquietos demais para dormir ou descansar, afinal, havia um assassino entre eles. Como não conseguiu adormecer, o Michael acabou retornando as ligações da Flora durante a madrugada, e, assim que ela o atendeu, a garota rapidamente fez questão de comentar sobre a traição do Coby, porém, para a surpresa da mesma, o Michael avisou sobre a morte do homem, além de revelar que o Simmon já havia explicado tudo o que sabia sobre a deslealdade do professor em questão. Como ninguém parecia disposto a fechar os olhos perante aquela situação tensa, Flora, Thomas, Michael e até mesmo o Simmon ficaram conversando até o alvorecer sobre tudo o que haviam descoberto sobre o Coby, e, assim que amanheceu, a Flora tratou de esclarecer tudo para o Nicholas e a Daphne também, que ficaram surpresos com as informações recém recebidas. Ainda pela manhã, todos os estudantes que estavam no prédio receberam um recado – através da TV – comunicando que eles deveriam arrumar as suas malas, pois a semifinal iria acontecer em local distante dali. Assim que souberam disso, o pessoal da equipe X foram rapidamente ajeitar as suas malas, entretanto, o Thomas resolveu tirar um pequeno cochilo durante esse tempo, e, por conta disso, o mesmo acabou se atrasando um pouco mais que os outros. Quando o Nicholas estava se organizando, ele tentou colocar todo tipo de alimento dentro da sua mochila, e o mesmo até chegou a querer deixar as suas roupas de lado para dar mais espaço para os aperitivos, contudo, para a sua infelicidade, a Daphne não permitiu que o rapaz fizesse isso. Graças a esse fato, o garoto agora se encontrava comendo os alimentos que não haviam sido colocados dentro de sua bolsa, enquanto o Thomas terminava de arrumar as suas coisas e a Daphne lia novamente o livro que a sua mentora Mariana a havia entregado, com o intuito de encontrar algo que pudesse ajudá-la a lidar melhor com o seu bracelete.

— Comer ajuda a curar qualquer coisa mais rápido! — afirmou o garoto, ao mesmo tempo em que terminava de comer uma porção de pão de queijo.

— Mas eu já comi três sanduíches! — rebateu Flora, arregalando um pouco os olhos ao notar que o seu companheiro havia conseguido colocar uma fatia inteira de pizza dentro de sua boca. — Uou... — sussurrou, surpresa com essa habilidade do rapaz.

— Voxe naum viu nadxa! — declarou, ainda de boca cheia, e pegou um pedaço grande de bolo; dando a entender que iria devora-lo de uma só vez, assim como havia feito com o pedaço de pizza. Flora abriu um sorrisinho no canto dos lábios e arqueou uma das sobrancelhas; desafiando-o a fazer aquilo.

— Terminei! — declarou Thomas, ao mesmo tempo em que terminava de fechar o zíper da sua mala. Devido à fala do seu amigo, o Nicholas se forçou a engolir a comida que ainda estava presente em sua boca, dando assim, um fim a competição culinária que ele e a Flora haviam criado para se distraírem. Logo em seguida, o mesmo começou a pegar as comidas que ainda estavam na mesa para que elas não ficassem para trás, e, como havia uma quantidade considerável de alimentos ali, a Flora prontamente o ajudou a pegar tudo, fazendo com que o garoto abra um sorrisinho grato para a parceira.

— Continuaremos essa competição no ônibus! — alegou ela, com um sorriso persuasivo nos lábios, e, em resposta, o Nicholas assentiu com a cabeça de maneira confiante; demonstrando que havia aceitado o desafio mais uma vez. Assim que ambos estavam com os alimentos em mãos, todos seguiram em direção a porta, e, uma vez que a abriram, logo puderam ver que haviam vários alunos da K2 andando de um lado para o outro daquele corredor não muito espaçoso. Uns carregavam malas, outros conversavam sobre coisas aleatórias e alguns apenas estavam parados sem fazer nada em especial. No momento em que os membros da equipe X saíram de dentro do quarto, eles imediatamente puderam notar a aproximação da equipe I, que começou a ir para perto deles assim que os viram.