XCVI|Top seis

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Academia eliminada — a voz computadorizada ecoou alta e clara por todos os locais do mapa, seja na parte fria ou na parte quente, chegando então, a alcançar o grupo de Flora. Ao ouvir esse som, o Eduardo, que estava atônito com a decisão de Diego em tacar fogo no Ryan, finalmente pareceu sair do ''transe'' e prontamente voltou a se aproximar do ruivo, para, então, gritar – já que não tinha como encostar no menino coberto por fogo.

— CHEGA, DIEGO!

— Abaixa o volume aí, porcaria de microfone ambulante! — pediu, na mesma hora em que cessou o fogo e levou os dedos aos ouvidos para coça-los, como forma de deixar claro que os gritos de Eduardo estavam lhe incomodando. Assim que as chamas do mesmo se esvaíram, foi possível ver tanto o corpo de Ryan quanto do rapaz-lama intactos, a única diferença era que, agora, o menino-lama estava imóvel, com os olhos arregalados e o queixo caído; em choque. — Onde já se viu atacar o seu próprio rival quando ele está caído? Eu nunca iria gostar de vencer o cabeça de ovo dessa maneira! — declarou, enquanto o Eduardo piscava algumas vezes, analisando os corpos dos garotos que haviam acabado de sair daquela imensa labareda de fogo; era como se ele estivesse tentando saber como os dois haviam saído de lá ilesos. — Eu só pus fogo ao redor do corpo deles, por isso estão novinhos em folha — explicou o ruivo, notando que Eduardo estava confuso em relação a isso, e, após tudo ser esclarecido, o mesmo solta um suspiro de alívio que acaba fazendo o Diego rir. — Quando eu vencer o Ryan, será quando ele estiver saudável e com disposição para lutar... Vencer assim não tem graça — alegou, e, assim que proferiu isso, a neve, o céu, o chão e todo o ambiente ao redor de todos eles começou a se dissipar aos poucos, virando pequenos pixels; dando a entender que eles estavam dentro de um jogo e que, agora que ele havia acabado, estavam saindo de dentro dele para voltar ao ''mundo real''. — Que irado... — sussurrou, observando o local ao redor de si, e, assim que seus olhos foram até Flora, o mesmo logo anunciou: — Dessa vez você fica com o cabeça de maionese! — disse, e correu rumo a garota, deixando o Eduardo para trás com o Ryan.

— Esse aí se tomar banho vira canja... — comentou Eduardo, rindo pelo nariz. — Galinha do jeito que é... ou ele seria mais uma imitação de Don Juan? Vai entender... — comentou, dando de ombros, enquanto seguia até o Ryan que já estava sobre o chão, pois o rapaz-lama o havia soltado para desabar junto a ele sobre a neve; demonstrando ainda estar chocado com o que havia acontecido consigo. Ficar rodeado por todo aquele fogo realmente não tinha sido uma experiência muito agradável.

[...]

— Parece que a A1 não é tudo isso... — comentou Thomas, ao mesmo tempo em que uma parte da areia que estava flutuando voltava para o chão, enquanto a outra parte dela virava pequenos pixels que iam sumindo aos poucos. Quando a areia saiu do campo de visão de todos, o sorriso de desdém presente no rosto de Thomas ficou nítido para que todos vissem, deixando a Cássia com um semblante enraivecido e a Morgana com uma expressão de dúvida... até ela ver onde a lança roxa e fina criada a partir dos poderes de Cássia estava. — Obrigado por destruírem a pedra dela por mim — debochou, referindo-se a moça da G2 que estava em sua frente e com a pequena lança cravada em cheio em sua pedra, agora, destruída. Atônita, a menina da G2 levou os seus joelhos a areia, como se não acreditasse que aquilo havia ocorrido diante dos seus olhos... por mais que ela não conseguisse ver direito na hora.

— Como você... — iniciou Morgana, mas logo se interrompeu e abriu um sorrisinho. — Não me diga que... — gargalhou, enquanto Cássia observava fixamente a joia intacta que estava pregada ao uniforme de Thomas. — Desde o início você foi retirando os metais do corpo deles para que, na hora em que não conseguíssemos mais enxergar nada, mirássemos em você, que era o único com o metal que eu criei... Porém, quando fizemos isso, você a colocou na frente do ataque e fez com que nós acabássemos com a luta que era pra você terminar! — declarou, sem conter a sua animação em relação a isso, tanto que Cássia até começou a encara-la com seriedade, como que para pedir, através dos seus olhos, para a mesma calar a boca e parar de enaltecer o inimigo por coloca-las num papel de idiotas. No entanto, a Morgana não pareceu se importar com isso, na verdade, só a fez ainda ficar mais empolgada. — Eu sabia que tinha alguma coisa aí! Eu apostei as minhas fichas em você, não tinha como você me decepcionar assim! — alegou, orgulhosa de si mesma por não ter colocado expectativas no Thomas à toa. — Fantástico.

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