Capítulo 4 ~ JADE

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— Que essa semana seja cheia de coisas boas, que eu consiga vender bastantes flores e de quebra um emprego — digo antes de me levantar da cama para ver se consigo começar a semana bem.

Como diz vó Lucia "pensamento positivo atrai coisas boas, pensamentos negativos atrai coisas ruins". Portanto, pensamento positivo sempre.

Levanto da cama com a esperança de um dia melhor e se não for, que pelo menos a minha roda vida rode de forma positiva, sem surpresas desagradáveis.

Tomo banho, visto a minha melhor roupa, uma calça jeans que uso apenas em ocasiões especiais e uma camiseta branca. Amarro o meu cabelo em um rabo de cavalo simples, faço uma maquiagem superficial apenas para ficar apresentável, calço minha sapatilha surrada e pego a pasta com vários currículos.

Novamente, andar em loja em loja e entregar currículo. Mesmo tendo ciência que nenhuma loja vai me contratar. Tio Júlio fez história na cidade, mesmo passando todo esse tempo as pessoas têm medo, não vão aceitar que a sobrinha de um assassino a sangue frio trabalhe em seu estabelecimento.

Os outros veem um assassino a sangue frio, eu vejo apenas meu tio Júlio, que me colocava nos ombros e fazia cavalinho, trazia doces quando voltava da rua e me colocava na cama para dormir.

Meus tios eram "ruins" para as outras pessoas, mas aqui dentro de casa, eles eram as melhores pessoas do mundo. Tanto que quando eles foram presos demorou um tempo para vó Lucia perceber que todos fizeram péssimas escolhas em suas vidas. Todos nós sofremos.

Saio do quarto, caminho até a cozinha e encontro vó Lucia sentada tomando café. Todos os dias ela acorda cedo, depois vai fazer faxina e passar roupas.

— Benção, vó — digo dando um beijo em seu rosto.

— Deus te abençoe — responde levando a xícara de café até a boca.

Deixo a pasta em cima da mesa, vou até o armário e pego uma xícara, me sirvo com café e sento-me à mesa.

— O que pretende fazer hoje? — Olha para mim. — Está arrumada, vai em algum lugar?

— Vou entregar currículo, depois vou para o sinal vender flores — digo tomando meu café; não tem pão, o dinheiro das flores de ontem deixei para comprar mistura hoje.

— Você vai conseguir alguma coisa. — Pega a minha mão e oferece um sorriso cheio de esperança.

— Deus queira que sim. — Lanço um olhar de esperança para confortá-la. Quem sabe hoje não é o meu dia de sorte?

Tomamos o nosso café, vó Lucia ainda está feliz por ter visto os filhos ontem, essa semana ela vai passar pensando e falando neles e domingo novamente vai vê-los.

Saio de casa para entregar os currículos, vou andando, tenho que economizar. Andar faz bem, fortalece as pernas e limpa a mente. Pelo menos tento acreditar nisso.

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