Who Will Survive? 3ª Temporada

Capítulo 15

Demorou algumas horas do dia, e foi difícil manter Beth longe da casa onde tudo iria acontecer, e Daryl, claro foi o encarregado de distrair a loira durante toda a tarde, dando a desculpa de que a tarde estava bonita e ele queria passa-la com ela, para aproveitar os poucos momentos de calma e serenidade que havia por ali. Não era totalmente mentira, Daryl tinha adorado passar a tarde inteira a namorar com Beth.

No entanto, a noite finalmente começava a dar sinais de si, e Daryl estava a espera que Amy finalmente lhe desse o sinal para poder levar a loira para dentro e acabar logo com todo aquele suspense e nervosismo por Beth estar a começar a ficar desconfiada de que alguma coisa estava a acontecer.

"Beth, Daryl, ainda bem que vos encontrei. Precisamos de reunir, agora!" Amy veio com o seu melhor ar de falso alarme, mantendo o sorriso escondido enquanto encarava os dois como se realmente estivesse alguma coisa a acontecer. E Daryl precisava de admitir, ela era uma boa atriz, porque mesmo ele, sabendo o que estava a acontecer ainda ficou indeciso, por miseros segundos, se iria ficar preocupado ou não. Já Beth, ficou completamente alarmada.

"Alguém está magoado? Sofremos algum ataque?" A loira já imaginava os piores cenários

"Venham comigo" Amy disse sem responder a nenhuma das perguntas da outra. Com passos largos e rápidos os dois seguiram Amy até à sua casa, e foi apenas preciso ver a portada da mesma e a pequena varanda enfeitadas para o coração de Beth acelerar e ela perceber que afinal a reunião era bem diferente do que ela pensava.

"O que está a acontecer?" Perguntou, os olhos brilhantes cheios de lágrimas, antes de avançar para dentro de casa. Daryl deu-lhes espaço, ele amava Beth e queria mais do que tudo ser ele a mostrar-lhe o que tinham planeado, mas o arqueiro conseguia perceber que aquele era um momento das duas, que uma forte ligação entre as duas estava a nascer e ele não queria estragar isso. Ambas precisavam de uma ligação assim nas suas vidas.

"Vêm comigo, assim que passares aquela porta, vais estar num sítio diferente e nada deste mundo existirá até à manhã seguinte." Amy pediu e a loira agarrou a sua mão. Daryl já tinha entrado quando as duas abriram a porta. Carl e Wes brincavam com as meninas perto da lareira. Uma enorme árvore de natal estava no canto da sala, com algumas caixas lá de baixo. Presentes que Daryl e Vasco tinham conseguido arranjar. Uma travessa com peru, algumas batatas e legumes estava sobre a mesa também enfeitada tematicamente, assim como o resto da divisão, cheia de luzes e decorações natalicias. As lagrimas de Beth não demoraram muito a descer, enquanto cobria a boca com a própria mão, completamente incredula com o que estava a ver.

"Tu disses-te que o natal era a tua altura do ano preferida. Nós não podemos trazer de volta as pessoas com quem o passavas, mas estamos dispostos a ser a tua família esta noite, e sempre que precisares de nós. A magia não morreu Beth, ela está aqui, nós só precisamos de procurar muito bem. Então esta é uma noite mágica, uma noite em que somos apenas humanos, uma noite para ti. Amanhã tudo vai voltar ao normal, mas hoje, hoje podemos ter tudo." Amy agarrou as mãos de Beth, que a esta altura já chorava incessantemente e puxou a loira para um abraço.

"Vocês são a minha familia agora, todos vocês, todos os que já perdemos. Vocês são tudo para mim, e Amy, neste momento, acho que és a gêmea que nunca tive." As duas riram entre lágrimas depois da afirmação de Beth, e, naquele momento, um sorriso reinava na cara de todos. Não havia morte lá fora, não havia sofrimento... eram apenas uma familia a fazer a sua ceia de natal. Havia união entre todas aquelas pessoas, uma entrega uns por os outros.

"Bem, o peru está a ficar frio e eu estou cheio de fome." Afonso disse alto e todos riram. Os lugares à mesa foram ocupados,  Amy alimentou a mais nova no seu colo, enquanto histórias eram contadas, gargalhadas eram ouvidas. Dentro daquele pequeno espaço, naquela noite, eles realmente voltaram a saber o que felicidade significava, o que era ter uma familia, o que era a normalidade. E poderia não durar para sempre, amanhã poderiam nem ao menos sobreviver, mas pelo menos agarraram-se a algum sentimento, e não deixaram o vazio do mundo preenchê-los.