Capítulo 6

675 156 18
                                    

A garota havia congelado ao ouvir aquela voz, estava paralisada como as estátuas que se encontravam ao seu lado. Ela sabia muito bem quem era o dono daquela voz, mas o que ele estava fazendo ali.

— O quê você está fazendo aqui sozinha? — a perguntou fazendo a mesma se virar e encarar o rosto assustado de David.

— Eu que te pergunto. O que você está fazendo aqui?

— Não se deve responder uma pergunta com outra. — rebateu.

— Eu tenho direito de te perguntar. Eu moro bem perto daqui, já você mora na cidade. — Vic cruzou os braços esperando a resposta de David.

O que ele poderia está fazendo tão perto da casa de Victória. David nunca quis visita-lá. Sempre que a mesma convidava o rapaz, ele sempre inventava uma desculpa para não ir. Então David não estava atrás dela naquele exato momento.

— Desculpa. Eu só não esperava te encontrar aqui.

— Nem eu esperava te encontrar aqui. — o respondeu desviando seus olhos para as copas das árvores.

— Então o que você veio fazer aqui no meio da floresta? Não é seguro andar sozinha pela floresta.

— Eu só vim dar uma voltinha, e... eu conheço esse lugar, não tem perigo nenhum aqui. Além disso, sou quase uma policial, sei me cuidar. E você, o que faz aqui na floresta?

— Estava procurando uma pessoa, quero dizer uma coisa. — David parecia nervoso.

— Uma coisa? Tipo o quê? — Vic estreita os olhos o encarando desconfiada.

— Um... — tentou responder, porém, o rapaz parecia não está bem.

— Um? — tentou incentiva-lo a contínua.

David realmente não parecia está muito bem, estava suando mais que o normal, e havia ficado mudo.

— Você está bem? —  Vic começou a se aproxima em passos lentos ao percebendo que seu amigo estava ficando extremamente pálido.

— Eu, estava procurado um, um... — tentou responder, mas acabou perdendo a consciência.

— David! — Vic correu até o rapaz tentando o segurar. — David, acorda. Por favor, acorda.

A garota, com uma certa dificuldade, encostou seu amigo nas rochas e pegou sua garrafa d'água, que se encontrava na pequena bolsa que havia levado.

— David, não me assusta assim, ei! — chamou ao rapaz que aos poucos foi abrido os olhos, voltando a consistência.

Ao ver sua amiga assustada e preocupa pelo seu desmanho, David virou seu rosto envergonhado pela morena ter presenciado o ocorrido. Porém ao David virar o rosto, Vic pode reparar que o rapaz tinha uma marca em seu pescoço. Ela nunca havia reparado naquela marca antes.

— O que é isso no seu pescoço? — perguntou Vic. Mas seu amigo não lhe disse nenhuma palavra, apenas colocou a mão em cima da marca. — Não adianta tampar, eu já vi. Toma. — disse entregando a garrafa d'água.

Victória não entendia o porque, mas aquela sensação de está sendo observada havia voltando. A garota já não aguentava mais aquilo. Olhando ao redor não havia absolutamente ninguém além dela e de seu amigo.

— Vamos. — se levantou rapidamente.

— Para onde? — finalmente o rapaz se pronunciou.

— Para minha casa, para onde mais? Como eu disse, é aqui perto.

David se apoiou nos ombros da garota e começaram a caminha na direção da casa de Victória.

— O que foi? — David à perguntou no meio do caminho ao observar sua amiga que olhava constantemente para os lados.

— Não é nada. — tentou disfarçar.

Assim que chegaram na porta dos fundos da casa, Vic percebeu que por algum motivo David estava meio receoso de entrar em sua casa.

— Pode entrar. Eu não mordo não! — brincou fazendo David dar um sorriso fechado e finalmente entrar na casa.

— Sua casa é bem bonita. — disse David correndo seus olhos por todo lugar desde a cozinha até chegar na sala de estar.

— Obrigada. — a garota agradeceu e balbuciou algo tentando falar, mas desistiu.

— Que foi? — perguntou vendo a garota meio nervosa.

— Não é nada, é só que... depois de tantos anos, é a primeira vez que você vem aqui em casa.

— Pois é. — se sentou no sofá.

Logo após o silêncio predominar o ambiente, Vic se sentou ao lado de David e suspirou.

— Vou perguntar mais uma vez. O que você realmente estava fazendo aqui por perto? Melhor! O que você estava procurando pela floresta?

David abria e fechava a boca para falar, até ser interrompido pelo seu celular que começou a apitava loucamente.

— Alô! — se afastou conversando com alguém aos sussurros.

Victória estava achando o comportamento de seu amigo muito estranho, pois ele nunca foi de esconder nada dela, nem mesmo suas ligações mais pessoais. Ele mesmo sempre dizia que "Não havia nada que ele não podesse diser ou fazer na sua frente."

Não demorou muito para David encerrar a ligação e retornar a se sentar no sofar colocando o celular em seu bolso.

— Desculpa Vic, mas eu tenho que ir. Podemos falar sobre isso depois? Pode ser?

— Hm...depois da faculdade, pode ser? — sugeriu se levantando para guiar seu amigo até a porta.

— Claro, te vejo amanhã! — diz David um pouco afastado da porta.

— Então, até amanhã! — se despediu.

Assim que terminou de se despedir, um carro preto com vidros escuros apareceu e David entrou logo depois de acenar para Victória, que apenas retribuiu o aceno.

— Maldito celular! Quem será que ligou para ele? Caramba! Ele não respondeu nenhuma das minhas perguntas. O que será que era esse "um" alguma coisa que ele estava procurando? — pensou alto já deitada no sofá da sala encarando o teto. — Bom! Aquele carro é do pai dele, então provavelmente foi o pai dele que ligou. Mas porque ele não me deixou ouvir nada? Porquê? — se perguntou chateada.

"A curiosidade matou o gato, minha querida." — critava seu subconsciente.

A garota se virou na direção da TV ainda deitada e percebeu que seu colar — que tinha tirado e que jurava ter guardado na gaveta de seu quarto — estava na mesinha de centro.

— Estou começando a ficar com medo de você. É sério! — se aproximando do colar que continuava radiando seu brilho azul.

Vic pegou o colar, trancou as portas e janelas, apagou as luzes e subiu para o quarto. Assim que chegou em seu quarto, a garota pegou seu porta-joias e o colocou o colar dentro, e trancou seu porta-joias na mesma gaveta onde tinha deixado a carta.

— Aí que sono. — diz após bocejar e se jogar na cama. Mas logo se levantou para ir se prepara para dormir.

Assim que Victória saiu do banheiro em seu confortável pijama, se jogou novamente na cama e se cobriu até o pescoço sentindo o seu corpo finalmente relaxar. Mas isso não durou muito tempo, pois ao olhar para o lado, para apagar a unica luz que iluminava o cômodo que vinha do abajur, acabou levando um susto.

— Meu Deus! Que isso.

Continua...

TRIANGLEOnde histórias criam vida. Descubra agora