Capítulo 8

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A última aula já havia terminando, e Victória esperou  um minuto de distração de Luiza para sair correndo para o estacionamento. Ela iria atrás de David hoje mesmo. David nunca foi de faltar, claro, a não ser se estivesse muito doente, e se esse fosse o caso, Vic poderia até cuidar de seu querido amigo.

Assim que chegou no estacionamento, não esperou mais nenhum minuto se quer e foi diretamente para a casa de David, que ficava a alguns quarteirões de distância da faculdade. Por isso não demorou muito a chegar na rua onde seu amigo morava.

A garota parou o carro um pouco afastado da casa do rapaz, se escondendo ao ver que David estava saindo, mas o mesmo voltou para dentro da casa a passos rápido, como se tivesse esquecido algo importante. Mas alguns minutos depois voltou a sair, trancando a porta e correndo até o carro estacionado a frente da casa.

— Filho da mãe. Agora eu descubro o que você está aprontando. — chingou vendo seu amigo sair com o carro. Ela esperou um carro passar na frente e saiu logo atrás.

Ao passar alguns minutos de perseguição, Victória começou a se sentindo culpada por está seguindo seu melhor amigo, já que o caminho que o mesmo estava percorrendo era para a casa dela mesma. Mas chegando perto de sua casa, Vic ficou surpresa, e ao mesmo tempo com muita raiva por se sentir culpada por nada. — Claro que ela ficou chatiada por ele ter passado direto da entrada de sua casa. —   Assim que David passou por sua casa, Victória parou seu carro na mesma hora desistindo de continuar seguindo David.

"Será que ele percebeu que eu estava o seguindo. Não, não pode ser. Se ele tivesse reparado teria parado aqui e não passado direto." — pensou olhando fixamente a estrada, onde o carro de seu amigo já havia desaparecido.

— Droga! — resmungou batendo as mãos no volante e encostando a testa no mesmo, logo voltando a ligar o carro e estacionando o veiculo na frente da garagem de sua casa.

Ao adentrar a casa, a garota arremessou com força a mochila que carregava no canto da sala, batendo a porta com muita força atrás de si e caminhou em passos firmes em direção a cozinha para prepara um bom lanche, e assim descontar a raiva que sentia.

Enquanto comia seu lanche, a garota acabou lembrando do dia anterior, quando encontrou David na clareira. Talvez ele tivesse ido novamente para lá.

Enquanto comia seu lanche furiosamente, — no momento, mais de fome do que de raiva — Vic tentava imaginar para onde David estava indo. Ela nunca tinha visto antes ele andando ali por perto.

— Eu sou uma gênia! — exclamou estralando os dedos.

Victória não pensou duas vezes, e largou o copo e o prato na pia e saiu correndo para o andar de cima, logo descendo novamente as escadas, trancou a porta da frente e saiu pela porta dos fundos a trancando também.

A garota caminho apresadamente até a clareira, porém não havia nenhum sigal do garoto. Victória foi até as estátuas e se encolheu entre elas. Assim se David aparecesse, não iria ver que ela estava ali, podendo assim, pega-lo no flagra.

Após alguns minutos escondida, Vic colocou um dos fones e escolheu a primeira música da faixa de sua playlist "Favoritos". Respirou fundo e deixou seu olhos fecharem ao escutar o início da música.

"Companhia escondida
O fantasma ainda está em meu coração
Me prometa que
O tempo não vai nos apagar
Que não estávamos perdidos desde o início" — essa foi a parte da música que mais chamou sua atenção, pois a fez lembrar da carta que veio com o colar e a rosa branca manchada de azul enviadas por seu suposto "Velho Amigo".

Talvez seja muita loucura dizer que a sensação de está sendo vigiada é boa. Porém era exatamente isso que Vic está sentindo. Segura! Com um certo medo, mas mesmo assim, segura.

— Moça, moça! — escutou uma voz masculina a chamando, fazendo com que ela abrisse seus olhos aos poucos. — Você está bem? — perguntou vendo a garota arregalar os olhos.

— E..estou sim — tentou responder ao rapaz que a olhava preoculpado.

— Que bom. — deu um sorriso simpático para Vic. O que chamou muito a sua a atenção. Vic tinha certeza que David iria surtar se soubesse que o sorriso do mesmo não era mais o primeiro da lista, e sim o do rapaz a sua frente. — O que uma donzela como você está fazendo aqui sozinha?

— Nada demais, só estou esperando um amigo.

— Uh... um encontro?

— Não exatamente. — responde olhando nos profundos olhos negros do rapaz, o que a deixou com um friozinho na barriga. Ela já tinha visto aqueles olhos antes.

— Ah sim! Entendo. Não é da minha conta.

— Eu já te vi antes? — perguntou ainda o encarando. Vic sabia exatamente da onde o conhecia. Foi na primeira vez que veio a clareira.

— Provavelmente não. — sorriu.

"Que sorriso lindo!" — pensou.

— É muito bom saber isso. — Vic arregalou seus olhos, enquanto o rapaz aumentava ainda mais o sorriso, a mesma coisa que David havia feito.

"Ai, de novo não." — pensou enquanto sentia seu rosto queimar de vergonha.

— Desculpa.

— Está tudo bem. — a olhou ternamente.

— Eu posso saber seu nome?

— Primeiro diga o seu e eu te dirrei o meu. — responde divertido.

— Tudo bem então. Meu nome é Victória Glick, mas pode me chamar apenas de Vic. — estenteu sua mão para cumprimentar formalmente ao rapaz a sua frente.

— Belo nome, Victória. Quero dizer Vic. — respondeu pegando na mão que Vic havia estendo para ele, a levando até seus lábio e deixando um beijo nas costa da mão da mesma.

— Obrigada. — recuou rapidamente sua mão — Agora me diga qual é o seu?

— Me chamo Elliot. Elliot Ford!

A garota não pode disfarçar seu espanto ao escutar aquele nome. Era o nome que sua amiga escutou ela chamar enquanto Vic dormia. Elliot. Vic tinha quase certesa de que já havia conhecido Elliot antes, mas de onde eles poderiam se conhecer realmente?

"Seria possível ele ser o meu tal "Velho Amigo". Não, se fosse mesmo, ele teria se apresentado como meu velho amigo de infância. Na carta mesmo estava escrito que ele nunca me esqueceu. Além disso, séria muita coincidência nos encontrarmos justamente aqui, a não ser que meu velho amigo tenha virado um psicopata." — pensou encarando o rapaz que aparentemente havia ficado um pouco nervoso com a revelação de seu nome.

Será que o destino foi tão atrevido a ponto de juntar os dois após tantos anos separados?

"Você confia nele?" — critou seu subconsciente a fazendo lembrar da última frase da carta enviada a ela.

"Você confia em mim?"

Continua...

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