Capítulo 4

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O insistem friozinho na barriga tinha agora como resultado um suor frio e uma tremedeira. Vic não se lembrava de se sentir assim antes, principalmente por conta de uma simples carta "anônima" a onde seu remetente se denominava como "Um Velho Amigo".

Depois de alguns segundos, ela respitou fundo e rasgou o lado do envelope retirando a carta, a abrido de uma só vez.

Querida Victoria!

Tenho quase certeza de que você não se lembra de mim, já que não nos vemos desde que tínhamos sete anos. Mas eu nunca te esqueci.

Queria muito que não tivéssem nos separado, eu realmente senti um enorme vazio dentro de mim. Naquela epoca, eu realmente não entendia o porque eu não podia te ver, porém hoje eu posso dizer que o que fizeram não adiantou de nada.

Eu sei que você não se lembra de nada daquela época, mas você pode ter certeza que existe muitos motivos para isso, perigosos motivos. Por isso lhe entrego esse colar para que sempre que precisas de ajuda, é só me chama.

Só preciso saber de uma coisa.
Você confia em mim?

ASS: Seu Velho Amigo!

Ao terminar de ler, Vic deu um longo suspiro largando a carta dentro da gaveta do criado mudo junto com o colar e desceu para ajudar sua amiga a preparar o café da manhã.

"Eu realmente não me lembro de nada até meus sete anos, então é por isso que não me lembro de você." — pensou descendo as escadas.

"Mas eu nunca te esqueci.", "o que fizeram não adiantou de nada.", "existe muitos motivos para isso, perigosos motivos", "sempre que precisas de ajuda, é só me chama", "Você confia em mim?", essas frases ficaram pairando pela mente da garota, até ser despertada dessa hipnose momentânea por sua amiga assim que a mesma entrou na cozinha.

— Finalmente a senhorita desceu para me ajudar a preparar o café da manhã. — reclamou Luiza com um panela na mão. — oh, não ri não. Era pra você está fazendo o café, não eu. Eu sou visita, esqueceu querida? — ironizou.

— Você deixou de ser visita a muito tempo minha "querida". Você jâ é de casa. — rebateu Vic indo até a geladeira.

Após o café da manhã, as garotas subiram para o quarto de Vic. Luiza se encontrava jogada na cama fazendo a sua parte da pesquisa para o trabalho da faculdade, enquanto isso, Vic apreciava a bela vista para a floresta, relembrando do ocorrido no dia anterior. Era imprecionate não ter nada registrador sobre aquilo.

— Lu. — chamou sua amiga que estava concentrada na tela do notebook, mas que logo a olhou curiosa. — Você já ouviu falar sobre luzes que andam pela floresta.

— Tipo vagalume? Já. — respondeu Luiza voltando sua atenção para o que estava fazendo.

— Não como vagalume, mas como raios, melhor, como descargas elétricas e fogo saindo da floresta.

Ao terminar a frase sua amiga a olhou assustada. Mas logo mudou a expressão.

— Vic! Descargas elétricas e fogo saindo da floresta? Fogo tudo bem, você está falando de incêndios, já que ultimamente as florestas estão tendo vários focos de incêndios, que segundo as altoridades, são "misteriosos" — fez aspas na última palavra — mas eu acho que deve ser alguns raios que estão causando isso ou alguém com más intenções que está colocando.

— Não. Eu vi bem aqui, na floresta. Estava chovendo muito, mas...

— Para, isso é papo de maluco Vic.

— Papo de maluco? Está me chando de maluca? Eu sei o que eu vi. — falou seria — Ah, deixa para lá!

— Ok então. — concordou voltando a olhar para o Notebook.

No final da tarde Luiza se despediu de sua amiga, era domigo e no dia seguinte teriam que ir para a faculdade novamente.

— Esse trabalho foi um dos mais fáceis, não é verdade? — comentou Luiza rindo.

— Foi divertido. — completou Vic.

— Muito. — ambas param ao lado do carro de Luiza. — Se cuida e não esquece as anotações para a apresentação de amanhã.

— Não irei esquecer, pode deixar comigo. — diz Vic observando Luiza entra e ligar o carro.

— Ah! Só mais uma coisa. Sobre o que você me perguntou hoje. Esquece essa história maluca de descargas elétricas e fogo saindo da floresta, e... não comente isso com mais ninguém, Ok? Beijos. — Luiza deu partida e se foi.

— ESTÁ BEM — gritou, e sussurou para si mesma — eu vou descobrir o que era aquilo, aí você vai ver quem é a maluca.

Após o carro de sua amiga sumir de vista, uma fina garoa começou a cair avisando que a tempestade, mas uma vez iria começar. A garota ergueu a cabeça observando o céu cinzento e os pingos que pouco à pouco ficavam mais grossos e Vic acabou lembrando de seu sonho. Será que o tal Elliot era quem havia mandado aquele colar. Talvez ele seja o tal Velho Amigo, mesmo que ela não se lembra-se, talvez ele na verdade nunca tenha sido apagado, e na verdade sempre esteve guardado em seu subconsciente.

Assim que Vic finalmente acordou de seus devaneios, quando se deu por conta, já estava encharcada pela chuva. A sensação da chuva era tão boa. Era como se limpase tudo de ruim, mas se ficasse um pouco mais naquela chuva gelada, provavelmente iria pegar um resfriado.

Ao entrar na casa, o colar em cima da mesinha de centro estava mais radiante do que nunca, o que chamou a atenção da garota.

— O que você está fazendo aqui?Eu te guardei. — se aproximou assustada até a caixinha aberta em cima da mesinha de centro da sala. — Talvez em parte eu esteja ficando louca mesmo. — parou por alguns minutos em frete a mesinha encarando o colar.

"Atichim" — acordou de mais uma hipótese que o colar estava a fazendo ter.

— Aí, melhor tirar essas roupas antes que eu pegue uma pneumonia. — correu escada a cima, mas claro, não antes de dar uma checada nas janelas e portas da casa.

Na manhã seguinte, Vic já estava de pé para ir à faculdade, apesar da noite anterior ter sido bem difícil. Antes de sair de casa, o colar — ainda em cima da mesinha de centro da sala — continuava radiante.

— Como uma coisinha como você pode me atrair tanto assim? — comentou com o colar em mãos.

Enquanto encarava o colar em suas mãos, o relógio em seu pulso, apitou a avisando de que estava na hora de sair. A garota colocou o colar por impulsos, foi até o carro e saiu rumo a faculdade.

A noite pode ter sido longa, mas os dias daqui em diante provavelmente não seriam diferentes. E ela nem imaginaria o quanto.

Continua...

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