TRIANGLE

Capítulo 1

A cidade onde Victória Glick mora está passando por um período de fortes chuvas, tempestade assustadoras não vistas a anos no país. Além de misteriosos incêndios florestais, que em sua opinião, era causado por raios. Não havia outra explicação.

Vic não via a hora de voltar para casa, mas continuava parada olhando através do para-brisa de seu carro que ainda se encontrava no estacionamento da faculdade, pois mais uma dessas tempestades acabará de começar.

— Agora não. Por favor, por favor. — pedia girando a chave, logo escutando o som do motor sendo ligado.

De longe era possível ver nas redondezas perto de sua casa, vários raios iluminando o céu fazendo a garota se encolher atrás do volante. Só de olhar para aqueles raios rasgado o céu, Vic sentia um enorme pavor.

Quando Vic era pequena, costumava correr para o quarto de seu pai quando os raios começavam a riscar o céu. Mas agora que estava morando sozinha, simplesmente trancava a casa toda e se encolhia em baixo das cobertas.

Quando sua melhor amiga — Luiza Walken — foi lhe visitar, não sabia se ria ou se ficava assustanda com os ataques de Vic. Ela já havia perguntado diversas vezes para a garota, se tinha algum trauma relacinado ao fenômeno meteórico, mas Vic não sabia se era trauma, sempre que pensava no assunto, sua vida dos sete anos para trás era uma página em branco. Era como se esse período de sua vida tivesse sido aparada, ou simplesmente nunca tivesse acontecido.

No meio do caminho chuvoso Vic levou um susto ao ver uma sombra parada no meio da estrada, a garota tentou frear o carro, mas acabou batendo na sombra antes que o carro parasse, fazendo a mesma soltar um grito.

Desesperada ela saiu do carro sentindo os pingos grossos e gelados da forte chuva caírem como agulhas finas em sua pele. Mas ao sair de seu carro não havia ninguém, apenas ela mesma se encontrava parada ali, olhando de um lado para o outro procurando pelo que tinha acabando de atropelar, porém nem mesmo um carro passava pela estrada.

Mesmo que não tivesse ninguém ali, a garota tinha a sensação de está sendo observada, o que fez  Victória voltar rapidamente para o carro, saindo o mais rápido possível daquele lugar deserto.

Vic estava completamente encharcada pelo banho de chuva que havia tomado, e o banco de seu carro só havia escapado da água por conta de seu revestimento de couro.

"Atishim!"

— Essa não. Era só o que faltava. — resmungou assim que estacionou o carro na garagem de sua casa.

A garota estava tremento de frio por conta de suas roupas molhadas. O ar quente do carro parecia está lhe sufocando e não lhe esquentando.

— Preciso de um banho quente. Do meu pijama e do meu cobertor. — diz saindo de seu carro carregado sua mochila.

Vic se dirigiu até a porta da garagem, que leva a cozinha, abrindo a mesma pronta para relaxar, mas ao entrar no cômodo, as luzes piscaram quatro vezes e se apagaram.

— Só pôde ser brincadeira. — resmungou jogando sua mochila no balcão.

Ela procurou nas gavetas da cozinha por uma lanterna com o auxílio da luz do celular, e assim que achau foi até a caixa de energia da casa, que por coincidência do destino, ficava perto do porão, lugar onde ela nunca se deu muito bem, de toda casa, com certeza aquele era o locau menos frequentado pela garota, assim como o sótão no qual fazia uns ruídos que a deixavam arrepiada dos pés a cabeça.

Quando ela se mudou para aquela casa — que fica no meio do nada, mas não tão longe da cidade da  faculdade onde estudava — o sótão era um lugar gelido, refrescante e não tinha — por incrível que pareça— cheiro de mofo ou coisas do tipo, era um lugar aconchegante. Porém, depois do filme de terror que sua amiga Luiza havia levado para "a noite das garotas", Vic começou a sentir um certo pânico do lugar. Sua amiga foi obrigada a lhe fazer companhia por mais de uma semana até o pânico da garota diminuir.