O baixo escalão

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Meu nome é Shawn Mendes, tenho 24 anos e estou entrando para minha residência. Pretendo ser um médico, mas um médico dos bons, mas agora eu sou interno, o nível mais baixo que alguém poderia estar.

A faculdade foi um grande avanço na minha vida, sempre me doei ao máximo para os estudos, e é algo no qual eu amo me dedicar. Eu tinha foco, e somente isso que eu queria para minha vida.

— Ansioso para o primeiro dia? — Camila, minha melhor amiga perguntava.

— Estou com medo, muito medo. —
Terminei de arrumar minha bolsa e peguei um suco de laranja na geladeira.

— Vai dar tudo certo. Você é incrível. —

A propósito, morava com Camila desde os dezoito, nós tínhamos um laço muito forte. Ela já havia começado seu estágio como jornalista,  e me dava todo o apoio possível nesse mundo. Meus pais moram no Canadá, e eu decidi vir para os Estados Unidos assim que fui aceito em Harvard, mas não que eles ligassem muito, trocamos poucas palavras em todos esses anos.

— Eu vou te dar uma carona. Vamos, não queira que se atrase. — Concordei e segui a morena até seu carro.

— Tenho certeza que vou pegar um cara sem metade do corpo e vou ter que cuidar sozinho, nada mais do que sorte né. —

— Você é um idiota, só que muito inteligente. —

O trânsito de Miami era algo que me dava muita raiva, demorava uma hora para chegar em um lugar que era para ter sido em dez minutos. Enfim chegamos, o Memorial Styles, um dos maiores hospitais em todo o país. Assim que desci do carro, senti um arrepio muito forte na nuca e aquela sensação de medo.

— Boa sorte, Maninho. —

Camila me deixou e eu tive vontade de correr atrás dela para ficar escondido o dia todo. O movimento ali estava uma loucura, talvez meu dia fosse muito mais complicado do que eu esperasse. Entrei no hospital, o qual era muito sofisticado e grande, me dirigi até o balcão e perguntei para aonde eu deveria ir e fui instruído.

Respirei fundo e entrei na sala em que deveria ficar, tinha sido o primeiro a chegar pois era realmente muito cedo. Alguns quadros na parede revelavam um grande grupo, talvez internos ou residentes que aparentavam estar felizes. Senti uma ansiedade quase incontrolável.

Escutei um pigarreio e virei para trás. Um homem estava me olhando com uma expressão tímida, tinha mais ou menos minha altura, loiro e com olhos castanhos.

— S-sou Cameron... Cameron Dallas. — O garoto se aproximou e estendeu a mão. Logo o cumprimentei.

— Oh... Shawn Mendes. —

— Estou na sala certa né? Dos novos internos? —

— Está sim. Ansioso? —

— Para ser um médico de verdade, agora estamos na menor escala, mas ao menos estamos aqui. —

— Todo começo nunca é na majestade. —

Fomos interrompidos por mais três pessoas, duas mulheres e um homem. A primeira mulher tinha uns traços suaves, cabelos escuros que desciam até a cintura e um sorriso angelical. A segunda tinha fortes traços, pele negra e seus cabelos desciam até o ombro, aparentemente tão animada quanto eu. O homem acompanhado com  elas parecia sério, era musculoso, o cabelo raspado e um olhar curioso, eu apenas sorri para ambos.

— Oi, sou Shawn. —

— Eu sou Cameron. —

— Sou Selena. — A garota do sorriso angelical disse.

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