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A ARENA : CORRA, MATE, SOBREVIVA.

Já havia se passado uma semana desde a minha primeira batalha contra aquela criatura. De acordo com os meus cálculos, hoje se completavam sete dias. Eu não sabia onde estava, só me lembrava de que haviam me trazido pra cá logo após eu derrotar a criatura e passar por aquela porta. Eu queria respostas, mas sabia que eu não as teria tão facilmente. O local em que eu estava, se assemelhava muito com um quarto. Uma cama, um criado mudo com um alarme,e um armário. Nada muito incrível na minha opinião. Ouvi meu alarme apitar e a porta se abrir, revelando dois soldados, com as mesmas armas de choque. Eu abri o armário e peguei meu rifle.

"Senhorita Keane, temos que levá-la a arena. Você vai lutar de sete em sete dias. Agora vamos, o chefe não tolera atrasos." Disse um dos soldados. Eu andei até eles e entramos em um elevador, idêntico ao que eu estava quando fui para arena. Quando o elevador parou, os soldados saíram da frente e eu logo atrás. Como eu já sabia, passamos pelo mesmo corredor e eu fiquei cara a cara com aquela porta. Eu estava nervosa, mas eu havia conseguido uma vez e iria conseguir outra. Os soldados me deram uma caixa de munição e eu recarreguei a arma. Quando achei que já estava pronta, os soldados saíram e lentamente, a porta de metal começou a se abrir, revelando a arena. Como eu já sabia o que eu deveria fazer, entrei na arena com o rifle pronto.

Mais uma vez, a voz mecânica anunciou : "Hoje meus caros, teremos sete bestas e nove jovens. Só um pode sobreviver. Que comece o torneio de gladiadores !" Como assim, sete bestas ? E mais oito jovens para eu lutar ? Querem que eu mate humanos ? Tantas perguntas fluíram na minha mente, que nem percebi quando as portas se fecharam, dando início ao jogo. Uma menina com duas katanas correu até mim, mas foi devorada por uma das bestas. Sete bestas, sete jovens para derrotar, fácil. A besta que devorou a menina, correu até mim, na tentativa de me matar, que foi frustada quando eu mirei na garganta e Bang ! A criatura estava no chão. Seis bestas, sete jovens.

Dois jovens vieram correndo e tentaram me cercar, apontando metralhadoras para mim. Instintivamente, quando um atirou em mim, desviei, e ao mesmo tempo, um dos jovens morreu. Eu aproveitei o momento, mirei no coração e Bang ! Menos um. Agora eram apenas seis bestas, cinco jovens. Quatro das cinco bestas estavam ocupadas, lutando contra seus oponentes. Eu escalei pelas costas espinhentas de uma e atirei nas três jovens que lutavam impiedosamente com ela. Vi uma besta se aproximar de longe e esperei até que estivesse aproximadamente um metro e atirei na cabeça da besta que eu estava montada. Antes que ela pudesse cair, pulei na cabeça da outra, atirando na região do cérebro. Quatro bestas, dois jovens. Depois que consegui descer da besta, vi os últimos jovens matarem duas das bestas, com machados. Ótimo. Isso facilita o meu trabalho. Com apenas dois jovens, mirei na cabeça de um e Bang ! Menos um jovem. Uma das bestas correu até mim, mas eu atirei na garganta e Bang ! Menos uma. O outro jovem, matou a última besta e agora era eu ou ele. Com uma rapidez que eu não achava que tinha, corri até ele e atirei desesperadamente, mas nenhuma das balas acertou ele. Faltava apenas uma bala. Um tiro e tudo iria acabar, ao menos hoje. Mirei nele, fechei os olhos e Bang ! Abri os olhos e o jovem estava na minha frente caído no chão, sangue escorria de seu ombro direito. Decidi acabar com ele mais rápido, então peguei o machado dele que estava caído no chão.

"Você não...p-pode f-fazer i-isso c-com su-sua pro-própria espécie" ele murmurou, mas eu não dei atenção e finquei o machado no pescoço dele. Ele soluçou um pouco e vomitou sangue, por uns minutos, até parar e morrer de vez. Eu me senti invencível. Capaz de vencer qualquer coisa, qualquer desafio que eles me darem eu sei que vou vencer. Ou eu tenho certeza de que não me chamo Keane. A multidão explodiu em aplausos e eu agradeci, acenando e fazendo sinal de positivo. Logo depois eu saí, e fui para dentro das portas. Como o esperado, as portas de metal fecharam bruscamente atrás de mim, enquanto eu andava pelo corredor, voltando para o elevador e meu quarto. Foi um dia longo e eu merecia um bom descanso.

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Quando já havia se passado mais ou menos três horas de acordo com meu alarme, os mesmo soldados de sempre passaram comida pela fresta da minha porta. Dessa vez, trouxeram uma marmita com feijão, arroz, carne e salada. Talvez devido ao fato de eu estar muito cansada e precisar de muita energia para me recompor. Eu não percebi que estava com fome até eu ter praticamente devorado toda a comida em basicamente, segundos. Eu estava impressionada pela minha velocidade, mas apenas ignorei o fato. O aquele menina falou, sobre trair e matar a própria espécie, me deixou sem palavras, mas era isso que eu estava fazendo. Mesmo assim, eu não poderia simplesmente fugir daqui, por que eu seria presa. Segundo, eu tinha que aceitar que matar era agora minha nova vida e nada poderia me impedir. Eu já sabia que eu era e não precisava de respostas. Eu sou Keane, uma gladiadora e eu vou matar até meu último suspiro, nem que seja a última coisa que eu realize antes de morrer.

Mas algo dentro de mim ainda dizia que era errado, matar da própria espécie. E estava mais que na hora de apagar esse lado. Bruscamente, abri meu armário e peguei meu Rifle. Eu comecei a bater no meu braço esquerdo com força, e raiva, até ele chegar a quase quebrar. Quando eu achei suficiente, guardei o rifle novamente, no armário.

Eu estava morrendo de sono e cansaço, mas mesmo assim me forcei a deitar na cama e permanecer acordada, talvez para refletir sobre o que eu fiz. Eu olhei de relance para o meu braço machucado e me perguntei se aquilo era mesmo necessário. "Claro que era !" Me repreendi, batendo no meu braço machucado mais uma vez, gerando ainda mais dor. Eu só podia estar louca, mas era necessário para aceitar minha nova vida. Eu iria aceitar por bem ou por mal.

Como já não conseguia mais me segurar, fechei os olhos e esperei o sono vir, assim eu iria esquecer dos problemas mais rápido, mas apenas vieram mais.

Eu estava em um quarto, provavelmente algum lugar do meu passado. Havia uma jovem menina , sentada na cama. Ela me encarava enquanto mexia em um aparelho que eu não soube reconhecer. Ela parecia feliz e dizia meu nome como se eu fosse alguém que ela conhecesse a anos. Logo depois ela voltou a mexer no dispositivo e começou a dizer para que eu a seguisse e que me juntasse aos eletrônicos para dominar o mundo. Eu apenas disse que não e comecei a correr em disparada. Com medo, não vi os soldados que estavam na casa, que logo me nocatearam. Fui levada até uma espécie de sala de tortura, onde um dos soldados, me segurou e injetou algo no meu braço através de uma agulha. Eu me senti fraca e desmaiei. Eu estava sem forças e acordei pouco tempo depois em um elevador. Com medo, e tremendo.

[EM REVISÃO] Sephora - Torneio de GladiadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora