9

15 12 0
                                    

   HOSPICIO
O TESTE DE SANIDADE

A pior a parte do meu dia foi, basicamente agora. Eu tinha escalado a árvore e me senti livre outra vez. Mas minha felicidade não durou muito. Quando olhei para baixo, vi muitos soldados da Revolução e várias enfermeiras. Eu soube que era o meu fim. Eu tentei descer, mas lembrei que eles estavam lá embaixo. Então decidi passar de árvore em árvore. Quando achei que já estava longe o suficiente, parei de ir de árvore em árvore e desci. Eu estava com medo, mas eu tinha que fazer isso. Ao chegar no chão, corri. Corri o mais rápido que pude, meu coração estava em disparada e meu corpo suava a frio. Eu não podia parar, nem olhar para trás. Até que eu tropecei em uma pedra. Meu pé que já estava machucado, infelizmente quebrou. Eu senti uma imensa dor, e gritei. As enfermeiras, que já estavam perto, me puxaram para longe, me até uma van, que parecia ser bastante antiga. Elas me empurraram para dentro da Van e fecharam as portas. Vários outros jovens estavam lá e pareciam estar no mesmo estado que eu. Cansados, com olheiras e a maioria de cabelo branco. Era algo bem tenebroso e me dava arrepios só de apenas olhar. Eu queria chorar e gritar, mas me contive e respirei fundo, tentando me acalmar, mesmo sabendo que no fundo, queria explodir tudo, atirar nas pessoas que tiraram minha memória, nas pessoas da Revolução e em quem me pois aqui. Eu queria ficar sozinha e nunca mais falar com ninguém.

Um menino, que estava em um estado quase igual ao meu, estava tremendo tanto, que parecia que estava com frio. Ele se virou para mim e perguntou :

"Por que você está aqui ? Oque você vez para estar aqui ?"

Eu comecei a tremer e me sacudir, na minha frente, imagens das pessoas que matei na arena apareceram. Eu os observava, chorando. O menino que disse que eu era uma traidora da minha própria espécie apareceu e disse as mesmas palavras que tinha pronunciado naquele dia. Eu  comecei a chorar cada vez mais. Eu dei um grito e puxei meus cabelos. Depois me senti mal e intensas dores na minha cabeça surgiram, me fazendo me jogar ao chão. Eu devo ter perdido um pouco conseguia escutar várias vozes. Provavelmente dos jovens que estavam na van.

Quando consegui recobrar a consciência, mal consegui me levantar. Os jovens ficavam me fazendo batia perguntas e o menino que havia me feito essa pergunta, estava chorando muito.

Eu fiquei com pena, mas não me pronunciei. Me sentei novamente em um dos bancos, que eram realmente bem duros. 

Eu senti um incômodo, mas não era tão grande. Era algo suportável, na minha opinião.

A van fez uma parada brusca, e eu fui jogada ao chão. Aquilo realmente estava doendo. Minha costas ardiam como fogo e eu precisava me levantar. Mas eu não conseguia.

As enfermeiras abriram as portas e nos tiraram um por um, da van. Eu fui a última, ainda tremendo. Meus cabelos brancos caiam sobre meu rosto.

Fomos escoltados por quatro guardas, que nos revistaram. Eles pegaram meu rifle e minhas granadas. Mesmo desarmada, ainda tinha como lutar, porém eles tinham armas de fogo e eu, nada.

Observei enquanto eles jogavam meu rifle para longe, no meio da floresta. A nossa direita, havia um enorme hospital. Ele era branco, as portas, mesmo de longe, percebi que eram de metal. Eu tremi, pensanro o que fariam conosco lá dentro. Em cima da porta, havia escrito em letras grandes e vermelhas, a palavra HOSPÍCIO.

Eu senti lágrimas caírem pelo meu rosto, e vi que alguns jovens faziam o mesmo. Os guardas continuaram a nos escoltar e digitaram uma senha que não soube identificar, mas ao menos funcionou. A porta se abriu e continuamos andando até uma sala.

A sala era totalmente branca, exceto pelas cadeiras, e pela mesa em frente a elas. Nos fizeram sentar em cada uma das cadeiras, e apertaram um botão ao lado de cada uma, nos prendendo nelas. Eu tentei desesperadamente me soltar, mas soube isso não iria dar certo.

Eu me senti como se estivesse em uma prisão. Mais lágrimas saíram do meu rosto, e eu não conseguia fazê-las parar, mesmo que quisesse.

Eles apertaram outro botão, e uma barreira de vidro, surgiu na frente da mesa, impossibilitando, nossa fuga.

Um dos caras pegou uma espécie  de microfone e disse :
"Olá jovens. Todos vocês estão aqui por um motivo. Vocês estão perdendo a sanidade, ficando loucos, loucas. Estamos aqui para ajudar. Hoje faremos um teste com vocês, e quem passar dos treze, irá para próxima fase. Já quem não passar no tempo limite ou se recusar a fazer o teste, terá um fim um pouco desagradável."

Eu queria ter gritado e ser executada, assim me livraria de tudo. Mas eu precisava ajudar os outros. Eles também estavam aqui, e mesmo sem conhecer todos eles, sentia que alguns deles eram vagamente familiares.

O homem que anunciou o teste, saiu a da sala e um alarme foi disparado. No teto, consegui identificar as letras :

   TESTE DE SANIDADE EM     PROGRESSO.

Se eles queriam testar minha sanidade, teriam que saber sobre mim. Esse era o meu medo. Eu não queria que penetrassem na minha mente, mas era tarde demais. Senti uma forte dor na minha cabeça, e gritei, enquanto eles penetraram mais fundo na minha mente, com meu passado e tudo.

Eu senti cada vez mais dor e saia muito sangue do meu nariz. Eu tossi várias vezes, e eles finalmente pararam. Depois, o homem abriu a porta da sala e anunciou :

"Agora, para parte final, me digam, vocês são loucos ou não ?"

A maioria respondeu que sim, alguns que preferiam morrer, Mas eu sabia que essa não seria minha resposta. Me levantei com dor nas costas da cadeira e disse, friamente :

"Eu sou não sou louca" Ouvi alguns murmúrios, dizendo que eu estava louca de dizer isso, e que poderia ser executada, mas não liguei.

Os homens apertaram o botão e a barreira sumiu. Eles apontaram os rifles deles para os três jovens que se recusaram a responder os mataram. Um banho de sangue escorreu sobre mim e mais seis que estavam perto. Aregalamos os olhos, não acreditando em tudo aquilo, que acabará de acontecer. Nos estávamos em mais um jogo mortal. E eles não estavam de brincadeira.

[EM REVISÃO] Sephora - Torneio de GladiadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora