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FASE #1 : ALUCINAÇÕES

Já havia se passado algumas horas depois do teste. Eu ainda estava com muitas dores, e meu pé quebrado, junto com o braço já quase curado não me ajudava muito.

Eu queria chorar e gritar, mas como quase sempre, me contive. Os jovens ao meu lado, alguns choravam e outros apenas se encolhiam no canto.

Os guardas apareceram e levaram uma menininha para dentro. O rosto estava vermelho de tanto chorar e os cabelos, espantados.

"Não por favor ! É um engano, por favor ! Eu não sou louca !" Ela implorava.

Os guardas não a escutaram e apenas a largaram ali, no chão.
Ela chorou por alguns minutos, mas parou ao me avistar.

"Você. Você é a culpada de eu estar aqui. Quando eu der o fora, vou te eliminar. Tá me escutando ?" Eu apenas assenti.

Do que ela estava falando ? Oque eu fiz para ela ?
Eu não tinha como saber. As minhas memórias estavam tão emboladas e confusas, que eu não sabia nem o próprio sobrenome. Na sala onde estávamos, havia um pequeno auto falante. Ele fez alguns ruídos e a mesmo homem do teste anunciou :

"Hoje, a primeira fase do teste de vocês será ser exposto a alucinações. Chamaremos em dois grupos. O primeiro grupo, será Keara, Ren, Hannah, Will e Holly. O resto poderá ficar nessa sala que estão atualmente, aguardando.

Quando ele anunciou Keara, fiquei com medo que fosse eu, pois ele poderia ter errado meu nome. Dei um suspiro de alívio ao ver outra menina ir. Contei todos. Cinco pessoas. Ufa.

Uma das portas da sala se abriu e os guardas levaram eles para outro lugar. Quando a porta se fechou, pude ouvir os fortes gritos que vinham da outra sala.

Em mais ou menos seis ou sete minutos, alguns gritos cessaram e outro continuaram. Estavam mortos.

A caixinha de som soltou mais alguns ruídos e porta se abriu, revelando apenas dois jovens.

Eu aregalei os olhos, e olhei para os lados. Não era possível que então pouco tempo, já  estávamos em apenas sete.

"Parabéns a Ren e Keara" disse o Homem. Eu dei uma risada amarga. Ele nem sequer se lembrava dos que morreram.

Silenciosamente prometi arrancar a cabeça dele quando saísse daqui. O homem não precisou nos anunciar, afinal eram os cinco que ainda não tinham ido. Keara e Ren nos deram boa sorte. Antes de eu sair, Keara levantou e discretamente colocou algo no meu bolso.

"Use isso. Vai tirar você das alucinações mais rápido." Ela sussurrou e saiu. Eu assenti e fiz o sinal de obrigado com a mãos. Eu nem me lembrava que conseguia fazer isso, mas agora eu sabia.

Os guardas esperaram a porta abrir e uma sala enorme, com grandes cilindros e uma mesa, para nos avaliarem estava pronta.

Cada um de nós ficou em um cilindro com nossos nomes. Eu não achava o meu, mas soube imediatamente quando vi os escritos : " G002"

Estremeci, e andei até o cilindro. Entrei no gelado compartimento e fechei a porta.

Um alarme começou a tocar e uma parede surgir na frente da mesa. O teste havia começado.

Na minha frente, pessoas que matei, começaram aparecer, e a mesma frase, de antes. Eu comecei a chorar em desespero, gritando para que eles parassem essa tortura.

Em pânico, tropecei e quase bati a cabeça no cilindro. Eu estava caída no compartimento e as alucinações não paravam. Eu gritei mais e mais, e minha cabeça começou a doer. Alguns gritos, que antes eram ouvidos cessaram e as alucinações pararam.

As portas dos cilindros se abriram e os guardas nos ajudaram a descer. Apenas eu e mais dois jovens havíamos sobrevivido a experiência junto com Ren e Keara, do primeiro grupo.

Eu não usei oque Keara me deu, mas decidi agradecer mesmo assim. Voltamos para sala e eles nos trancaram lá novamente, dando instruções para apertamos o botão ao lado da porta.

Keara correu e apertou o botão, fazendo abrir uma portinha escondida, que eu não tinha nem visto.

Entramos todos, com medo do que estava por vir. Bem no fim, era apenas mais um quarto comun. Haviam dois beliches e um colchão no chão. Dois criados mudos ao lado das camas e um armário. Uma outra portinha levava a dispensa de comida e ao banheiro. Pra que tudo isso, se iríamos morrer todos no final ?

Milhares de perguntas rodeavam a minha mente, como uma roda de um carro em movimento. Mas estava tão cansada, que só pensava em dormir e em nada mais.

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"Observe senhor" disse um dos homens "Essa menina era uma gladiadora. Ela deve ter algo de importante no passado dela."

"Eu sei disso. Eu vi a simulação. Devemos prestar atenção em cada movimento dela. Prepare bem as câmeras e os chips de rastreamento." Respondi. Eu sabia que Keane era uma gladiadora. Iria ser bem divertido, extermina-lá.

Um dos meus homens entrou correndo e disse algumas palavras que não compreendi. Alguma coisa sobre meu filho Ren ter passado no teste. Eu não estava muito interessado, visto que eu sabia que ele passaria. Mas eu queria que ele sofresse por abandonar a família. Outro homem entrou e disse que traria mais loucos para clínica.

Eu realmente não me importava, mas como o chefe, deveria responder. Eu apenas assenti, dando permissão. O cansaço tomou conta de mim.

Havia sido um dia longo, e eu fiquei muito tempo sentado, e observando testes de jovens  "Loucos"

Dispensei todos e fui aos meus aposentos. Roupas estavam por todos os lados e meu quarto estava revirado. Eu não liguei e só me deitei na cama, tentando esquecer os problemas que teria de enfrentar, amanhã.

[EM REVISÃO] Sephora - Torneio de GladiadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora