Capítulo 4

55 1 0
                                    

Valentina narrando...

  Nunca estive tão feliz,acordo num humor admirável. Me arrumo,faço minha higiene e desço para me encontrar com Murilo marcamos de ir juntos pra escola e vamos aproveitar a oportunidade para nos "conhecermos" novamente. Desde que pusemos as cartas na mesa ontem,tudo parece melhor. Murilo é a única coisa familiar que me restou e tê-lo de volta foi a melhor coisa que aconteceu ultimamente.

-Bom dia!- Digo sorrindo,ele me abraça com carinho.

-Bom dia pequena!- Ele diz e começamos a caminhar. Passamos o caminho conversando até que chegamos no portão da escola. Ficamos escorados no portão enquanto não dá o horário;Caleb se aproxima com Bianca e esta me olha de cima a baixo.

-Oi amor.- Bianca diz se atirando em cima de Murilo,me ignorando completamente. Me olha com cara de nojo e continua falando com Murilo.- Por que não me ligou ontem a noite? Marcamos de fazer uma visita,não se lembra?

-Desculpa,me esqueci completamente.- Diz Murilo e ela o olha com desconfiança.

-Onde você estava?- Pergunta Bianca. Essa é ciumenta!

-Estava com a Valentina.- Ele diz tranquilamente e ela me encara,me fuzilando com os olhos.- Algum problema?

-Nenhum.- Ela passa de furiosa à amigável.- Fico feliz que estejam se dando bem,afinal a Valentina precisa de um bom exemplo,muito tempo andando com aquela maconheira fez com que ela esquecesse os modos.- Ela me alfineta mas me contenho.

-É bom mesmo,senti falta do meu melhor amigo.- Digo e ela me lança um olhar desagradável,o sinal bate nos tirando a atenção.

Vamos para a sala,minha professora de história é a única da qual eu gosto pelo menos um pouquinho. Ela não difere seus alunos,os trata da mesma maneira com sinceridade e isso me agrada. Murilo se senta na minha frente e uma hora ou outra ficamos conversando.

Na saída...

-Amor,vamos sair mais tarde?- Bianca pergunta com uma voz manhosa.

-Não vai dar,vou sair com a Vale.- Ela me olha com ódio palpável,mas apenas da um sorriso falso e se despede de Murilo.

-Vamos?- Ele me pergunta.

-Aonde vamos?- Pergunto e ele apenas sorri.

-Você vai ver.- Ele começa a caminhar e eu o sigo,caminhamos uns quinze minutos até pararmos em frente a um parque.- Chegamos.- Ele anuncia e eu fico sem entender.

-Um parquinho,sério?- Pergunto sem acreditar que ele me trouxe a um parque.- Quantos anos você tem?- Digo zombando de sua surpresa.

-Por que não? Achei que seria legal voltar a ser criança pelo menos por um dia.- Ele diz

-Somos velhos demais pra isso.- Digo.

-Não somos velhos e não há nada que nos impeça de nos divertimos.- Ele diz e percebo que é verdade,vou aproveitar,pelo menos por hoje.

-Então o que estamos esperando?- Sorrio,jogo minha mochila no chão e corro até o balanço,ele se senta ao meu lado.- Que tal uma aposta?- Ele faz uma careta.-Não vai me dizer que é pecado se divertir.- Provoco-o para que ele aceite.

-E o que vamos apostar?- Começo a balança forte e mais rápido e ele faz o mesmo,quando chego alto o suficiente eu pulo sem pensar duas vezes caio me espatifando no chão,mas percebo que ele não me acompanhou.- Vale?Tá tudo bem?- Ele corre até mim preocupado.

-Vamo fazer de novo?- Pergunto sorrindo,percebo em seu olhar um espírito infantil e ele me ajuda a levantar.

-Você é maluca!- Diz rindo de meu ato impensado.-O que faremos agora?

A doida e o religioso Onde histórias criam vida. Descubra agora