Capítulo 5

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Valentina narrando...

  Me arrumo correndo e espero Ju chegar,vamos pra festa no carro de um ficante dela. Chegamos na boate,está tudo uma loucura como sempre,me separo de Ju indo em direção ao bar enquanto ela vai pra pista de dança.

-O que vai beber?- O barman pergunta.

-Vodka,por favor.- Ele me serve e volta a atender os outros clientes. Fico bebendo minha vodka até que ouço uma voz muito familiar me chamar a atenção.

-Não devia beber,ainda não tem idade pra isso.- Viro para o lado e vejo que é Felipe.

-Felipe,o que tá fazendo aqui?- Pergunto surpresa.

-Acho que o mesmo que você,bebendo e aproveitando a festa.- Diz girando o copo sobre a mesa.

-Achei que fosse certinho demais pra isso.- Digo zombando.

-Vale,eu sou médico,mas isso não quer dizer que sou careta.Sem falar que ainda tenho idade pra curtir,sou apenas nove anos mais velho que você.

-Então você tem 25 anos e já é formado? Tiro meu chapéu pra você.- Digo fazendo o gesto como se tirasse um chapéu imaginário.

-Sim,mas ainda sei curtir como ninguém.- Diz se gabando.

-É mesmo?Então prova.- Digo e ele me puxa para pista de dança.-Confesso,você até que dança bem.- Digo sorrindo. Ele me encara e quando vejo nosso lábios já estão colados em um beijo devorador. Acabamos ficando sem fôlego e nos afastamos.- O que foi isso?- Pergunto ofegante.

-Me desculpe,não sei o que deu em mim. Acho que bebi um pouco mais do que deveria.- Ele diz se desculpando,e me olhando como se esperasse uma reação diferente da que tive.

-Relaxa,não foi nada demais.- Digo e vejo ele ficar mais calma continuamos a dançar até que ele anuncia que já está indo embora.- Fica mais um pouco.-Peço

-Não,eu tenho que ir,mas se quiser eu te levo pra casa.- Diz e eu faço careta.

-Tá bom,vou avisar minha amiga.- Saio e vou em direção a Ju que não sabia se dançava ou agarrava o rapaz que nos trouxe a festa.-Ju eu acabei encontrando um amigo e eu tô indo embora com ele. Tchau- Ela não diz nada além de um "uhum" e volta a "devorar" o garoto. Volto pra perto de Felipe que está escorado na porta do carro.-Vamos?- Pergunto,ele se levanta e abre a porta pra mim.

    Ele da partida no carro,fomos o caminho inteiro ouvindo música,até que ele é legal. Ele para o carro na frente da minha casa e por alguns segundos o carro fica em um silêncio sepulcral.

-Valeu pela noite,até que você não é tão careta,pra um médico.- Digo sorrindo.

-Você também não é tão fresca como as garotas da sua idade.- Ele diz.

-Me achava fresca?- Pergunto arqueando uma sobrancelha.

-Eu?Jamais.- Diz rindo e o silêncio volta a se instalar no carro.

-Acho que é melhor eu entrar... Tchau- Me aproximo para me despedir e recebo um beijo,fico estática à princípio,mas retribuo.

-Tchau.- Ele diz se afastando pouco.

  Entro em casa silenciosamente até que presencio uma cena nojenta,meu pai no sofá da sala com uma garota que tem no máximo 23 anos.

-O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI? -Digo gritando,fazendo com que os dois ficassem assustados. A garota levanta e tenta se cobrir enquanto procura suas roupas.

-Exatamente o que você está vendo.-Meu pai diz tranquilamente enquanto pega a garrafa de cerveja na mesinha de centro.

-Como pode trazer essa garota pra cá?- Digo e meus olhos ficam marejados,não estava chorando por estar magoada e sim de ódio.- Pra casa da mamãe,pro sofá onde vocês dormiam juntos assistindo filmes.

A doida e o religioso Onde histórias criam vida. Descubra agora