A Besta que habita em mim

Capítulo 1 - Festa de Natal!

No inferno existem vários tipos de demônios, que são separados por diversas classes, assim como os anjos do céu.

Um demônio de alta classe, com grandes poderes e cheio de maldade estava entediado e não queria mais ficar preso no inferno, sua maldade era grande demais para ser disputada naquele lugar com outros demônios e por isso ele planejava sair dali. Mas ele sabia que um anjo do céu tomava conta dos portões do inferno; nada saía, nem entrava sem a sua permissão, mas existia uma ocasião, uma única ocasião que o anjo sempre deixava o portão, mas o deixava seguro por uma forte e misteriosa magia celestial.

Durante um longo período de tempo o demônio procurou conhecer e estudar essa magia e finalmente descobriu como passar através dela sem ser notado, quando a oportunidade chegou e o anjo se ausentou de seu dever deixando sua magia de proteção o demônio conseguiu o que tanto queria, ele estava livre e resolveu que curtiria sua liberdade no mundo humano bem no meio das pessoas e no lugar que Deus mais prezava, ele deixaria sua marca ali e seria o verdadeiro Deus daquele lugar, seria o demônio todo poderoso, único e absoluto, ele esboçou um sorriso macabro enquanto conseguia atravessar, mas ao colocar seu primeiro pé na terra, uma magia o pegava, sim, a magia que protegia o portão do inferno. O demônio então contra-ataca com um contra feitiço e ele consegue acessar o mundo humano, só não contava com uma outra magia, uma diferente, que nunca ouviu falar.

A magia tomava conta de seu corpo e uma transformação macabra ocorria, ele assumia a forma de uma raposa de nove caudas, enorme, com dentes afiados e pêlo de cor alaranjada, seus olhos grandes e vermelhos estavam cheios de fúria. O demônio então tenta voltar ao inferno, mas a magia o impede, pois nada entra e nada sai. O  demônio então é expulso do inferno e condenado a vagar na terra como um espítito em forma de raposa e sem poderes.

Como não era um demônio qualquer de uma baixa classe, ele encontra uma brecha e se apossa de um corpo humano que passava naquele exato momento na fissura entre a terra e o inferno, o demônio passa então a controlar o corpo daquele humano e com isso descobre o dia e hora em que conseguiu tal feito, tudo a sua volta estava escuro, mas ao enxergar uma luz ele a segue cambaleando, tentando controlar aquele corpo, ele olha em volta e consegue ver com exatidão que era a madrugada do dia 25 de dezembro. Conforme o tempo passava e a besta de posse daquele corpo, conseguia conseguiu descobrir que poderia ficar ali até o dia da morte do humano o controlando até o fim para o deixar e partir para outro corpo.

Assim foi a vida do demônio na humanidade durante séculos vagando de corpo em corpo, de humano em humano, controlando pessoas, pensamentos e ações e assim ele controlava guerras e revoltas, mas ele não se acostumava à Terra nem à vida dos homens, seu ódio só fazia aumentar a cada dia, a cada ano, a cada século, vagando de corpo em corpo, de humano em humano.

Depois de muitos séculos vagando na Terra, a raposa estava presa a um corpo de um homem muito influente, mas muito odiado por suas ações, esse corpo, em questão, sofreu um atentado e estava prestes a morrer, com isso, a raposa astuta tratou rapidamente de trocar para um próximo hospedeiro que passava pelo local do atentado e entrou no corpo de uma mulher sem saber que ela estava grávida e acabou preso ao corpo do bebê; ali ela ficou, presa, sem entender o que acontecia, mas não conseguia sair dali e nem controlar seu hospedeiro, a raposa enfim havia sido capturada.

― Minato, não estou me sentindo bem. – A mulher de cabelos vermelhos e compridos, de corpo esguio dizia ao marido.

― O que houve, Kushina? – O homem loiro, de largo sorriso e olhos azuis, perguntava a sua esposa.

― Não sei, senti algo estranho, aqui. – Ela tocava em sua barriga.

― O que poderá ser?

― Não sei, mas não estou bem, Minato, acho que vou... – A mulher não conseguiu terminar sua frase e desmaiou, mas seu marido foi rápido o suficiente para segura-la e não deixa-la cair ao chão.