Capítulo 2 - É um Demônio!

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― Kurama? – Hinata perguntava confusa.

― Sou um demônio, menina tola! Me chamo Kurama e estou preso nesse corpo. Preciso ir embora, quero voltar ao inferno. – Por um momento a besta parou de falar. – Por que estou dizendo isso a você? Quem é você? Algum tipo de bruxa?

― Bruxa, eu? – Ela perguntava confusa. – Não estou entendendo, isso é uma brincadeira? Eu quero sair daqui. – Hinata disse indo até a porta, mas Kurama a segurou pelo braço e a olhou nos olhos. – Você não é o Naruto... – Hinata o analisou olhando nos olhos da besta.

― Já disse que não! É burra?

― Um demônio.... – Ela sussurrou.

― Foi o que eu disse! Mas por que disse isso a você? Que efeito você tem sobre esse corpo?

― Efeito? Como assim?

― Ele ficou estranho quando ficou perto de você, não foi algo normal para essa noite. Eu vivo aqui desde antes do nascimento dele, ele tinha apenas três meses de vida quando eu fiquei preso aqui, ia me apossar do corpo da mãe dele, mas não sabia que ela estava grávida, então eu fiquei aqui, preso, não consigo sair, em milênios isso nunca havia acontecido, se esse corpo morrer, não sei o que irá acontecer comigo, preciso sair daqui, tenho que voltar ao inferno.

― Milênios, você disse? – Hinata perguntava.

― Sim, garotinha, milênios. Eu vago pela terra por milênios, desde o dia em que escapei do inferno.

― Se você escapou, por que quer voltar?

― Perdi meus poderes e meu corpo, perdi tudo quando passei pelo portão. Tinha uma magia bem mais forte do que eu poderia imaginar. Me transformaram em uma raposa de nove caudas e eu estava condenado a vagar como um espírito, mas descobri rapidamente que podia me apossar de corpos humanos e viver ali, dominando eles até o dia de sua morte, então eu saia daquele corpo e ia para outro. Eu controlava o humano, fazia o que bem entendesse e acabei me acostumando e vivendo séculos após séculos, até que um dia acabei preso aqui nesse moleque idiota!

― Isso sempre acontece? – Kurama não entendeu a pergunta. – Isso, de você aparecer assim e falar por Naruto?

― Não, eu apareço apenas nas madrugadas do dia vinte e cinco de dezembro, o dia em que eu escapei do inferno.

― E ninguém nunca o ajudou?

― Eu nunca conversei com ninguém antes, essa é a primeira vez! – Kurama vociferou. – Você é muito bela, para uma humana, seus olhos são diferentes. – Kurama acariciou o rosto de Hinata e sorriu maliciosamente passando os dedos pelos cabelos da menina que tentou se afastar, mas Kurama a segurou pelo braço a puxando para si e cheirando os cabelos e pescoço da menina.

― Não, me solte! Eu vou gritar.

― Ninguém vai te ouvir, menininha. A festa está muito animada para alguém se preocupar com você. – Kurama disse próximo ao ouvido da menina. Hinata suava frio e seus batimentos cardíacos aumentavam, ela pensou em gritar, mas sua voz havia se perdido, Kurama aproximou seus lábios dos lábios da menina e ela fechou os olhos de pavor. – Não! – Naruto gritou afastando seu rosto do da menina. – Não vou deixar que faça isso! – Ele gritou, mas ainda tinha Hinata segura e colada a si. – Hinata, me desculpe. – Naruto dizia já chorando. Ele recuperou os movimentos de seu corpo e soltou a menina que também chorava.

Naruto se aproximou devagar da menina e a abraçou, seu coração estava acelerado e ele percebeu que a menina tremia em seus braços.

― Desculpe, Hinata.

A Besta que habita em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora